Capítulo 1 - Parte I

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Sexta-feira 6 de Julho, 21:45

A noite estava maravilhosa e prometia render bons frutos a Antônio Oliveira Campos. O empresário iria a uma festa de gala sozinho com o intuito de ganhar a confiança da filha do anfitrião, Alice Cerqueira Novaes, filha do governador do estado de São Paulo.

Antônio, um poderoso empresário do ramo de telecomunicações, era português de nascimento, mas brasileiro de coração. Ele viera com cinco anos de idade juntamente com os pais para São Paulo e aqui no Brasil fez riqueza ao comprar a maior empresa de telecomunicações local: a ABRANTEL.

No banheiro do seu flat situado na alameda Santos, Antônio realizava os últimos preparativos antes de ir à festa. Sobre a cama, o terno, a camisa e a calça estavam impecáveis. A lavanderia daquele estabelecimento prestava um serviço de excelente qualidade. Após fazer a barba, Antônio tomou um banho demorado e relaxante. Era extremamente vaidoso e cuidadoso com seu corpo e sua pele. Os cabelos foram lavados primeiro com xampu e depois enxaguados com condicionador. Os cabelos grisalhos era um dos "charmes" daquele homem de meia idade. Sua boa aparência e o seu status social faziam dele um homem extremamente cobiçado, principalmente pelas interesseiras. Fato era que Antônio não podia reclamar da própria sorte, pois por ser bonito e rico, ele tinha as mulheres mais lindas aos seus pés.

Depois de sair do banho, Antônio vestiu o seu roupão e antes de sair do banheiro foi até o espelho e analisou cada centímetro do seu rosto, afinal tudo deveria estar perfeito. Ele aproveitou para escovar os dentes e passar fio dental. Ao entrar no quarto ainda de roupão, Antônio pegou o seu celular e verificou se haviam chamadas perdidas e ou mensagens. Ele notou que haviam cinco chamadas perdidas e quinze mensagens de voz, após verificá-las Antônio decidiu que os seus parceiros empresários teriam de esperar até o outro dia. Antônio vestiu toda a sua vestimenta e por último calçou os sapatos de couro que brilhavam mais que diamante. Antônio se perfumou todo e ajeitou os cabelos grisalhos com gel fixador. Agora ele estava pronto para ir a festa e colocar todo o seu plano em prática.

Antônio chegou a festa e os seus olhos, já na entrada, encontraram os de Alice, a linda filha do governador. Os dois nunca haviam trocado duas frases sequer, porém, Antônio era galanteador e ao longo dos seus trinta e nove anos gozava de excelente forma. Assim que chegou foi logo falar com a mulher mais linda da festa. Antônio era belo, esbelto e muito esperto, atrás dos olhos castanhos e do cabelo grisalho havia um homem sedutor e inteligente. Com todas estas características marcantes não foi difícil encantar logo na primeira conversa a filha do homem mais importante do estado.

- Como eu devo chamar a mulher mais encantadora do estado mais rico do país? Princesa Alice ou a mulher dos contos de fada? (alusão ao clássico "Alice no país das maravilhas")

Alice abriu um sorriso complacente e ali Antônio soube que todo o seu charme havia dado certo.

- Apenas Alice. Respondeu ela.

Eles conversaram por quase quarenta minutos ininterruptos, Alice só deixou a companhia de Antônio, quando ela foi chamada pelo seu pai, o governador, que queria apresenta-la a alguns amigos políticos.

Mesmo longe momentaneamente um do outro, os olhares se cruzavam a todo o tempo. Antônio com um copo de bebida na mão direita a olhava sempre antes de tomar um gole do seu uísque. Antes do final da festa, Antônio conseguiu o seu objetivo. Numa pequena sala no fundo do grande salão de festas, Antônio e Alice trocaram beijos ardentes e acalorados. Os corpos roçavam um no outro num misto de paixão e perversão. Os dois sabiam que não podiam continuar aquela cena ali, pois alguém podia entrar e pegá-los no flagra. Eles ficaram com medo, principalmente de algum membro da imprensa, e numa ideia repentina e ao mesmo tempo calculada Antônio disse:

- Vamos para o meu apartamento? Fica perto daqui. Eu saio e vou embora, daí meu motorista volta e te pega. Um Hyundai Azera preto estará lhe esperando do outro lado da rua daqui a quarenta e cinco minutos, o que acha?

Alice olhou assustada para Antônio e consentiu com um gesto de cabeça. Ela não estava acostumada a ir pra cama com alguém que ela não conhecia logo no primeiro encontro, na verdade Alice nunca havia feito isto antes, mas como resistir a um homem como Antônio? Tão encantador, másculo e sedutor? Ela nunca havia sentido tamanha vontade de ir para a cama com um homem em sua vida, sua libido estava nas alturas e sem contar que eram só as preliminares, pois eles ainda não tinham chegado ao ato sexual. Alice ficou imaginando como seria se entregar àquele homem tão maravilhoso, e depois de alguns segundos ela sorriu e respondeu com firmeza.

- Combinado, daqui a quarenta e cinco minutos.

Os dois se agarraram e se beijaram por mais alguns minutos, até Antônio se desvencilhar de Alice, virar as costas e sair rapidamente. Logo do lado de fora da saleta, havia um banheiro com um grande espelho, onde Antônio ajeitou a gravata, pôs a camisa para dentro da calça e conferiu se tinha em sua pele ou em sua camisa algum resquício de batom, não encontrou. Apenas a sua camisa estava amarrotada, porém, Antônio abotoou o terno e todo aquele furacão que havia passado por ele dentro daquela sala havia dissipado completamente.

Antônio se despediu rapidamente do governador e de alguns ilustres convidados, como o ministro de Minas e Energia, e saiu alegando que teria que acordar cedo no outro dia. Ao sair do glamoroso salão que ficava na avenida Paulista, Antônio avistou o seu motorista. Antes de entrar no carro olhou de um lado ao outro e certificou que não havia nenhuma ameaça a sua reputação. O carro saiu em disparada rumo a alameda Santos, local onde residia o empresário.

Antônio estava com muito calor, aqueles beijos ardentes fizeram o suor escorrer debaixo do seu traje de gala. Então ele tirou o seu terno e o colocou no banco do carro. Depois Antônio olhou para o relógio e deu um sorriso, faltavam vinte minutos para ele ir para cama com aquela linda mulher, aquela seria mais uma da sua longa lista que contava com várias celebridades. Ele sentiu um orgulho gigantesco de si mesmo.

A noite reservava muitas surpresas para Antônio boas e ruins.

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23:55

Logo quando Antônio saiu do Club Homs, uma pessoa bem elegante sabia para onde ele estava indo e o que iria fazer. Essa pessoa havia acompanhado todos os passos do empresário desde que ele chegara na festa sozinho. Ao entrar na festa agiu discretamente o tempo todo, conhecia a maioria dos convidados daquela festa glamorosa. Todos ali naquele lugar eram falsos e nojentos. Havia conseguido um convite graças a um influente amigo político, no entanto, em troca de um "favorzinho".

Esta pessoa notou todos os passos de Antônio dentro da festa, desde o flerte com a filha do governador à ida de ambos a uma pequena saleta nos fundos do club. O poder de persuasão de Antônio era bem conhecido e ele fatalmente levaria aquela mulher pra cama. Depois de aguardar o desenrolar de toda aquela trama amorosa, a pessoa acompanhou quando Antônio saiu com o seu motorista num Hyundai Azera preto e teve a certeza que o seu plano seria executado com sucesso.

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SETE COPAS (Degustação)Where stories live. Discover now