Darkness of Soul | Livro III | Romance Gay

Capítulo 1 - Batalha Interna ⓘ

Eu estava deitado.

O céu escuro emanava raios e trovões constantemente que incendiava o céu turvo. Apoiei-me no chão seco e sem vida e olhei para meu corpo, a barriga não estava mais lá. Minhas mãos passaram sobre e eu senti um vazio. Levantei com dificuldade, o vento açoitava minha face e trazia a areia constantemente como uma tempestade de areia sem fim.

As sombras dominavam ate onde a vista não poderia alcançar, arvores secas e sem vida dominavam a planície. Então uma sombra caminhava em minha direção e parou a centímetros de mim. Sua face trazia um sorriso no rosto, e ela era tão familiar que não havia como esquecer.

Lucius.

- Olá Diego. – disse em meio a um sorriso enquanto estalava o dedo.

O vento subitamente parou e a poeira começou a baixar deixando a visão daquele lugar mais clara.

- Onde eu estou?

Ele gargalhou.

- Onde acha que esta? – ele me olhou e sorriu de forma irônica.

- Eu não sei... Só me lembro de...

- Violet. – ele completou.

- Eu...

Ele riu novamente.

- Sim, esta morto. Na verdade você não poderia morrer.

- Como assim eu não poderia morrer?

Ele estalou os dedos e da areia do chão se formou um enorme trono com esmeraldas e pedras preciosas incrustadas, banhado a ouro. Ele se sentou e me indicou um trono idêntico que também havia aparecido atrás de mim.

- Você nunca se perguntou por que ficava com os olhos...

Então seus olhos se tornaram tão negros, quanto aquele lugar.

- E porque eu tenho os mesmos olhos? – ele continuou. – Porque eu estou morto, quando nenhum dos seus lobos protetores pode me matar.

Olhei pasmo a ele. Isso era uma grande verdade. Ele não poderia estar morto, seu corpo se regenerava no instante em que conseguia se desvencilhar do seu oponente.

- Alias são tantos mistérios não é mesmo Diego? Inclusive a morte dos seus pais. O que dirá foi um golpe de mestre.

Meus olhos se tornaram negros, agora eu podia sentir a escuridão em meu corpo que lutava para sair. Ele me olhava e ria.

- Apesar de que eles não eram seus pais de verdade.

- O que? Cale sua boca seu mentiroso! – gritei.

O chão ao redor dele rachou, e lava emanava do lugar arenoso. Ele olhou vagamente para o chão e me olhou nos olhos. Então surgiram das sombras uma garota, eu a conhecia ela era da alcateia de Eric.

Clarice.

Seus olhos estavam negros como os meus. E do lado oposto surgiu uma senhora que caminhava devagar, meus olhos não podiam acreditar no que eu estava vendo.

- Tia Eliza!

As lagrimas corriam pelo meu rosto enquanto a rachadura aumentava no chão ao redor de Lucius. Seus olhos eram tão negros quanto os meus.

- O que você fez? – gritei.

- Nós... – disseram em uníssono.

Olhei perplexo. A junção das vozes se tornara tão monstruosa que ecoava e fazia com que meus pelos se eriçassem. Era como se eu estivesse na frente de demônios.

- Para tudo a uma explicação Diego. Mas agora porque não pensa no seguinte: Quem é você? O que você é de verdade? De onde você veio? Nada que aconteceu foi por acaso, tudo é muito mais do que parece. As respostas esta em todos nós e em você também...

Eles esboçaram o mesmo sorriso.

- E o que eu sou? – conseguir dizer.

- Você é muito poderoso Diego. Mas do que imagina.

Comecei a rir.

- Isso não é verdade, você precisa de mim para alguma coisa. – meus olhos se estreitaram – Agora, para que?

- Dybbuk Divisio.

Fiquei inerte. Eu já ouvira aquela expressão, mas não parecia nada de mias. O que poderia ser?

- Vou lhe mostrar. – disseram os três juntos.

A fumaça negra começou a emanar da boca dos três formando uma nuvem circular de trevas que se estendia no chão, então faíscas de luz começaram a sair da mesma enquanto os três ficavam de boca aberta olhando para o vazio daquele céu obscuro com seus olhos totalmente negros e da fumaça começava a tomar forma e...

Luna se aproxima de mim. Fecha os olhos e toca a minha barriga. Ela os reabre de repente, seus olhos estão completamente negros, eles mudam de cor para um branco e logo depois para um azul. Aquela visão estava me assustando. Então os olhos dela voltam ao normal e ela me olha apreensiva.

- Então? – Lana a olhou.

- O que você viu? – falei impaciente.

- Dybbuk Divisio.

- O que? – falamos em uníssono.

- O que isso quer dizer? – perguntou Caius serio que havia entrado sem ser notado.

- Eu ainda não sei – disse Luna ainda em choque. – Sei que é algo forte e poderoso e que você, Violet estão envolvidos. Mas há mais alguém. Mas eu não consigo ver quem pode ser.

- Eric? – disse Caius.

- Não. – disse Luna balançando a cabeça. – Ele tem a mesma energia de Diego e Violet.

- Não é nada que eu já tenha visto antes. – disse Lana concluindo.

- Mas eles estão bem?

- Sim. – disse Luna – Só é estranho o que eu ouvi.

- E o que você ouviu? – falei exasperado.

- Unterium.

- E o que isso quer dizer? – disse Caius ainda serio.

- Aquele que foi gerado por parte da alma.

- Isso é obvio – disse em resmungo. – Eu sou uma parte e Eric a outra.

- Não como você pensa Diego. – disse ela me olhando feio.

- E como seria isso? – perguntou Lana.

- E como se ela estivesse em dois corpos ao mesmo tempo, alem do seu. Como se ela vivesse também em outro feto. Como se ela estivesse sido dividida ao meio.

- Impossível. Ela esta inteira. – falei irritado.

- A alma Diego. A alma dela.

Então a imagem se desfez e me vi novamente sendo observado pelos três.

- Esta na hora Diego. – disseram.

- Do que? - os olhei receoso.

Eles riram e abriram a boca novamente. Um grito estridente ecoou em meus ouvidos. A fumaça negra caminhava ate o meu corpo e me prendia. Os três continuavam parados e seus corpos começavam a flutuar e formar um triangula ao meu redor, então a fumaça me apertou, prendendo-me completamente. E forçando a minha mandíbula para que ela abrisse.

Senti a escuridão tomar meus olhos e eu forçar minha saída, mas os três juntos eram de mais ate que a fumaça começou a adentrar dentro do meu corpo.

- Aaaaaah!

Quando dei por mim meu corpo foi jogado ao chão e os corpos de Lucius, Tia Eliza e Clarice foram engolidos pela areia. Olhei para minha frente e eu não estava acreditando no que eu estava vendo, próximo a mim em pé com um sorriso sarcástico no rosto.

- Olá Diego. – disse ele. – eu sou Diego, seu lado mais sombrio.