4 - I'm sorry

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Bellamy POV

Hoje voltaríamos a tentar caçar já que o Atom tinha estragado tudo ontem e uma certa rapariga tinha me deixado sem paciência para voltar a tentar. Fizemos dois grupos desta vez e equipamos para sair indo cada grupo para um lado. Havia outro que sabia que tinha ido explorar um pouco mais do terreno a procura de outra comida como frutos secos ou assim que se podiam encontrar em arbustos.

Conseguimos caçar um animal por isso 3 do nosso grupo começaram a voltar para o acampamento para levar aquilo, já que não estávamos muito longe, enquanto os restantes continuavam a  caçar. Encontramos o outro grupo que estava a explorar e estava lá a Sarah mas andava a tentar ignora-la para não fazer mais merda por isso conversava com o Monty.

- Conseguiram encontrar alguma coisa?

- Perto do acampamento não há muito mas a sul conseguimos encontrar uma espécie de frutos secos e a Sarah encontrou umas flores lindas.

Vi ela a sorrir ironicamente para mim quando olhei para ela fazendo com que revirasse os olhos.

- Okay, continuem a procurar mas não se afastem muito pois está quase a anoitecer.

Iamos nos separar até que ouvimos um barulho que significava que estava a vir uma névoa acida. Logo gritei para todos correrem e acharem um abrigo. Estava com os outros mas logo lembrei me da Sarah, agora que estava viva não ia deixar que ela morresse, por isso corri até ela puxando-a pela mão até uma gruta que estava a ver daqui e entrei na mesma por um triz pois um rapaz que vinha também connosco foi apanhado pela mesma.

Respirava ofegante sentando-me enquanto ela fazia o mesmo mas largou de imediato a minha mão. Notava que ela estava um pouco assustada por mais que tentava não demonstrar isso como sempre fazia. Ficamos em silêncio por um bom tempo e ia me entretendo a ver como estava lá fora e a atirar uma faca para a parede a minha frente. Chegou uma altura que estava a anoitecer e ainda não era seguro ir embora por isso comecei a fazer uma fogueira.

- Vamos ter que esperar até amanhã de manhã para voltar para o acampamento.

- suspira - ainda não é seguro ir embora?

- mais ou menos mas não é seguro sairmos por ai a noite

- Se tu o dizes

Ela encolhe os ombros passando as mãos nos braços. Lá consegui fazer uma pequena fogueira. Talvez devesse aproveitar esta ocasião para falar com ela e resolvermos estas coisas duma vez por todas.

- Vamos ficar sem falar um para o outro a noite toda?

- Por mim seria otimo.

- Por quanto mais tempo vais ficar a agir assim comigo?

- Não sei, mas tu nem reparas que queres tanto que eu volte a ser o que era para ti mas mesmo sabendo que eu estava viva não te deste ao trabalho de me perguntar o que realmente se passou naquela noite que fui presa

A voz dela estava mais para magoada e triste do que irritada e irónica como tinha sido durante os confrontos que tínhamos tido estes dias. Ela tinha razão eu nem se quer sabia o que se havia passado só mesmo o que os outros diziam que ela matou um homem.

- Tens razão... Desculpa por isso, Desculpa por não ter feito nada para que não te levassem pois sei que fui um covarde e arrependia me disso todos os dias mas eles ameaçarem fazer alguma coisa a Octavia e eu prometi a minha mãe que sempre cuidaria dela e já a tinha desiludido bastante a fazer com que ela fosse presa  mas quando te vi, o meu corpo não agiu ainda mais porque não esperava nada que fosses tu porque sabia que alguém como tu não faria aquilo sem um bom motivo. Sei que não mereço as tuas desculpas mas não posso fazer nada para mudar que não agi.

Vi ela olhar - me atentamente enquanto falava aquilo tudo e mesmo quando parei ela não disse nada como se processasse isso. Olhei para a fogueira compondo-a. Suspirei por ela não ir logo directa a história.

- o que se passou naquela noite?

Ela agarrou- se as pernas abraçando as mesmas falando com uma voz baixa e calma mas meio tremula a meio da conversa.

- Eu estava no meu quarto a arrumar algumas coisas para ler um livro quando bateram a porta. O meu pai só chegaria uma hora ou duas depois por isso achei muito estranho mas abri a porta e vi um homem que dizia que vinha compor as coisas e eu reconhecia-o por ir compor coisas a cozinha. Eu disse que estava tudo bem e voltei a arrumar quando percebi que ele me abraçou por trás e virou me de frente. Ele tentou beijar me a força e eu tentava resistir e fugir mas nada estava a parecer o suficiente para o fazer parar. Ainda tentei evitar o máximo mas chegou uma altura que ele conseguiu me prender de tal maneira que  estava já a tirar me as cuecas por isso eu entrei em pânico e consegui apanhar uma faca acertando lhe mas só o queria afastar mas na hora quando dei conta o sangue enchia o chão e o alarme foi accionado. Eu sei que isso não tira o que fiz mas eu não podia deixar que ele me fizesse aquilo ainda mais porque eu nunca o tinha feito e já tenho memorias más o suficiente não precisava de outra coisa para me dar pesadelos.

Eu não sabia o que dizer. Nunca imaginei que ela tinha passado por todo aquele pesadelo e depois de seguida antes de eu a ajudar, ainda digo que a não conheço. Senti o aperto no coração e sem saber quais eram as palavras certas mas senti uma revolta a possuir-me.

-Nunca imaginei Sarah, se eu soubesse... Eu não sei o que faria aquele homem se soubesse o que se tinha passado.

Levantei- me sentando me ao pé dela vendo que a mesma observava todos os meus passos e coloquei a minha mão sobre a dela. Sabia que podia levar ainda uma estalada da maneira que ela estava magoada e irritada comigo mas invés disso ela aconchegou se mais para perto de mim, pousando a sua cabeça no meu ombro e entrelaçando os nossos dedos. Não falamos mais nada por algum tempo, ela porque não queria falar disso e eu porque não sabia o que dizer sobre aquilo.

Separamo-nos quando ela se mexeu deitando-se no chão, colocando a sua mala como almofada assim como eu fiz a seguir. Acabei por me deitar também ao seu lado olhando para cima. Senti que ela começou a tremer bastante e por continuar, calmamente puxei-a mais para mim abraçando-a e notando que a certa altura ela parou de tremer e não disse nada sobre o meu gesto o que era um bom sinal para um bom recomeço da relação com ela. Agora iríamos ver quando voltássemos ao acampamento se mudaria o que eu esperava bem que não.

May we meet Again (S1)Onde histórias criam vida. Descubra agora