Prólogo (Poemas a ninguém)

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Eu me lembro,
você é ninguém.
Se achegue, esteja à vontade
Sente-se em meu sofá tingido de vinho
Assista ao meu sofrimento comedido
Coma de minha aventura em desafortunada iguaria
Beba de minha poção adorável em melancolia.

Ninguém maltrata o fracassado coração maltrapilho
Ninguém sabe a dor na alma de vidas antigas
Ninguém conhece o coração apaixonado do impudico poeta
Ninguém busca no epílogo, a tristeza do paraíso
Ninguem regressa em tempo de compreendê-lo
Ninguém se atrasa ao fadado encontro ímpar
Ninguém julga insignificante a rotina eleita
Ninguem espera seu nome nas malfadadas linhas infiéis.

Entre por minha porta, observe a fechadura antiga
Cerrada por atraente rosa e espinhos, acúleos mortais
Desvie e esqueça a chave no beiral escondida
Faça do longilíneo retorno  aprazível

Ninguém se ilude no mesmo caminho velado
Ninguém se arrisca por medo de esquecer o segredo
Ninguém nasce sem subsistir o espírito errante
Ninguém morre um velho sábio  itinerante
Ninguém, aonde habita?
Ninguém foge em tortuosa linha silenciosa
Ninguém esquece o modesto trem que passou

Seja bem-vindo ninguém, idolatrado seja!

Seja bem-vindo ninguém, idolatrado seja!

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Sublime Submerso

Créditos da Capa @RamonLuks

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