O valor de uma amizade

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O dia começou de maneira diferente, pensar diferente, na minha vontade primária era novo,  eu devia isso a Jake, e só por isso eu me apaixonava mais, nunca havia tido o rompante de medir o reflexo de seguir minha vontade ou a dos outros.

Me espreguicei na cama, senti um prazer pelo dia incomum, quando abri meu guarda roupas, olhei meus belos vestidos em tons pastéis, minhas meias finas, meus scarpins e pensei, eu realmente gosto disso, mas também gosto de outras cores.
Lembrei do vestido que estava  quando conheci Jake, estampado solto e curto, o peguei, não era adequado para trabalhar, vesti um jeans colado, uma sandália anabela, um cinto largo, puxei um pouco o vestido, pus um blaser por cima.
Checando minha imagem no espelho não imaginei aquele cabelo preso, coloquei duas presilha nas laterais, caprichei nas pulseiras e colares para dar um ar mais sofisticado, uma maquiagem mais alegre, e porque não um perfume diferente?

Ao passar pela sala ganhei da Alyne um sonoro:

- Uau, quem é você?

- A nova eu, muito prazer. Você também está linda! - Quando foi a última vez que elogiei minha amiga? havíamos entrado num ciclo tão vicioso, ela atacava e me defendia que eu havia me esquecido de dizer a ela palavras generosas tipo, como adoro seus cabelos!

- Obrigada. - Ela retribuiu com um sorriso.

- Quer tomar café? - Eu sempre tomava no trabalho com tio Daniel, mas poderia fazer diferente.

- Você costuma tomar café na agência! Não quero mudar sua rotina.

- E por que não? As vezes é preciso começar as fazer as coisas de uma maneira diferente se quisermos resultados diferentes. - Aquele tipo de momento eu costumava ter com Léia, e talvez não tenha dado essa oportunidade à Alyne desde que veio morar comigo, embora nos conhecêssemos a mais tempo.

-  Quer café? Tenho um brownie delicioso que fiz no final de semana. - Ela me estendeu uma xícara e um prato.

- Parece bom começar o dia com um pouco de açúcar, não? Como foi seu final de semana? -  Ela parecia bem surpresa.

- Quando é que deixamos de falar de você, para falar de mim? - Eu fiquei um pouco tensa, não queria estragar meu primeiro dia como CIO e seria um disperdicio de açúcar começar o dia brigando, resolvi desarmar.

- Alyne eu não posso adivinhar que isso a incomode se você não me disser, eu não preciso ser o centro sempre, apenas busco o consolo de vocês e você deveria fazer o mesmo. - Não alterei meu tom, acho que eu parecia mais triste que desapontada e ela notou.

- Talvez você tenha razão.

-  Eu terminei com Alex e seu namoro como está? - Ela teve uma reação de surpresa.

- Eu não estou mais namorando há duas semanas.

- Você nem me contou, a semana passada pensei que você tivesse dormido fora?

- Não tive vontade de contar. Contei para as meninas. Nosso jantar está de pé? Eu preciso ir se não vou me atrasar. - Percebi que não era hora de forçar a barra, nem todos tem o hábito de deixar as coisas para trás,  há quem tenha a necessidade de resolver.

- Também preciso, você quer jantar em casa ou sair?

- Acho que prefiro ficar em casa, coloquei um vinho pra gelar, passo para pegar umas folhas frescas e cogumelos para você preparar.

- Bom dia para você Alyne. - Ela assentiu e saiu, terminei meu brownie e fui para o escritório.

- Bom dia Daisa.

- Bom dia Claire, você está muito bonita hoje. Jake e seu tio já estão na sala de reuniões e a esperam.

- Obrigada Daisa, você também está bela, como sempre. - Ela sorriu com ternura, quando foi a última vez que havia dito isso a Daisa?

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