Capítulo 05

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--Ótimo, agora que agente já fez a parte mais difícil que era sair sem sermos percebidos, pra onde nós vamos? -- Liz me perguntou enquanto eu dirigia ainda sem rumo, solto uma risada nervosa.
-- Isso é um problema,devíamos ter pensado nisso antes de sair correndo-- ela assente com um sorriso travesso nos lábio.
-- Vamos pra sua casa -- fala entusiasmada , e eu me encolho no banco do carro, não queria levar Elizabeth em minja casa, não que eu não queria ela fosse lá,não é isso eu só não queria que ela entrasse lá e sentisse toda a negatividade e toda a tensão daquela casa, aquele lugar não é pra ela.
-- Acho melhor não,porque não vamos pra sua casa ? -- seu sorriso se desmancha na mesma hora.
-- Não é uma boa idéia -- ela murmura sem me olhar.
-- Porque? Vai ser legal, vamos -- espero sua resposta e quando ela demora a vir me viro pra olhá -la , ela respira fundo e nega com a cabeça.
-- Não tem ninguém lá agora -- responde baixo.
-- Mas é daí? É melhor ainda não queremos que nossos pais descubram que estamos matando aula -- dizer pais assim no plural me deixa desconfortável.
-- Mas não tem como entrarmos lá, a casa esta fechada -- Elizabeth responde agora com voz um pouco mais alta, quase em seu tom normal.
-- Tudo bem então , vamos pra minha casa -- ela sorri novamente agora entusiasmada.
--Yep! Espero que tenha comida e vídeo game lá -- ela brinca me fazendo rir.
Dirigi para minha casa enquanto nós conversávamos , eu tentei convencer Elizabeth a ouvir música, mas ela não quis disse que provavelmente eu não gosto do mesmo tipo de música que ela,isso gerou uma discussão rápida sobre nossos tipos de música favoritos e descobri que ela estava certa, nossos gostos musicais são totalmente diferentes, ela prefere música clássica e Pop, enquanto eu prefiro Rock clássico e Pop Rock, então nós decidimos não ouvir nada.
Chegamos em casa e eu entro com o carro na garagem, saio do carro e ela também, observando a garagem ampla onde meu pai guardava seus vários carros, esses que ele nem usava mais de um tempo pra cá ele usa o carro da empresa.
-- Carros maneiros -- ela comenta com um olhar admirado.
-- Gosta de carros? -- ela sorri e assente.
-- Muito,quando eu era criança eu e meu pai costumávamos passar todos os domingos cuidando do Gran Torino dele -- ergo minhas sobrancelhas em surpresa.
-- Um Gan Torino, isso é demais, meu pai nunca conseguiu encontrar um para comprar,os donos normalmente são colecionadores, que não abrem mão do carro -- ela ri baixo.
-- Meu pai não pensou duas vezes antes de vender o dele -- ela comentou baixo.
-- Talvez ele tivesse um bom motivo -- ela ergue o seu olhar pra mim e sorri as sentindo.
-- Ele tinha sim -- sua expressão fica triste e vejo seus olhos se encherem de lágrimas.
-- Então vamos entrar ou você vai ficar babando pelos carros do meu pai o dia todo? -- Liz me olha novamente  sorri agora mostrando os dentes bancos e perfeitamente alinhados.
-- Eu estou esperando sua permissão , o anfitrião tem que abrir a porta -- rio e vou até a porta que dá acesso até a casa.
Nós entramos direto na cozinha e encontramos Cármen trabalhando em uma massa que parecia de pizza.
-- Menino , o que está fazendo aqui? -- seus olhos encontram Elizabeth e um sorriso surge em seus lábios -- Olá -- ela saúda Liz.
-- Eu estava entediado então decidi vir pra casa e essa é Elizabeth e Liz essa é  Cármen -- as duas sorriem e estendem a mão uma pra outra.
-- É um prazer -- elas dizem juntas e riem depois disso -- o que vieram fazer aqui ? -- vejo Liz se encolher.
-- Isso é jeito de falar ? -- repreendo.
--  Sua mãe está certa eu não deveria estar aqui com você ainda mais  horário de aula --  dou uma gargalhada alta.
-- Carmen não é minha mãe, apesar de ser quase da família, mas ela não é minha mãe, trabalha aqui  -- O rosto de Liz se ascende em compreensão.
-- Não foi essa a intenção, eu só queria saber mesmo porque estão aqui vocês foram dispensados? -- Carmen volta pra sua massa.
-- Não, nós estamos matando aula mesmo -- ela faz cara de reprovação mas depois sorri.
-- Tudo bem então -- Carmen vai até um armário e pega um rolo de plástico isolante e passa por toda a extensão da vasilha em que a massa está.
-- Vem,vamos -- chamo e Elizabeth me segue ,ela acompanha e observa cada detalhe da casa parece impressionada com tudo, minha casa é grande, na verdade grande demais para o número de pessoas que vivem aqui, nós subimos as escadas e vamos até meu quarto , entro e jogo a mochila em cima da cama,olho pra trás trás e não vejo Elizabeth, volto pro corredor e a vejo parada em frente à um quadro da parede ela observa com atenção,  me aproximo pra ver também mas eu já sei exatamente que foto está naquele porta retratos, minha mãe está sentada em uma toalha xadrez , ela sorri para o meu pai que está tirando a foto ela estava doente ali seus cabelos recém cortados não estão mais caindo em ondas até o meio de costas como costumavam ser, eu não estou nesta foto, me recusei a tirar foto com ela justamente por que ela havia raspado os cabelos , mas eu estava ali, atrás do meu pai observando a felicidade dele sem entender.
-- Ela é linda -- Elizabeth fala o a meu lado.
-- Sim -- murmuro pensativo.
-- É sua mãe?  -- Se vira pra me olhar e eu tento disfarçar as lágrimas que enchem meus olhos, apenas assinto e mordo os lábios.
-- Deve ser uma mãe incrível , olha que sorriso lindo -- olho pra ela e seus olhos também estão cheios de lágrimas.
-- Na verdade não, ela era uma mentirosa, e está morta -- voltei para o meu quarto e bati a porta com força, der repente já não estou mais com humor pra ficar perto de ninguém.

Quando Ela AcordarOnde histórias criam vida. Descubra agora