Prova do cuidado de Deus

THERE IS STILL HOPE

- Lena! Levanta preguiça! Tenho notícias boas. - Ouvi a voz da tia Brenda atrás da porta, nossa não acredito que eu dormi.

- Pode entrar. - minha voz quase não saia.

Ela abriu a porta, estava com uma roupa simples e com um cabelo bagunçado, devia está deitada.

- Oi minha princesa! Sua mãe já está podendo receber visitas, me ligaram do hospital hoje enquanto a Helena Adormecida estava dormindo.

Fiquei sem reação, parece que saiu um peso do meu coração. Eu iria poder ver minha mãe e perguntar tudo, abraça-la, cuidar dela. Muito obrigada Senhor!

- E quando vamos visita-la? Agora? Estou pronta em 5 minutos. - sentei na cama me espreguiçando. 

- Não amor, já está um pouco tarde. Mas prometo que amanhã bem cedinho iremos visitar minha irmã. Mas também tenho notícias ruins, sua mãe não está podendo falar. Está em coma.

E agora? O que eu iria fazer? Como ia descobrir o que aconteceu? Como irei saber o porquê disso? Eu só precisava de uma explicação. 

Quando olhei para a porta, vi Sophie me encarando, será que ela ouviu tudo? Os olhos dela se encheram de lágrimas. O que será que passa pela sua cabeça?

- O que aconteceu com minha tia Louise? Você mentiu pra mim, mãe! Disse que Helena viria pra cá por que estava de férias! - Sophie estava soluçando. - Eu acreditava que você era minha melhor amiga, Helena! Melhores amigas não escondem as coisas uma da outra!

- Sophie, se acalme! Raiva não vai te levar a nada! - disse Brenda com a voz firme.

Meu Deus, Sophie nesse exato momento deve está pensando que não é mais minha amiga, mas eu fiz isso pelo bem dela.

Sophie sentou no tapete e olhou firmamente pros meus olhos ainda chorando, esperando respostas.

- Era por isso que eu não queria te contar! Olha como você está! Eu escondi isso de você pelo seu bem. Não queria ver você sofrer, não queria te ver assim como está agora! Quer saber o que aconteceu? Tudo bem eu vou te contar.

Sophie limpou as lágrimas, e não disse uma palavra.

- Meu pai espancou minha mãe, com certeza deve ter bebido ou algo assim. E se não fosse os policias ela teria morrido. Meu pai morreu, com um tiro no peito, culpa daquela policial monstra tentando se passar por uma pessoa boa. Pronto, satisfeita?

Sophie e Brenda ficaram uma olhando para a outra, deviam ter achado que resumi a história tão normalmente, como se fosse nada. Mas ainda doía, e muito.

- Helena como você consegue dizer isso como se fosse tão natural? É a sua mãe e seu pai! E meus tios, que eu amava muito, ainda amo. - disse Sophie, ainda com a voz de choro.

- Simplesmente porque sofrimento não vai me levar a lugar algum! Chorar é bom sim, até hidrata. Mas eu não vou ficar por ai sofrendo pelos cantos, chorando feito criança. Foi horrível sim o que eu passei, foi péssimo. Porém sofrer não é uma coisa que meus pais iriam querer pra mim. Independente de tudo o que aconteceu eles iam querer me ver sorrindo! Então eu preciso ser forte, por eles.

Sem dizer mas nenhuma palavra, sai do quarto, não iria aguentar ficar naquele clima pesado por muito tempo. Eu preciso ser forte, por eles.

Entrei na cozinha e bebi um copo d'água, ainda bem que consegui não chorar. E isso tudo, é prova do cuidado de Deus, é o Senhor renovando minhas forças e confortando meu coração. Eu amo ser amada pelo meu Abba, mesmo sem merecer ele me ama.

                                                                             ♥

Mas um dia se passou, mas um dia tentando ser forte. Até tinha esquecido de que veria minha mãe amanhã, e só de lembrar dei um sorriso. e me lembrei da minha infância.

*Flashback on*

Estava no parque com meus pais, papai estava me empurrando no balanço e eu não parava de sorrir.

- Mais alto papai, mais alto! - disse com um sorriso enorme no rosto.

- Filha vamos embora, vai começar a chover e ainda não almoçamos! Amanhã a gente volta, meu amor. - disse mamãe.

Papai parou o balanço e me pegou no colo, me dando um abraço muito forte, quase desmontei.

Desci e fui em direção a minha mãe, que me deu um abraço e me encheu de beijos. Desculpa papai, mas ela é só minha.

Papai deu um beijo na mamãe! Eca!

- Nós amamos você, Leninha. Pra sempre será o nosso bebê! - mamãe deu um beijo na minha testa. E juntos caminhamos para a casa.

*Flashback off*

Minha tia desceu as escadas e foi em minha direção, me dando um abraço apertado.

- Você é uma das pessoas mais forte que eu conheço, admiro isso!

- Eu amo você, tia.

- Também amo você, princesa Lena!