Capítulo 08

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Odeio isso, acordar e sentir o peso de uma noite mal dormida , levantei da cama sem a menor vontade e fiz toda a merda de ritual matinal e desci para tomar café da manhã,Cármen passou por mim.
-- Bom dia Carmen -- falo com a voz pesada e ela me lança um olhar mas não me responde,bufo e ignoro , a vejo preparar meu cereal , ela o coloca em minha frente ainda sem dizer nada, dou as primeiras colheradas enquanto observo tudo o que ela faz.
-- Bom dia Cármen -- ouço outra voz soar atrás de mim e não preciso me virar pra saber quem era , meu pai se sentou à mesa do lado contrário ao meu.
-- Bom dia senhor Richard -- ela sorri e traz o prato à ele já com seus ovos e o bacon, estreite os olhos pra ela e me levantei da mesa no mesmo instante.
Fui direto ao me carro e sai do estacionamento acelerando ao máximo do limite do motor.
Entrei na escola enraivecido a passos firmes e fui direto pra minha primeira aula.
-- David -- uma voz feminina me chama,olha pra menina de um metro e meio que saltita na minha direção.
-- O quê? -- respondo e ela faz uma careta.
-- Que foi querido? -- pergunta é sua voz fina sobe algumas oitavas me deixando quase surdo.
-- Nada o que quer? -- falo calmo só pra que ela não fale comigo por muito mais tempo.
-- Você esqueceu seu celular comigo ontem -- ela sorri e ergue meu telefone que eu nem me lembrava da existência.
-- Eu me esqueci -- estiquei a mão para pegar.
-- É eu não te achei pra te devolver -- esclarece e faz biquinho.
-- Tudo bem, você cuidou direitinho dele né? -- ela sorri com a boca pequena, e o sorriso dela não é tão bonito como o de Elizabeth.
Merda! Porque estou comparando o sorriso de Karina com o de Elizabeth? Eu tenho que para de pensar nesse nome.
-- Tudo bem então, agente se fala no intervalo -- ela manda beijinhos no ar com seu jeito fofo de ser ,é uma menina adorável.
O professor começa a falar e eu pego minha mochila pra procurar meus livros.
Caminho para o intervalo junto com Tyler, ele está reclamando sobre alguma coisa que a sua namorada.
-- O quê acha da Karina? -- a pergunta sai da minha boca sem que eu perceba.
-- Karina?A baixinha ?-- ele faz um gesto engraçado para representar seu tamanho.
-- É, ela mesmo -- Tyler dá de ombros.
-- Sei lá, ela é legal bem divertida e é fofinha -- solto um riso baixo e assinto.
-- Ela é mesmo fofinha, você sabe de alguém que já ficou com ela? -- pergunto e seu olhar se dirige a mim desconfiado.
-- O Felipe, ele já ficou com com ela porque tá interessado na baixinha? -- ele ri enquanto passamos pela porta do refeitório.
-- Não exatamente, eu estou precisando esquecer alguém -- vejo seu olhar se voltar curioso é logo um sorriso se abre,agora ele vai falar disso é o resto do dia.

POV ELIZABETH
Olho para o prédio que tem um "S" enorme e suspiro , não dá pra acreditar em tanta coincidência.
Entro pela porta e vejo o amplo saguão, várias pessoas caminham de um lado para o outro, o chão brilha no mármore preto e eu me vejo refletida nele, plantas decoram cada um dos cantos vejo dois elevadores e um balcão pra onde eu caminho ando a passos rápidos até a atendente de sorriso infinito.
-- Olá, posso ajudar?-- a ruiva pergunta, devolvo o sorriso.
-- Sim, eu queria falar com meu pai, ele está me esperando -- ela assente.
-- Qual o andar e escritório? -- pergunta gentilmente.
-- Último andar, presidência -- as sobrancelhas ruivas se unem.
-- Presidência? A senhorita é filha do senhor Stevenson? -- Ela sorri novamente,acho que já virou mania.
-- Não , meu pai é o secretário da presidência -- explico e ela relaxa a expressão.
-- Ah , sim é filha do senhor Christian -- agora sou eu quem uno as sobrancelhas.
-- Conhece meu pai?-- ela sorri novamente.
-- Sim, seu pai é um homem muito gentil -- assinto e vejo ela ficar corada -- já pode subir -- a ruiva comunica e eu vou para o elevador que diz "Uso restrito para presidência "bom eu vou pra lá então vou usar esse mesmo, duas mulheres entram junto comigo e fazem questão de ficarem do lado oposto ao que estou se expremendo contra a parede.
-- Bom que sobra mais espaço -- falo para que ouçam.
As portas se abrem e eu saio caminhando normalmente como se fizesse parte da minha rotina andar por esses corredores.
Vejo uma porta onde está uma placa metálica escrita "Christian Kent,secretário da presidência " bom meu pai tem uma placa de metal com o nome dele maneiro.
Bato na porta e ouço um entre, abro a porta e vejo meu pai em sua mesa ele está vestido com a blusa social que saiu,mais a parte de cima do terno não está mais lá, dois botões da camisa estão abertos.
-- Isso explica porque a recepcionista é toda derretida por você -- falo e ele ergue o olhar.
-- Do que está falando? -- pergunta sem entender.
-- Ah pai, vai dizer que não sabe que a ruiva lá lá de baixo e cai sinhá por você -- brinco e ele finalmente sorri.
-- Não é isso , eu a acompanhei até em casa um dia, ela só é agradecida -- ele responde calmo como sempre.
-- Então vamos, eu tenho hora -- falo enquanto analiso cada canto da sala.
-- Espere só um pouco, eu tenho que terminar algumas coisas , sente aí -- Meu pai pede e eu me sento na cadeira que eu descubro ser giratória, sorrio perversa e começo a girar com os braços levantados.
-- Quanto tempo isso vai demorar? -- perguntei girando mais uma vez na cadeira .
-- Não muito -- bufei e comecei a analisar o escritório dele que é bom amplo não tem muita decoração, o que é bom ele não é muito bom com decoração ,vejo apenas uns porta retratos com fotos nossas de quando eu criança,e levanto e caminho até a estante onde vejo as fotos, meu pai nem percebe de tão concentrado que ele está?passo uma por uma vendo partes da minha infância, até chegar a uma em especial que está em minha memória desde desde de criança, não porque eu estava lá e a tirei, mas sim porque nega está a pessoa que eu mais amo jo mundo sem nem mesmo conhecer, minha mãe está ao lado do meu pai sentada em uma cadeira de rodas, sua barriga está inchada, ela sorria junto com ele , estavam felizes por que aquele era um dia especial, o dia do meu nascimento,ele mal sabiam que minha mãe não sairia viva daquela sala.
Sinto uma lágrima escorrer por minha bochecha e tento engolir engolir o choro antes que meu pai perceba.
-- Senhor Kent -- me exalto com o chamado.
-- Senhor Stevenson -- Meu pai fala e eu me viro.
-- Richard? -- pergunto surpresa.
-- Elizabeth -- ele sorri pra mim e vejo meu pai nos olhar ainda mais confuso.
-- De onde vocês se conhecem?-- ele pergunta é se levanta.

Quando Ela AcordarOnde histórias criam vida. Descubra agora