Capítulo 33

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___ como vamos fazer pra chegar em Ohio?
Jhenny perguntou enquanto bocejava. A noite passada tinha sido a primeira em muito tempo, onde eu não tinha pesadelos. Me senti bem com aquilo, pela primeira vez eu quis dormir por mais um pouco.

___ vamos de trem.
Caleb chegou na sala, com 4 passaportes na mão.

___ trem?
Perguntei sem entender.

___ não me leve a mal, mas eu acho o ar um lugar não muito seguro para lobos. Prefiro terra.
Ele respondeu colocando os passaportes em cima da mesinha.

Agora que estava de dia eu podia ver melhor a casa, e sinceramente ela era linda, toda mobiliada com madeira. E com um espaço enorme.

___ onde conseguiu os passaportes?
Miguel perguntou passando a mão no rosto.

___ tenho meus contatos.
Disse com um sorriso torto.
___ temos que sair daqui a pouco.

___ vem Ellen, vamos conhecer essa casa.
Jhenny deu um pulo do sofá, e estendeu a mão para mim. Mas não sou besta, eu percebi que Miguel queria falar algo sério com Caleb e Jhenny só deu um ponta pé.

Nós entramos por um corredor largo, com alguns quadros e vasos.
Logo o primeiro quarto apareceu, por dentro ele era ainda mais grande, com uma cama de casal no centro e um guarda roupas no canto. Era quarto de menina.
Um abajur ao lado da cama tinha um retrato, eram duas crianças, uma menina e outro menino, pareciam gêmeos. Com certeza era o Caleb e a dona desse quarto.

___ se não sairmos agora, vamos perder o trem.

Disse Caleb, um pouco sério.

___ eu estou com fome. Antes quero comer, ou vou ter que me virar com vocês mesmo.
Jhenny falou enquanto caminhávamos na direção da cozinha.

___ hahaha, bonita.
Caleb sorriu falsamente.

Depois que começamos a comer, Jhenny começou. Eu sabia que não ia demorar pra ela fazer essa pergunta, mas aquele não era um assunto pra se tocar.

___ então, de quem é aquele primeiro quarto? parecia ser de menina.
Ela falou enquanto terminava de dar o último gole no copo. Celeb se remexeu desconfortável com a pergunta.

___ minha irmã. Caroline.

___ não sabia que você tinha uma irmã.
Ela insistiu no assunto.

___ se você não percebeu, nós não sabemos de nada.
Miguel retrucou.
Eu em, esses dois.
Ali já estava formada uma discussão.

___ então né gente, vocês querem perder o trem?
Perguntei me levantando da mesa.

___ ela tem razão.
Caleb me acompanhou.

Depois de alguns segundos nós já estávamos nas ruas movimentadas da cidade. Jhenny tinha razão, as pessoas andavam preocupadas de mais, pra prestar atenção na gente.

Entramos no primeiro táxi que vimos, minutos depois estávamos na estação de trem. Enquanto caminhávamos pelas filas e escadas um calafrio percorreu a minha espinha, eu comecei a tremer e não era de frio. Minha visão ficou embaçada, eu não conseguia decifrar o que eu escutava. Parecia outra língua. Instantaneamente meu estômago embrulhou, minhas pernas bambearam, eu iria cair ali mesmo.

Mas antes que eu me arrebentasse no chão eu senti uma mão firme me segurando e uma voz embaralhada que parecia me chamar.

Miguel me olhava preocupado, enquanto eu tentava me concentrar no que estava acontecendo.

___ você está bem?
Ele perguntou me soltando.

___ estou.
Falei ainda com o estômago embrulhado.
Aquelas vozes, eu tinha certeza que falavam em outra língua. Talvez quisessem me dizer algo.

Caleb e Jhenny se aproximaram, pra ver o porque que estávamos demorando.

___ o que aconteceu?
Jhenny percebeu.

___ nada.
Respondi rápido.

___ então vamos logo. O trem já vai sair e ainda temos que mostrar os passaportes.

Depois que fizemos toda burocracia, entramos no trem. Ele faria duas paradas antes de chegar em Ohio. Daria tempo suficiente pra  descansar, porque minha cabeça ainda doía.

 Daria tempo suficiente pra  descansar, porque minha cabeça ainda doía

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S.G.O

A Filha da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora