Capítulo 1 - Parte II

154 12 14
                                    

                                                                         ♦ ♠ ♣ ♥

00:10

Alice estava com receio de que algo pudesse dar errado, era a primeira vez que isso acontecia consigo, porém, aquela sensação de perigo deixava toda aquela cena de filme ainda mais emocionante e contagiante. Ao sair discretamente do club Homs, ela notou a presença do carro preto do outro lado da avenida a sua espera. Quando se preparava para atravessar a avenida sentiu uma mão grande segurando o seu braço, Alice arregalou os olhos e virou assustada, deu de cara com o seu pai perguntando onde ela estava indo.

- Aonde você vai querida?

- Aí pai, que susto! Eu vou sair com a Vivi, ela não esta bem brigou com o namorado.

- Por que o susto? E você vai deixar o papai na mão?

- Aí pai! Não é assim também, a mamãe esta aí. A Vivi é a minha melhor amiga, não posso deixá-la sozinha.

O governador fez uma cara de desaprovação, mas cedeu aos caprichos da filha.

- Tudo bem meu anjo, eu vou pedir para o Caetano levá-la até a casa da Vivi. Está tarde e é perigoso andar por aí de táxi este horário.

- Não precisa pai, eu já chamei um táxi. Aquele que a gente usa sempre, inclusive ele deve estar chegando.

O governador acreditou na mentira inventada pela sua única filha.

- Cuidado em menina! Eu vou voltar para a festa, preciso dar atenção aos meus convidados. Quando chegar lá manda uma mensagem avisando que chegou, ok?

- Ok papai!

Alice deu um beijo e um forte abraço no pai, que logo em seguida entrou no Club Homs.

Depois de certificar que o pai havia entrado, Alice olhou de um lado ao outro e atravessou a avenida rumo ao carro preto.

- Boa noite! Este é o carro do senhor Antônio?

- Sim senhorita, eu a levarei para o apartamento dele.

- Então vamos!

- Como a senhorita quiser.

O carro saiu rumo a alameda Santos, o flat do empresário ficava a setecentos metros do Club Homs.

Alice estava ansiosa, não sabia o que aconteceria nas próximas horas, os seus pensamentos viajaram para um lugar bem distante. Ela pensou se aquele romance teria um futuro? Se o que ela estava fazendo era errado? Várias questões invadiram a sua mente. Alice se deixou levar simplesmente pelo prazer da carne. Ela era uma mulher romântica e imaginava um futuro com o empresário, mas decidiu não criar muitas expectativas e resolveu deixar acontecer naturalmente. O que ela desejava mesmo era que aquela noite fosse a mais prazerosa de sua vida.

Assim que o motorista entrou no estacionamento do flat, Alice notou que sua respiração estava levemente acelerada. Uma onda de ansiedade a invadiu por inteira, os pelos da sua nuca se eriçaram completamente assim que ela avistou Antônio a sua espera em frente ao elevador.

- Por que demorou?

- Tive um imprevisto com o meu pai.

- Tudo bem! Eu já estava com saudades, mas o importante é que você esta aqui.

Antônio abriu os braços e Alice veio ao seu encontro, após um abraço caloroso, os beijos molhados e ardentes voltaram a acontecer. Já no elevador, Antônio chegou a levantar o vestido de Alice, deixando a calcinha dela toda amostra. Os amassos continuaram corredor afora e se tornaram mais intensos quando o casal entrou no quarto. Em menos de cinco minutos os dois estavam completamente nus com os corpos entrelaçados num êxtase incrível. Antônio e Alice fizeram amor várias vezes, aquela noite de inverno ficaria gravada na memória de ambos, tanto de maneira positiva quanto de maneira negativa.

Alice agora estava deitada no peito peludo de Antônio, olhando para a janela que estava aberta. Lá fora não havia lua e uma leve brisa entrava quarto adentro.

O flat era amplo e tinha dois ambientes, no andar de cima havia uma grande suíte e no andar de baixo havia uma sala ampla, um banheiro, uma minúscula cozinha americana e um grande jardim de inverno que dava para a alameda Santos.

Antônio se levantou e foi ao banheiro, quando voltou ele disse:

- Vou descer e pegar uma bebida, você quer algo?

- Quero um copo de água! Não demore, eu quero você aqui pertinho de mim.

Antes de descer, Antônio foi até a cama e a beijou novamente.

Ao descer as escadas Antônio foi direto para a cozinha, lá ele abriu a geladeira e pegou um copo de água para Alice. Assim que se virou para pegar a sua bebida que ficava no bar num dos cantos da sala, o seu celular vibrou em cima da mesa uma única vez. Antes de caminhar até o bar, Antônio verificou o conteúdo da mensagem que havia chegado. Quando ele digitou a senha para acessar o ícone de mensagens foi surpreendido. O número que havia mandado o torpedo era desconhecido. Antônio ficou ainda mais perplexo quando leu o conteúdo da mensagem.

"Olhe para o jardim e aprecie aonde você irá passar o resto da sua vida"

Antônio pensou que aquela mensagem fosse trote, imediatamente ele olhou para o jardim e não notou nada de diferente, entretanto, ao chegar mais próximo Antônio arregalou os olhos e ficou pasmo com o que viu. As plantas haviam sido arrancadas do jardim e colocadas num canto da sala e o mais intrigante era que alguém havia cavado um buraco, uma cova que cabia um homem deitado. Antônio olhou aquilo boquiaberto, ao entrar no flat ele não havia notado toda aquela alteração no cenário da sua sala. Ele não sabia dizer se o jardim já estava daquela forma no momento em que ele e Alice haviam chegado ou se alguém havia feito aquilo no momento que o casal estava no quarto.

Ao ouvir passos descendo as escadas, Antônio começou a falar irritado.

- Olha Alice, o que fizeram com o meu jardim! Eu vou matar quem fez isso.

- Vai mesmo! Eu estou aqui, pode vir me matar.

Antônio se virou e tomou um grande susto ao ver aquela pessoa descendo as escadas.

- O que você esta fazendo aqui? Como conseguiu entrar no meu apartamento?

- Hoje em dia qualquer um entra e sai de onde quiser, basta ter dinheiro e um pouquinho de inteligência.

- Cadê a Alice? O que você fez com ela? Alice....Alice.....Alice você esta aí?

Antônio chamou por Alice, porém não obteve resposta.

- Fique tranquilo! Ela esta dormindo profundamente neste momento.

- O que você quer comigo? Por que tudo isto?

Antônio falou e apontou para o jardim.

- Hoje você pagará pelo que fez comigo no passado. Chegou a sua hora.

- Isso é ridículo!

Neste momento Antônio avançou para desferir um golpe, porém, foi surpreendido novamente. Ao notar que Antônio veio em sua direção, a pessoa sacou uma arma de choque e disparou contra o seu oponente. Antônio caiu imediatamente tendo inúmeros espasmos musculares. Da mochila foi retirado uma corda, após colocar Antônio de bruços, o agressor amarrou os braços e as pernas dele. Após amarrá-lo, a pessoa resolveu deixar Antônio de barriga para cima. Ao abrir os botões da camisa da vítima, o agressor visualizou o peito peludo de Antônio e pensou alto.

- Eu terei que fazê-lo dormir, senão, não conseguirei fazer o serviço.

A mochila foi aberta novamente e desta vez uma seringa foi sacada, depois uma ampola com um líquido. Todo o liquido da ampola foi retirado pela seringa e injetado na veia jugular esquerda de Antônio que em poucos segundos ficou completamente estático.

Antônio foi mantido de barriga para cima, após abrir novamente a mochila e retirar uma navalha com uma lâmina bem afiada, o agressor disse:

- Agora sim senhor Antônio Oliveira Campos, você irá para o lugar que merece. Pro Inferno!


SETE COPAS (Degustação)Where stories live. Discover now