Capítulo 19

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Nova Jersey     quinta-feira     18 de novembro de 2016    04:43pm
Justin
Passei reto, simplesmente a ignorei, fingi que ela não existia, continuei minha conversa normalmente com Marina enquanto passava por ela com aquele sorriso falso.

-É quando a família se reúne, a cidade fica cheia de luzes e cores. É meu feriado preferido sem dúvidas.

-O meu também, no orfanato era um dos únicos feriados que era comemorado.

-Comigo você vai comemorar até o dia mundial do chapéu. -Nós rimos e ela fez uma careta.

-Existe isso?

-Não faço a mínima ideia, mas se existir nós comemoramos.

-Às vezes você é meio sem noção, você não sabe nem quando foi a independência dos States.

-Não me recordo no momento. -Ela riu e eu a acompanhei, caminhamos em silêncio por um tempo, mas eu precisava dizer que ela mudou a minha vida. -Eu não sei se eu já te disse isso, mas você é muito especial pra mim. Você não sabe, mas você me ajudou muito.

-Por que está me dizendo essas coisas? -A confusão estava estampada na sua cara, eu não entendia o porque.

-Porque é a verdade, eu não tenho medo de demonstrar sentimentos. Eu senti que deveria comentar o que você significa pra mim.

-Você também é muito importante para mim.

Nova Jersey     quinta-feira     18 de novembro de 2016    05:23pm
Justin
-Não era pra você me molhar imbecil. -Marina estava encharcada enquanto eu ria, minha barriga estava doendo e eu tentava equilibrar o guarda-chuva sobre meu ombro.

-Você... Tá linda assim. -Fiz uma pequena pausa enquanto ria, ela estava com o cabelo grudando no rosto e o guarda-chuva que ela segurava antes estava ainda aberto usando o chão como apoio.

-Você vai ficar lindo igual eu se não parar de rir.

Com isso só fez que eu risse ainda mais, fechei meus olhos junto com o ato, não vi quando Marina se aproximou, apenas senti quando suas duas mãos atingiram meu peito me fazendo desequilibrar, quando percebi minhas costas estavam no gramado do Sr. Smith e ela gargalhava enquanto a chuva a molhava. Me sentei rindo também e estiquei minha mão pra ela me ajudar. Estendeu seu braço pra mim, eu segurei e ao invés de me levantar, eu a trouxe junto à mim.

-Justin! -Rimos juntos e eu a abracei.

-Vamos embora. -Faltava apenas três casas para chegar até a minha. Me levantei primeiro e ajudei ela a se erguer.

-Que frio. -Dissemos juntos e um sorriso discreto brotou em nossos lábios, um sorriso um pouco envergonhado, por que ficaríamos envergonhados? Marina recolheu o guarda-chuva e o fechou assim como eu, ela abraçou o próprio corpo, me aproximei e passei meu braço por seu ombro, caminhamos na chuva silenciosamente até chegar em casa.
Quando chegamos em casa minha mãe estava na cozinha, mas antes de eu pensar em entrar ela apareceu dando sermão e depois buscou toalhas secas. Eu e Marina fomos correndo até o quarto apostando uma corrida à qual eu obviamente ganhei.
Entrei no chuveiro e perdi a noção do tempo aproveitando a água quente, as gotinhas apostavam uma corrida por meu corpo até atingir os meus pés e se jogarem no chão se misturando com a água que vazava pelo ralo. Fechei o registro e me sequei no banheiro mesmo, peguei uma cueca box na gaveta e a vesti. Saí do banheiro e segui até o quarto, Marina estava esparramada na minha cama com fones de ouvido, mexendo no meu celular descontraidamente, tanto que nem percebeu quando saí sem toalha nenhuma em meu corpo. Segui para o closet e vesti uma roupa, um pijama com o pano de algodão liso, em um bege estranho, lembro-me de ter o ganhado em um amigo secreto.

A Melhor Coisa Que Me Aconteceu (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora