A preocupações de um Plark e o Pó de Lua de Lori

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— Hoje eu vou te mostrar meu pote de pó de lua. Já falei com minha mãe, e ela vai até fazer biscoitos pra gente!

Eu amava biscoitos! Meu pai fazia alguns de vez em quando, sempre que podia. O que era meio raro, mas mesmo assim ele adorava cozinhar pra mim e pra mamãe.

Vocês tem uma infinidade de tipos de biscoitos aí na Terra, não é? Eu queria comer alguns daí, parecem deliciosos.

— Eu vou adorar ver seu pó de lua. Vamos!

Nós corremos do balanço até o portãozinho azul da casa de Lori. Era a segunda vez que eu ia lá, mas ainda me sentia meio tímido, com um pouco de medo de quebrar alguma coisa sem querer ou dizer algo errado.

As preocupações desnecessárias de um pequeno Plark.

— Oh, querida, você já chegou? — a senhora Klinf disse surpresa.

— Sim, mamãe. O vento de inverno está frio hoje, não é Jimin?

— Sim, é verdade senhora.

— Ótimo pequenos, vocês podem subir para ver o pó de lua de Lori. Depois descam aqui pra comer, meus biscoitos estão quase prontos!

— Okay mãe, nós já descemos.

Ela correu e subiu as escadas, pisando forte em cada um dos degraus e me deixando pra trás. Eu subi devagar, dando pulinhos, tomando todo o cuidado do mundo.

— Venha Jimin, meu quarto é aqui.

A gente passou na frente de uma porta grande e azul escura, que parecia que tocava música.

— Esse aí é o quarto do meu irmão mais velho. Melhor não chegar perto, ele não gosta de visitas.

Eu segui então até a porta onde ela havia entrado, um quarto com as paredes amarelas e o chão azul, e a coberta dela na cama branca reluzia com uns brilhos pequenos que eu não sabia o que eram.

— Olha Jimin, aqui está! Conheça o senhor Pó de Lua.

Dentro do pequeno pote de vidro transparente estava o pózinho, que era claro e parecia pó de pedra, só que cintilante.

— Quando tem muita luz não dá pra ver direito, mas no escuro fica incrível. Vem cá debaixo da cama, aqui talvez dê certo.

A cama alta cabia nós dois e mais o gato Plink embaixo. Depois de nos ajeitarmos e de cobrirmos a cama com uma coberta preta, deixando uma frestinha pra luz do sol entrar, ficamos no escuro. Ela estendeu o pote pra mim, que já estava reluzindo que nem a lua na escuridão do céu.

— Lori, isso é muito lindo — eu abracei o pote.

— Eu te disse, Jimin! Sabia que você iria gostar — ela riu ao me ver agarrado ao potinho.

— Deve ser muito legal ter um pouco da lua dentro do seu quarto. Você é sortuda.

— Obrigada, é muito legal mesmo.

Eu continuei admirando o pequeno brilhinho, sem notar que Lori me observava como se me admirasse também.

— Jimin... — ela chamou.

— Ah, oi? — perguntei, surpreso.

— Eu... eu acho que sou muito sortuda mesmo.

— Hm... claro! Mas, por quê?

— Porque de todos os Pequenos-Blaskers que eu poderia conhecer, eu acabei conhecendo você. Qualquer outro Pequeno-Blasker poderia ser o único a brincar naquele parquinho, mas eu sou sortuda porque foi você que eu encontrei. Isso faz sentido?

Fiz muita força pra não olhar nos olhos dela naquele momento, nunca se sabe o que poderia acontecer. O pote de Pó de Lua com certeza se quebraria e espalharia pelo lugar todo.

— Isso faz todo o sentido, Lori. E nesse caso, eu também sou muito sortudo.

— Obrigada — ela disse e suspirou, mas eu sabia que estava sorrindo.

— Acho que a gente tem que descer, senão a sua mãe vai brigar com a gente.

— Hm, é verdade. Vamos lá.

Corremos até as escadas de mãos dadas e, para minha surpresa, Lori não saiu batendo o pé em cada degrau. Ela foi devagar, enquanto apertava um pouquinho a minha mão e fazia carinho de leve.

— Olá pequenos, acabei de tirar os biscoitos do forno — a senhora Klinf cantarolou.

— Você gosta de leite, Jimin?

— Eu gosto sim.

— A gente trouxe uma caixa de leite de estrela que tinha na outra cidade em que a gente morava. Lá chovia bastante estrelas-de-leite, sabe?

— Eu amo estrelas-de-leite!

— Eu também! Toma, um copo pra você e um pra mim — ela estendeu o copinho de vidro com o leite branquinho, que eu sabia que era o melhor do mundo.

— E aqui estão os biscoitos — um pote grande foi colocado no meio da mesa, deixando o ar imediatamente mais cheiroso.

O resto do dia foi assim, regado de biscoitinhos e muito leite, com muitas risadas e sorrisos acompanhando. Estar com Lori era divertido, e parecia que o que eu sentia era o tal do sentimento bom que mamãe contava das histórias.

Mas só tinha um jeito de descobrir.

stars [jimin]Onde histórias criam vida. Descubra agora