Somos os mesmos de ontem,
estrelas mortas que brilham no céu infinito.
Pensamentos sensíveis à matéria.
Pensou que sabia pensar!
Como pode o homo-sapiens
ser tão selvagem?
Falta-lhe raciocínio
ou consciência?
Falta-lhe humanidade
Ou complacência?
Cada vítima do sistema alimentado pelo egoísmo
O mundo é tortuoso
Pois só existe um caminho
Não há alternativas
Ou pré disposições.
A escolha é um direito?
Dever é obedecer sem questionar.
Onde é o fim de muitos
É só o começo para alguns.
Cada um tem seu futuro
Uma saída para poucos
E o mesmo destino para todos.
Serei mais otimista
Serei forte para suportar
Serei corajoso e diferente
Serei um outro homem
Serei mais fraterno
Serei mais bondoso
Serei mais amigo
Pois fui muito omisso
Pois fui muito mal
Pois fui destruidor
Pois fui um tirano
Pois fui perverso
Pois fui enganador
Pois fui covarde
Pois fui um fracassado
Pois fui usurpador
Pois fui indeciso
Por isso muitos morreram
Muitos sangraram
Muitos perderam
Muitos sofreram
Muitos passam fome
Muitos vivem na miséria
Muitos choram de dor
Eu fico aqui inerte
Tu ouves meu lamento
Ele vence sempre
Nós ficamos sem nada
Vós não sabeis o que fazer
Eles ficam no poder
Hoje?
Um dia...
Mas quando?
Ainda não sei.
Nem pensei ainda...
Isso é muito difícil!
Dará certo?
Amanhã, pode ser?
Depois então.
Eu entendo suas limitações.
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Letras de Utopia
PoesíaColetânea de poemas e prosas escritas durante o período escolar do autor. Aborda temas políticos da sociedade brasileira com linguagem irreverente e metafórica, ideias implícitas através de diferentes formas, imagens e arranjos poéticos. #modernismo...
