Viagem a Londres

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- Já faz um mês mãe... – Disse Heather. – Ele está assim há um mês, eu não sei mais o que fazer.

- Como você acha que estou me sentindo, Heather? Eu estou vendo meu filho sofrer e não posso fazer nada para diminuir esse sofrimento. – disse Liliane com a voz embargada.

- A gente tem que fazer alguma coisa. O Joseph não pode ficar assim para sempre. Ele está sofrendo demais.

- Filha... acho que nós temos que dar tempo ao tempo. Temos que acreditar que ao final tudo dará certo.

- Eu sei, mas é muito triste ver meu irmão sofrendo desse jeito. – Disse triste. - O Henrique entrou em contato com a Diana, parece que ela está sofrendo da mesma forma que ele, apesar de dizer que está tudo bem. Porque esses dois não se acertam logo? A gente podia fazer alguma coisa.

- Heather eu não vou me intrometer, aliás, nós nãos vamos nos intrometer. Eu conheço minha irmã, no momento, ela está chateada demais para perdoar o Joseph. Deixa as coisas se acalmarem um pouco e no final talvez ela o perdoe.

- Será Henrique?

- Sei que vai. Diana não consegue guardar mágoa de ninguém. Ela fica chateada, irritada, até mesmo agressiva num primeiro momento, depois, acaba aceitando as coisas.

- Então ela e o Joseph irão reatar? – Disse cheia de esperança.

- Isso eu já não sei te dizer, tudo vai depender do Joseph. Diana odeia que desconfiem dela, se o Joseph não conseguir comprovar que confia nela totalmente, dificilmente a relação terá futuro.

- Mas eu sei que o Joseph confia nela. Ele a ama. – Disse a Sra. Marshall. – Acontece que aquele homem malvado conseguiu envenenar a cabeça de Joseph, por mais que doa a Diana, ela tem que entender que Joseph não acreditou naquele homem no passado e aconteceu tudo o que aconteceu.

- Eu sei! Sei que a Diana também sabe disso, só que os Mason tem sangue quente, reagimos primeiro para depois pensar.

- Eu é que sei. - Disse Heather.

- Mas você me ama mesmo assim. – Heather deu de ombros. – Heather?

- Claro que amo seu bobo. Amo-te desde o dia que te conheci.

- Eu também. – beijou a testa de Heather. – Não se preocupe, tudo vai acabar bem.

- Eu só queria que meu irmão, que meus irmãos – se corrigiu – fossem felizes iguais a mim.

- Serão! É só a gente dar tempo ao tempo.

- O Henrique tem razão. – Disse a senhora Marshall ficando de pé. - Vou pegar um chá. Alguém quer? – Heather aceitou, Henrique não. Odiava chá, era um costume inglês ao qual nunca iria se habituar.

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Joseph estava em casa tentado mais uma vez falar com Diana ao telefone, era um ritual que se seguia havia um mês, ele ligava tentando falar com ela, mas ela nunca atendia ou retornava suas ligações, não a culpava por isso, sabia que tinha sido um idiota por ter duvidado dela e quase ter acreditado no que Mitchell dizia. Mitchell, na mesma semana que Diana foi embora, a sua única fonte de alegria foi ter colocado o calhorda atrás das grades, graças a Diana, é claro. Nunca se esqueceria da cara de triunfo que ele fez, pensando que Joseph tinha ido ceder a sua chantagem, ser substituída pelo pânico quando foi levado preso pela polícia sob as acusações de estelionato, fraude, sabotagem e chantagem. Agora estava ali, mas uma vez tentando em vão falar com ela. Pensar na recusa dela em atendê-lo era certeza de um aperto no coração, Joseph não queria se desesperar, mas não estava conseguindo. Depois de Henrique o ter perdoado, por achar que a irmã havia tentado enganá-lo, foi pedir um conselho para ele para saber se devia ou não ir até o Brasil falar com ela. Henrique tinha dito para ele não ir, pelo menos por enquanto, Diana estava muito sentida com tudo que havia acontecido e, dessa forma, não escutaria nada que Joseph dissesse, mesmo que ele tivesse voado milhares de quilômetros. Só bastava então, ficar ali remoendo sua culpa, esperando que Deus iluminasse seu caminho e tivesse uma ideia para poder reverter aquilo tudo.

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