Capítulo 42

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Que droga, to acabando de ter a plena certeza que esse lugar me odeia.
A chuva engrossava a cada passo que eu dava, e parecia estar apenas sobre mim, porque envolta estava tudo seco.
O que me preocupava era o fato de não saber como os outros estavam.
Como eu tinha sido burra, minha fraqueza era os meus pais, disso todo mundo sabia e não seria diferente com esse lugar maldito.
Ele usou disso para me separar do meu grupo, talvez tivesse feito o mesmo com eles.
Enquanto eu caminhava mil e um pensamentos se formavam em minha mente.

Logo mais a frente eu vi uma árvore muito grande, tanto de largura quanto de comprimento.
Ela era mágica, disso eu tinha certeza, mas não só isso, ela parecia ser a fonte de toda a magia desse lugar.
Uma vibração muito grande envolvia a árvore, ela intimidava, mas ao mesmo tempo nos atraía.
Comecei a andar mais rápido, quase correndo, sabia que ali estaria a adaga.

Mas antes que eu pudesse chegar a árvore, um vale muito grande se estendeu, era um buraco sem fim que envolvia a terra onde a árvore estava, a não ser que eu voasse seria impossível chegar lá.

Me joguei no chão. Estava cansada de enigmas e de todas essas coisas inalcançáveis.
Senhor criador dos licantropes, não podia nos dar a dádiva de voar?

Antes que minhas lágrimas rolassem, escutei alguém chamando o meu nome. Não dei importância, ignorei e continuei de cabeça baixa, esse lugar não iria me enganar de novo.
Mas outra vez escutei chamarem o meu nome. Só que dessa vez mais perto. Pareceu real, então conseguiu chamar a minha atenção.
Quando o vi, corri em sua direção.

____ Miguel! Meu Deus. Você está bem? Cade os outros?
Falei o abraçando.

___ eu estou bem.
Respondeu grosso se soltando do abraço.
___ assim que você saiu correndo como uma louca,ficamos te procuramos, não demorou muito para o lugar atrai-los, cada um foi para um lugar diferente.
Jhenny foi a ultima que ficou junto comigo, mas depois que ela viu a nossa mãe ela se desesperou e saiu correndo atrás da falsa imagem.

____ temos que acha-los, na verdade primeiro a adaga. Acho que se acharmos a adaga achamos eles.

___ está certo. Vamos logo.

___ só tem um problema.
Falei me lembrando do vale em volta da árvore.

____ o que?
Perguntou me olhando sem entender.

___ o que queremos estar distante, na verdade impossível, se voássemos, talvez conseguiríamos...

Falei apontando sem nenhum animo para o buraco que rodeava a arvore. 

___ você ainda não aprendeu. Esse lugar é mágico, se você saber olhar pelo ângulo certo, irá achar o que procura.
Ele respondeu confiante.

___ tudo bem, senhor esperto. Vamos acabar logo com isso.
Fomos em direção a árvore.

____ espera aí. Como o lugar não te testou? Não aconteceu nada com você?
Perguntei intrigada

____ bom, nós sabemos que de todos sou o mais forte.
Ele respondeu querendo mudar de assunto

____ não viaja Miguel, o que aconteceu?

____ esquece, vamos logo. Não sabemos quanto tempo já se passou.

____ não vou a lugar nenhum, até você me dizer.
O que você fez para que nada aparecesse? Aparecesse para você?

Ele prendeu o maxilar com força e respirou bem fundo, não sabia se era certo o pressionar, mas eu precisava saber.

____ o lugar não precisou me testar.
Ele falou caminhando e me deixando lá parada.

____ como assim?
Perguntei segurando o braço dele.

____ me solta Ellen.
Ele falou seguindo em frente.

____ Não.
Parei em sua frente.
___ você está me escondendo algo.

____   E SE EU ESTIVER ? QUAL O PROBLEMA? VOCÊ JÁ PAROU PRA PENSAR QUE O MUNDO NÃO SE BASEIA SÓ NO QUE VOCÊ QUER, VOCÊ NÃO É A UNICA QUE TEM PESSOAS PRA SALVAR, VOCÊ NÃO É A UNICA QUE SOFRE E QUE JÁ PERDEU ALGUÉM IMPORTANTE...

Ele gritava essas palavras olhando dentro de meus olhos, era como se ele pudesse desfigurar a minha alma, cada palavra que ele dizia me fazia arrepiar. Eu não imaginava e agora eu não sabia nem o que dizer.

___ me desculpa, eu não...

____ não precisa perder seu tempo. Vamos logo, quero sair o quanto antes desse maldito lugar.
Ele respondeu com dor na voz

Quando chegamos na beira do precipício, Miguel fechou os olhos e em instantes depois, a mesma mulher de pele dourada e flores no cabelo apareceu.

____ vejo que vocês acharam a árvore da criação.
Falou ela nos olhando intrigada.

___ agora precisamos chegar até ela. Só que como pode ver, não voamos.
Ele respondeu no mesmo tom de sarcasmo.

___ pois bem, para chegar a árvore da criação e achar o que procura  é preciso dizer suas verdades ou ficará na loucura.
Ela disse desaparecendo.

____ o que ela quis dizer?
Perguntei sem entender pra quem diríamos nossas verdades.

___ eu sou Miguel Zaylan, filho de Jhonanthan Zaylan, sou licantrope e o próximo alfa do meu bando. E desejo encontrar a adaga. Essa é a minha verdade.
____ sua vez.                                                                                                                         Ele disse sem me olhar.

____ Tudo bem.
Respirei fundo e comecei.
___ sou Ellen McLean, filha de Derick McLean  e Sheeron McLean, sou uma licantrope, faço parte do bando de Silver e desejo encontrar a adaga. Essa é a minha verdade.

___ era pra ter aparecido algo. Porque não deu certo?
Perguntei tentando achar onde tínhamos errado.

___ talvez não erramos, talvez ela tenha nos enganado.
Falou Miguel impaciente.

____ Adelaide! Adelaide! Sua vadia miserável!
Ele gritava olhando para todos os lados.

___ para. Isso não vai funcionar.
Falei tentando o acalmar e enxergar a verdade.

____ ela não foi sincera, não nos falou completamente a verdade. Não é atoa que foi presa aqui.

____ a provocar, falando essas coisas não vai fazê-la aparecer.

___ ah Não? Fica olhando.
Disse soltando a minha não que segurava seu pulso.

____ espera... É isso, verdades completas. Não funcionou porque eu não falei completamente a minha verdade. Eu não sou verdadeiramente filha deles, sou adotada.

____ anda logo, vê se vai funcionar.
Ele falou me dando espaço.

____ sou Ellen McLean, não conheço os meus pais biológicos, mas os meus pais adotivos são Derick McLean e Sheeron  McLean. Sou uma licantrope  e pertenço ao bando de Silver. Eu desejo encontrar a adaga, e essa é a minha verdade.

Eu realmente esperava que isso desse certo, era a ultima chance que tínhamos de conseguir a adaga. Se isso não funcionasse não teria outro caminho para a achar. Eu estava apreensiva e minhas mãos soavam. Então uma luz muito forte brilhou, e quando o clarão apagou uma ponte de madeira  tinha se formado em nossa frente.

S.G.O

A Filha da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora