PRÓLOGO

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Sexta-feira 6 de Julho, 19:05

A noite estava agradável, apenas uma brisa percorria o céu invernal. Na rua a vizinhança fofocava a vida alheia, os cachorros latiam aos montes e os poucos carros passavam velozmente.

No quarto, a mochila aberta em cima da cama aguardava pelos seus pertences. Na televisão, o noticiário anunciava as muitas tragédias diárias. No espelho, o reflexo do corpo atlético e bem afeiçoado. A força não era a sua parte mais importante e sim a inteligência e o conhecimento nas diversas áreas. A ciência era uma das suas grandes paixões, a busca pela sabedoria era algo incessante e perturbador.

Naquele momento sua vocação estava inalcançada, desejava colocar todo o seu plano em prática. Sua sede por vingança era intensa. A adrenalina ainda não tinha invadido agressivamente as suas veias, o fato só seria consumado mais tarde, nas primeiras horas do dia seguinte.

Os olhos arregalados exibiam toda a tensão daquele momento, aqueles minutos antecipavam o grande momento, a glória. O triunfo só viria com muito empenho e determinação. A vitória estava próxima, depois de longos e árduos anos de espera, havia chegado a hora dela: a conquista.

Todo o seu plano arquitetado minuciosamente teria inicio naquela madrugada, torcia para que tudo desse certo, não podia haver erros e nem contratempos.

A luz emitida da televisão era a única em todo aquele ambiente. Cautelosamente cada equipamento fora colocado na mochila que estava aberta em cima da cama. A seringa não era nova, mas ideal para a sua finalidade. Depois de conferir que todo o material fora devidamente colocado na mochila, decidiu fechá-la cuidadosamente.

"O mundo ficará melhor amanhã pela manhã". Dizia a si mesmo.

O amor pela sua causa era maior que o amor a si próprio. Apesar de tudo, não acreditava na justiça dos homens e nem na justiça divina. A única coisa que acreditava cegamente era na sua inteligência e na sua vontade de resolver os problemas como eles deveriam ser resolvidos.

No seu quarto com a porta trancada, escutou uma voz abafada que vinha do andar de baixo lhe chamando:

- Hei, você vai trabalhar hoje?

- Não mãe, vou a uma festa!

                                                                                       ♦ ♠ ♣ ♥

A festa tão esperada havia chegado, o traje combinava com a noite e a mochila com todos os pertences estava bem guardada. Na festa só haviam pessoas chatas dando sorrisos falsos. A hipocrisia era o prato principal acompanhado de um bom jeitinho brasileiro.

Ao visualizar a sua vítima chegando na festa, não pode conter um sorriso, ficou feliz. Agora estava certo que o seu plano teria êxito e pensou alto.

"Agora a festa esta completa".


SETE COPAS (Degustação)Where stories live. Discover now