Sobre essa noite

63 5 0
                                    

Quando entrei naquela boate eu só pensava em achar o cara mais lindo, seduzi - lo, leva-lo para cama e ter uma história louca para contar um dia.
Estava cansada de não ter nenhuma aventura para contar do meu passado, nem que fosse uma da qual pudesse me arrepender, se iria conseguir ou não só na manhã seguinte eu iria descobrir, com a quantidade de álcool certa e ousadia gerada por ele, fui em busca da aventura da minha vida.
Eu e Léia entramos naquela escuridão, Léia minha amiga de quarto, Carioca, com gingado e um sorriso que tirava o fôlego do nosso corredor misto, me inspirava, essa minha amiga corajosa, dizia que eu precisa ser mais decidida, para ela eu era Alice, e ela sempre me dizia:

- Olha só Alice, toda as vezes que te vejo nesta indecisão me lembro deste trecho do livro
"Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."(Alice no País das Maravilhas)
-Pare de indecisão menina, escolha onde quer ir.

Eu precisava tanto dela que fomos dividir um apartamento quando eu terminei meu curso e ainda faltavam um semestre do dela.

Entramos, música alta, eu nos meus saltos ousados, vestido curto solto ousado, cabelos longos soltos ousados, lingerie ousada, maquiagem leve, uma carteira de mão só com algumas notas, celular, documento e batom, parti para o ataque, em dois minutos Léia já sabia onde ir e me deixou.

Parei no bar pedi um mojito, dei um olhar ao redor e bingo, já sabia o alvo, tremendo mais que vara verde dei um longo gole no meu mojito e fui, escolhi onde ir. Como cheguei até aqui?

Tudo começou no meu terceiro ano de faculdade, Lucas começou a fazer aulas comigo, entre um olhar e outro começamos a sair, desde do primeiro encontro Léia dizia "abre os olhos, este aí não presta Alice" ela até hoje diz que vivo no país das maravilhas.

Comecei a estudar marketing por causa do meu tio Daniel, quer dizer o melhor amigo do meu pai, também pela nossa nova condição financeira, meu pai vinha colhendo insucessos pós crise de 2008 no mercado de ações, tio Daniel tem uma das mais renomadas agências de publicidade da costa oeste. Como ele se ofereceu para custear meus estudos, e uma boa vaga no seu seleto time, fui quase obrigada a aceitar, querer mesmo, eu queria ser, bem eu não sabia o que queria ser, ainda.

Lucas era lindo, alto, malhado, sedutor, olhos azuis, começamos a sair com freqüência, não demorou muito para ele começar a sair com uma, outra e outra, eu nunca consegui largar dele, como ultimamente o ameaçava com freqüência dizendo que não haveria mais perdão, claro que ele sentia minha insegurança e ele pedia um tempo quando queria aprontar, e eu 9 aceitava de volta.

Eu mais perdida que nunca sabia que não o amava, mas ele era gostoso e eu não tinha nenhuma aspiração ao amor, achava o casamento dos meus pais monótono, meus namorados até Lucas eram bobinhos, desde de que não houvesse risco e eu me prevenia, eu me mantinha na zona de conforto, até aquela noite.

O cara de pau me ligou dizendo que estava resfriado e cancelando nosso jantar, só que ele escolheu jantar com outra na esquina da minha casa, Léia viu e não me falou nada, apenas não exitou quando a chamei para jantar no mesmo lugar. Ela apenas disse que talvez eu perderia a vontade de comer quando chegasse ao restaurante e foi o que aconteceu.

Para minha surpresa ele me apresentou como uma colega e ainda teve a capacidade de me convidar para sentar junto com eles. Eu tive uma crise de sanidade e joguei seu copo de cerveja em sua cara e avisei a menina.

Léia me tirou do transe com aplausos e me puxou para fora, num rápida crise de choro eu decidi deixar o sangue correr em minhas veias e Lucas nunca mais. Eu só tinha uma certeza essa noite.

Na manhã seguinte Onde histórias criam vida. Descubra agora