Capítulo 11

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Num piscar de olhos, as duas já estavam sentadas o mais longe possível uma da outra.
_Mãe, o que você está fazendo aqui? -pergunta Raquel concertando a blusa.
_Pelo que eu saiba, eu moro aqui!
_Mas você não ia trabalhar? -seu rosto queimava de vergonha.
_Hoje não... -virou se para Marina- você de novo?
Marina sorri dando de ombros.
_Pois é, né!?
A mãe de Raquel olhou para ela depois olhou para Marina, voltou a olhar para Raquel depois para Marina, para Raquel e novamente para Marina. Balançou a cabeça espantando os seus pensamentos.
_Que se dane vocês duas! Voltem a fazer o que estavam fazendo -foi em direção a cozinha para preparar um café- finjam que eu não estou aqui...
_Sim senhora! -disse Marina quando a mãe de Raquel saiu da sala.
Marina a puxou para perto dela, mas Raquel a afasta dando um tapa em seu mão.
_Ei! -Marina protesta.
Raquel se levanta.
_Comporte se!
Marina se levanta abraçando a por trás.
_Vamos para o seu quarto... -a empurrava em direção as escadas.
_Não, espere... -disse Raquel já com o pé na escada. Vira se- espera uns minutinhos aqui enquanto eu arrumo rapidinho o meu quarto, ele tá uma bagunça.
Marina ri.
_Eu já estou acostumada com a sua bagunça.
Raquel entrelaça os seus braços em volta do pescoço dela.
Marina continua depois de beija-la.
_Eu tenho uma ideia melhor. Que tal irmos para a minha casa? Eu moro sozinha e ela não está bagunçada...
_Eu pensei que você não me quisesse mais na sua casa.
_É claro que eu quero, sempre! Mas quero começar do zero com você... - pensou um pouco- começar do zero vírgula nove... quero te fazer feliz.
_Você já me faz feliz.
_Quero estar sempre perto de você, não quero mais brigas, desconfianças...
Raquel revira os olhos interrompendo a com um beijo.
_Eu vou me trocar, espera ai.
_Tudo bem.
Se despedem com um beijo, Marina a puxa para mais um beijo e a puxa novamente para mais um e mais um e mais um beijo de despedida até Raquel se desvenciliar de seus braços e subir as escadas correndo.

Já na cozinha da casa de Marina, Raquel notou o seu garrancho no bilhete pregado na geladeira com um imã. Pegou o para joga-lo no lixo.
_Nem pense nisto! -disse Marina pegando o da sua mão.
_Por quê? -Raquel sentia vergonha do que escrevera ali.
_Porque esta é a única prova que eu tenho a onde você fala o que sente -disse desamassando o papel, depois o dobrou em quatro partes.
_Mas não foi em um momento bom... -diz Raquel encostando na mesa.
_Não importa a ocasião e sim a intenção -guardou o papel dobrado na primeira gaveta do armário da cozinha- está com fome?
_Não.
Por que? Está doente? -pergunta Marina espantada.
Era muito difícil Raquel rejeitar comida, nas raras ocasiões em que não sentia fome ou era por estar doente ou por causa de Marina.
_Estou...
_O que você tem? -pergunta Marina aproximando se para ver se estava quente.
Raquel sorri.
_Eu tenho você!
Marina a beija.
_Então... -diz entre os beijos- eu... acho... melhor... você... comer... vai precisar de muita energia para mais tarde.
_E não dá para ser agora? -pergunta puxando Marina para mais perto.
_Humm... é tentador, mas não. Você precisa comer.
As duas se olham por um tempo.
Raquel suspira.
_Eu te amo minha doidinha -diz Marina por fim- não quero te perder de novo.
Não há nada neste mundo que descreva o tamanho da felicidade de Raquel naquele momento, o sorriso se alargava cada vez mais. Não disse nada, Marina também não esperou que dissesse, depois de beija-la, virou se para preparar alguma coisa para comerem.
Raquel a observava em silêncio. O modo como mordia os lábios concentrada no que estava fazendo, suas mãos ágeis, seu rosto, os traços de sua boca...
Suspira novamente.
_No que você está pensando? -perguntou Marina se aproximando.
_Nada.
Marina beija o seu pescoço...
_Certeza?
_Sim.
Deslizava a ponta da língua pelo pescoço de Raquel até chegar na sua orelha, mordendo a.
_Absoluta?
_S-sim... -Raquel fraqueja.
Preciona o seu corpo contra o de Raquel segurando o seu cabelo, Marina a morde chupando o seu pescoço.
_O quê?
_Não sei... -Raquel estava com as pernas bambas.
_Não sabe o quê? -com a outra mão livre, acariciava lhe os seios.
_Cala a boca! -Raquel procurava a sua boca, não achou.
Marina se afasta sorrindo.
_Vem me calar!
Raquel se aproxima beijando o seu pescoço, desabotoou a sua calça.
_Que garota abusada! -diz Marina segurando a mão de Raquel que já estava quase dentro da sua calça.
_Você não viu nada!
Enquanto Raquel avançava pelo caminho, Marina prendeu o cabelo calmamente deixando Raquel fazer o que quisesse.
Mas Marina a afasta, havia permitido demais que Raquel continuasse ali.
_Eu preciso terminar aqui e você precisa comer -disse se virando.
Raquel não questionou, só disse um "tudo bem". Sentou se na cadeira esperando Marina terminar.
Minhocas começavam a surgir em sua cabeça sobre Marina.

NÃO É A MINHA CULPA SER ASSIM!!!  (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora