A Filha da Lua

Capítulo 24

Minhas mãos suavam frio, um calafrio percorria todo o meu corpo, eu conseguia sentir o peso de energia negra no ar, eu segurava uma adaga na mão direita, era como se o objeto pesasse toneladas e toneladas.
Eu travava uma batalha interna, não sabia se esse era o fim da minha missão ou o início dela.
Mas, o que me fazia embrulhar o estômago era o cheiro de ferro que penetrava em minhas narinas. O sangue já estava seco em minha roupa e mãos.
No chão jazia o corpo de um homem sem vida.
Eu não sabia como tinha feito essa maldade, só sabia que tinha o feito.
No fundo eu sentia que eu tinha feito a escolha errada. E agora a minha raça iria pagar por aquilo.

Eu acordei suada, com o coração acelerado, aquele sonho ou melhor pesadelo, tinha sido real de mais. Eu ainda conseguia sentir o cheiro de ferro empregado em meu nariz, o que me fez sentir vontade de vomitar. Sai correndo para o banheiro. Depois de colocar tudo o que comi para fora minha cabeça doía por causa da força.
Quando me levantei o sol estava começando a nascer, o que fez meus olhos doerem por causa da claridade.
Eu me apoiei na mesa para não tombar no chão.

Depois que a tontura passou eu levantei o olhar e vi uma sombra negra, o que fez a minhas pernas tremerem. Fechei os olhos com força na tentativa de estar vendo coisas por causa do sonho. Quando os abri novamente não tinha nada lá.
Se escutavam apenas barulhos de grilos e a minha respiração pesada na sala.
Acabei resolvendo sair para respirar um pouco de ar puro.

Eu realmente me sentia surpresa com a natureza, a cada dia se mostrava ainda mais bonita e pura.

O dia estava um pouco nublado, caindo algumas garoas, fazendo meu cabelo ficar úmido. Me sentei na varanda tentando por meus pensamentos em ordem.

O que será que aquela chave abria?

Fiquei um bom tempo pensando na carta e no meu sonho, para saber se tinham alguma relação. Mas não achei nada, só fiquei com mais dor de cabeça.
Foi quando eu escutei um barulho do outro lado da casa, onde ficavam algumas motos velhas e um jipe. Que estavam mais para sucatas.
Quando cheguei lá Silver cortava algumas lenhas.
Me aproximei fazendo ele parar o que estava fazendo.

___ acordou cedo.
Falou olhando para mim com um olhar questionador

___ tive um pesadelo.
Falei respirando fundo lembrando do cheiro repugnante de sangue.

___ sempre temos isso. Mas não os chamaria de sonhos, e sim presságios. Sempre tem algum significado por trás.

___ Silver, você sabe algo sobre uma pedra negra? Cor de púrpura?
Perguntei hesitando

___ você está falando da pedra Itaúna?

___ não sei se é a mesma de que estou falando.
Falei colocando o capuz da blusa de frio

___ porque a pergunta?
Perguntou me olhando atentamente

___ o ancião, deu uma pedra cor de púrpura para mim e uma chave também.
Respondi rápido

___ como assim?

Ele parou imediatamente o que estava fazendo e me encarou.
Eu não sabia se estava fazendo o correto mas, eu resolvi lhe contar tudo o que eu descobri. Desde a carta até os objetos. E quem matou o ancião. Falei até sobre o pesadelo.
Ele ouvia tudo atentamente, pelas expressões eu sabia que era algo novo.
Quando chegou na parte dos meus pais ele disse que sentia muito. Logo mudei de assunto porque esse era um, dos que eu odiaria ficar falando sobre.
Depois ele falou que iria fazer o máximo pra encontrar respostas para todos esses enigmas e que me ajudaria em tudo o que precisasse.

____ e Ellen, pra sua informação, a pedra Itaúna afastas os espíritos ruins. Ela protege aquele que o estiver usando.

Depois de escutar essas palavras Silver me deixou sozinha para eu refletir sobre elas, tudo isso era de mais pra mim.
Em um dia minha vida era feliz e alegre e no outro eu tinha perdido tudo e estava procurando respostas sobre minha nova vida no escuro.

Depois de reclamar um milhão de vezes sobre tudo isso uma ideia louca me ocorreu, podia ser louca, mas era o certo.

S.G.O