Aquele quadro
Com tanto empenho pintado
Parecia se misturar com
inigualável odor do artista desorientado
Aos cantos
Bordas estreladas
Em que as aquarelas coloriam o rosto
Daquela mulher velada
E das flores que no jardim florescia e se regava
Olhando mais de perto
Alguns desenhos desconexos
Palavras cruzadas
E sorrisos sinceros
Fragmentados na arte inacabada
Uma arte não palpávelque nem em papel se rabiscava,
sem contexto se escrevia,
numa bela harmonia
de uma arte arriscada
Nem rabiscos infantis,
nem perfeição alcançada
o artista se espremia
entre todas as categorias
do que era arte aclamada
Mas então os sorrisos sinceros
na arte descascava
a realidade não condizia
com aquela fantasia,
que se coloria de forma rebuscava
Mas o que mais assustava naquele quadro
era como tudo desaparecia
E como os dialetos antigos podiam ser ouvidos
As estrelas nas bordas se iluminavam
E os frutos indescritíveis eram descritos
E aquele quadro
Em uma casa na colina
Tão simples que
Nem imaginava sua sina
Tampouco o artista que pensava
O quanto sua própria arte o fascina
Mas no dia seguinte
O crítico e seu jornal
Em preto e branco publicou
Uma manchete tão simples quanto a casa do pintor
Dizia: mais um quadro amador.
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Prazer, Poesia.
PoetryEu sou a brisa que toca-lhe a face. Sou a luz que tira seu sossego, que acorda tua mente e a faz refletir. E de verbo, viro alma. E da alma toco o peito, tão profundo que perfuro seu coração subitamente. Então me fita e pergunta quem eu sou. Pra...