Não dá pra esconder, não mais.

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Pov Lauren.

Suspirei, me remexendo na cama, tentando não me importar com o barulho que vinha do andar de baixo. Eu conseguia ouvir as vozes de Rachel e Mônica, personagens da série de TV favorita de Camila, "Friends", também escutava as risadas da Cabello e de Tay, as duas faziam uma maratona, na minha sala. Mas eu não podia reclamar, havia dado o dia de folga para Camila hoje, ela merecia até, afinal, desvendou o crime, e ainda foi feita refém pela ex namorada. Só, que Camila não era uma vítima comum, pessoas normais ao serem feitas reféns, choram, imploram pela vida, ficam traumatizadas. Camila não chorou, nem pediu para Ariana não fazer nada, mas ao mesmo tempo ela estava assustada, como se aquilo a fizesse se lembrar de algo e a deixasse em um estado de choque. Ela não comeu quando chegou em casa, e pela luz e som que saía da casa dela, também não havia dormido noite passada. E quando apareceu aqui pela manhã, não falou nada, até eu dizer que ela poderia ficar em casa, e então Tay sugeriu a maratona.

Com Camila aqui, eu também resolvi permanecer em casa, só não na sala, não precisava de mais confusões em minha mente sobre Camila. Principalmente depois de ontem, ver Camila, com uma arma apontada em sua direção, não foi nada bom, eu realmente me assustei. E uma agente do FBI em ação, nunca pode ficar assustada.

Resolvi me levantar da cama, precisava de um banho, já passavam das 11 horas da manhã, e eu precisava fazer um almoço decente. Gostava de passar um dia qualquer da semana em casa, somente com uma calça de moletom, regata e meias nos pés, e um coque na cabeça, tão mais confortável.

— Vocês não ficam surdas!? — perguntei um pouco divertida, passando pela sala, vendo Camila e Taylor rindo e a TV quase no máximo.

— Oi!? — Taylor perguntou confusa, colocando pause na TV e me encarando.

— Isso responde minha pergunta — murmurei risonha para mim mesma, negando com a cabeça — Vou fazer o almoço, algum pedido específico?

— Qualquer coisa que seja massa — Tay respondeu e eu assenti, deixando meu olhar cair sobre Camila.

Os cabelos presos em um rabo de cavalo, a camisa xadrex aberta, revelando a blusa preta que vestia por baixo, a jeans apertada, marcando suas coxas. Mas os olhos meio vagos ao me olhar, um pouco desconfortável e sem jeito, eu não podia a culpar. Nós nos beijamos, e foi bom, incrível e calmo, e eu saí correndo, e ainda a evitei por semanas.

— E você, Cabello? — perguntei, tentando fazer ela se sentir mais a vontade.

Péssima ideia a chamar pelo sobrenome.

— Qualquer coisa está bom — respondeu baixo e eu apenas assenti, fazendo meu caminho para a cozinha, e ouvindo a TV novamente.

Tentei deixar os pensamentos sobre Camila de lado, enquanto eu fazia o almoço. Achei uma massa pronta de lasanha e sorri, seria isso mesmo. Comecei a cozinhar sem muita pressa, eu não estava com tanta fome e sabia que aquelas duas haviam comido besteiras durante a manhã. Enquanto preparava a comida, ouvi meu celular tocar e rapidamente o peguei do bolso de trás da minha calça.

— Jauregui.

— Por que você não pode ser uma pessoa normal que diz "alô?" — a voz do meu irmão soou do outro lado e eu soltei uma risada baixa — Heey Laur.

— Oi Chris, e só pra constar, você sabe que não sou normal — respondi divertida — Mas então, o que me dá a honra dessa ligação?

— Ha ha ha engraçadinha — ele resmungou e eu ri — Eu estou ligando porque estou com saudades.

— Saudades de mim ou do meu dinheiro? — provoquei e o ouvi bufar, o que me fez rir.

— Assim você me ofende, maninha — ele resmungou e eu revirei os olhos — Mas já que tocou no assunto, umas 100 pratas não seria recusada.

Between Law and Love (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora