O garoto da casa ao lado

O banco quebrado

Fiquei um pouco atordoado com o que a Gaby disse. Ela me pegou totalmente desprevenido. Se já estava atordoado antes, agora nem se fale. Fiquei parado olhando para o nada por um bom tempo. Quando sinto alguém bater com força nas minhas costas, fazendo com que acordasse do meu transe e sentisse uma incomoda dor nas costas. Olhei para trás e era a minha irmã. Ela ria com a minha reação que foi se contorcer de dor. Quando ela percebeu que não tinha gostado ela logo desfaz o sorriso dando entrada a uma cara de arrependimento.

- Me desculpa.. - Ela disse calma.

- Já que eu não posso te bater só me resta perdoar.. - Ela sorriu e se aproximou ficando ao meu lado e olhando para a mesma direção que eu estava olhando. Olhávamos para um banco quebrado. Procurei qualquer coisa menos deprimente para olhar.

- Aconteceu alguma coisa? - Anna disse em um tom sério. Neguei com a cabeça sabendo que ela nunca acreditaria em mim e continuaria fazendo perguntas após perguntas até que eu não aguentasse mais e contasse para ela o que havia acontecido.

- Não minta, te conheço mais do que você imagina...

- Não aconteceu nada!

- Aconteceu Fred, te conheço, me fala.

- Juro que um dia você vai perceber que não me conhece metade do que pensa.

- Certo. Mas, agora eu sei que aconteceu alguma coisa, pode começar a falar.

- A Gaby veio aqui, agora à pouco.

- Esse é o problema?

- Terminamos. - Disse sério olhando-a.

- Nossa você deve estar péssimo.

- Nem tanto.

- Como assim?

- Não eramos o melhor casal da face da terra. - Ela concordou com a cabeça mostrando que já sabia bem o que eu sentia.

- Por causa disso está mal?

- Não exatamente.

- Então o que foi? E você vai dar mais uma chance pra Nina?

Nina? Tinha me esquecido dela, não sei se era uma boa ideia. Nina era infantil, idiota e mimada. Não tenho a menor ideia do que fazer ou como começar, sem contar que não é bom ficar nesse vai e vem, sempre tento evitar. Novela mexicana nunca foi meu estilo.

- Anna, meu amor, não faça muitas perguntas.

- Só quero te ver feliz.

- Também quero me ver feliz, mas muitas vezes o que pensamos ser a felicidade na verdade não é.

- Isso quer dizer?

- Preciso raciocinar.. - Beijei seu rosto em seguida me distanciando. Anna tinha uma péssima mania de perguntar demais, isso me deixava sem paciência, procurei cortar às suas perguntas. Precisava descansar, minha cabeça doía, estava cansado da viajem, estava atordoado sem saber o que fazer daqui para frente.. Precisava descansar.