Cabo de Guerra

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- Você me assustou. - Falei para Jake ao abrir a porta. - Como conseguiu chegar aqui tão rápido?

- Resposta simples, quer tentar deduzir? - Ele parecia aborrecido e se estava aqui embaixo tão rápido, ele nos seguiu.

- Você não levou Julia para casa, e nos seguiu. - Ele pegou minha bolsa e me puxou pela cintura, passou uma das mãos pelo meu cabelo.

- A coloquei num táxi e sim os segui, e o vi beijar essa boca. - Ele passou os dedos sob meus lábios. - Não gostei. - Ele abriu a porta para que eu entrasse, dando a volta e entrando no carro.

- Não sei o que dizer sobre isso, nem como me comportar depois disso. - Ele fechou nossos cintos, focou nos meus olhos.

- Como se sente Claire, diga a primeira coisa que passar pela sua cabeça, não precisa ter lógica, apenas exponha seus sentimentos. - Achei aquilo extraordinário, nunca ninguém se preocupou com o que passava pela minha cabeça.

- Cabo de Guerra, é isso que me vem a cabeça Jake. - Ele fez um carinho em rosto. - Me sinto puxada de um lado para o outro, isso é novo e desgastante, não estou habituada a fazer valer a minha vontade em relação as outras pessoas por mais mimada que me julguem.

- Claire, você quer subir, quer ir comigo para casa, quer que eu a deixe só,  quer que eu suba? Você me dirá, não quero ser o que vence porquê a puxou com mais força, quero ser a sua escolha. - Meus olhos lacrimejaram.

-  Não sei Jake  se sou merecedora de tamanha sensibilidade.

-  Apenas aceite Claire,  tudo que recebemos é nosso por direito,
“Entenda os seus medos, mas jamais deixe que eles sufoquem os seus sonhos.”Alice no País das Maravilhas - Ele recitou Lewis Carroll para mim. - Não sou bonzinho, ou bobo, sou apenas uma pessoa que a conheceu de verdade, no dia que você fingiu ser Alice você apenas interpretou você, vou aguardar Claire, não dividir.

-  Não sei dizer não para as pessoas Jake. - Minha voz era cheia de angústia,  ele soltou nossos cintos, me puxou para seu colo, como alguém pode ser tão perfeito?

- Vai ter que aprender minha Alice, se não vai machucar mais a você que as pessoas, sou filho único, de pais militares, ao contrário do que as pessoas pensam não cresci sob um regime tão rígido, não precisei, eu não os desagradava, quando entrei na adolescência fiquei perdido, foi quando minha mãe me ensinou o que eu disse para você fazer. - Ele falava com serenidade, acariaciava meus cabelos.

-  Sobre o que viesse na cabeça? E foi assim que você se tornou este cara criativo com projetos incomparaveis,  além de gato? - Ele sorriu.

-  Não, minha mãe falava que dizendo o que vem a cabeça vem com grandes responsabilidades, e me ensinou com isso expor minhas ideias e pensar nas consequências delas, "o gato" é genético. - Dei um tapa e nele. - Seja você Claire, apenas seja você, é tudo que precisar fazer, todos vão gostar da mulher ousada por baixo dessa frivolidade que você demonstra.

- Então você me acha frívola? - Me senti um pouco ofendida.

- Não Claire,  não a acho frívola, eu a vejo por trás dessa aura mimada, da sobrinha do dono, da filha única, vejo aquela menina ousada da boate que quis transar com um estranho só para ter uma história para contar, agora que já tem,  não faça mais isso. Sou muito feliz por ser sua história.

- Como você pode ser tão encantador? Isso é de verdade? Eu namorei por quase dois anos com Alex e nem sei como ele é, e agora que ele decidiu me mostrar tem você, eu não o amo Jake, mas não posso mentir que gosto dele.

- Shiii, não queira fazer tudo de uma vez só Claire, você está insegura, eu também estou, quero que me escolha, eu me sinto a vontade com você,  e sei que você tem medo de sair da sua zona de conforto, todos temos Alice.
Não estou desapontado com você por isso, para falar a verdade estou bem contente, se você simplesmente o largasse sem se questionar eu ficaria mais inseguro.

Na manhã seguinte Onde histórias criam vida. Descubra agora