Capítulo 2 - Sobre outros pontos

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Zac Efron como Vitor na mídia acima.

Vitor

— Vitor? Acorda, filho! — disse a minha avó, entrando no meu quarto. Ou melhor, invadindo. — Você não irá para a aula hoje?

— Vou, por quê? — balbuciei, virando-se para o outro lado da cama.

— Porque você está quinze minutos atrasado.

— O quê? Como assim? Por que o despertador não tocou? — indaguei dando, literalmente, um pulo da cama. Ao me dar conta que havia esquecido de programar o alarme, bufei e fui tomar um banho.

Assim que vesti a primeira coisa que vi no guarda-roupa, desci as escadas correndo e encontrei meus avós na cozinha.

— Bom dia! — disse meu avô que estava tomando café junto com Júlia, minha irmã de doze anos. Apenas acenei para os dois com a cabeça, enquanto escolhia uma maçã.

— Vitor, você não vai comer nada? — perguntou a vovó.

— Não, já estou atrasado. Na escola eu lancho alguma coisa — respondi, dando de ombros. — Já vou, tchau.

— Tchau — respondeu Júlia e o vovô juntos.

— Tchau, vai com Deus! — disse a vovó enquanto fechava a porta.

Coloquei meus fones de ouvido e fui andando até a escola que não era muito longe da minha casa. Já estava virando rotina eu me atrasar na escola. Outro dia, a diretora quase me deu uma advertência por isso. De qualquer forma, nunca me importei muito com isso, afinal, nunca fui um aluno ruim, então uma advertência de atraso não era grande coisa.

Assim que cheguei, o porteiro pediu para eu esperar o próximo horário no refeitório. Acabei aproveitando e comprando um lanche pois estava com fome.

Quando estava prestes a dar uma primeira mordida em meu pão de queijo, uma voz conhecida me forçou a pausar minha refeição.

— Vitor Mendes Santori, nós precisamos conversar.

Sophia.

Essa garota não se toca?

— Nós não temos nada para conversar, Sophia — disse ríspido. — Além de que você deveria estar na aula.

— E você também — disse ela irônica. — Pelo visto, o destino quis nos unir hoje e ambos chegamos atrasados. Agora, você vai ter que me ouvir! — falou sentando-se à minha frente. Eu mereço.

Sophia Martins era minha ex-namorada. Nós namoramos por cerca de três meses. Ela gostava de mim, mas eu só gostava dela como uma amiga. Embora Sophia fosse muito bonita e popular, ela era muito mandona, o que me irritava muito. Ela não parava de querer mandar em mim e, sempre que podia, fazia o possível para se meter na minha vida e eu nunca gostei de pessoas assim.

— O que você quer, Sophia?

— Quero que você finalmente perceba que nossa separação foi um erro!

— Desculpe, isso não será possível, visto que não foi um erro — respondi com ironia.

— Mas nós estávamos tão bem, amor! — disse se aproximando. — Por que você não quer?

— Não me chama de "amor", Sophia. Nós nem éramos tão felizes assim, você sempre queria ficar sabendo da minha vida e você sabe que não gosto disso.

— Qual é, Vitor, nós só namoramos um mês e é óbvio que eu queria te conhecer melhor. Olha, por favor, não seja tão cabeça dura, nos dê uma segunda chance!

Os Sonhos de Deus (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora