Minha mãe ainda estava no chão, tentou se levantar muitas vezes mas não conseguia, pois estava muito fraca e perdeu muito sangue.
Vi uma ambulância se aproximando, e um policial sussurou no ouvido de um outro, e um deles veio até a mim com um olhar firme e me olhou de cima a baixo
- Preciso que venha comigo para a delegacia, e explicar tudo o que aconteceu exatamente.
Eu respirei fundo e olhei nos olhos dele
- Moço, eu só tenho 14 anos. E outra, vocês viram o que aconteceu, acho que não precisariam de uma outra explicação.
Virei as costas e engoli o choro, fui em direção ao meu quarto e tranquei a porta quando de repente ouvi passos.
- Abre a porta! É uma ordem!
- Eu não vou a lugar algum com vocês! Meu pai estava errado mas não merecia isso!
- Você não tem pra onde ir, tem um pai morto e uma mãe que não consegue ao menos se mexer. Apenas eu posso te ajudar!
Respirei fundo, pensando no que fazer, eu só precisava de um ombro amigo, alguém que pudesse me ajudar de verdade. Parei em frente com sangue nos olhos e com uma vontade enorme de xingar ele. Calma Helena, raiva não vai te levar a lugar algum.
- Olha a cena que eu acabei de ver, eu espero ao menos uma pessoa que venha me consolar, olha o que está acontecendo na minha vida e você ainda vem jogar essas palavras na minha cara como se fosse uma coisa comum? A única ajuda que eu quero de você é que pegue esses policiais e vão embora daqui! Todos eles!
O silêncio tomou conta daquele lugar, o ódio tomou conta de mim e ouvi o policial descendo as escadas.
Agora só restava eu e eu. Não sabia onde minha mãe estava, meu pai eu nunca mais viria...
Eu juro que tentei, tentei ser forte, mas não demorou muito pro meu mundo desabar, eu estava sem chão, cansada.
Como Deus pode permitir uma coisa dessa? Muito obrigada Deus! Agora eu tenho um pai morto e uma mãe quase morta. MUITO OBRIGADA TÁ? Eu acreditei em ti, minha mãe me ensinou os seus caminhos e olha o que acaba de acontecer, realmente eu não entendo...
A essa altura do campeonato, eu julguei Deus. Eu só queria entender o porque disso, eu não mereço isso. Mereço muito mais!
♥
*O TELEFONE TOCA*
- Alô? Helena querida eu sei o que aconteceu, e estou indo ai te buscar.
- Oi, quem é? Tia Brenda? Era só o que me faltava! Eu disse que não quero ajuda de ninguém, que policiais idiota!
- Filha se acalma, Deus ama muito você e está vendo você sofrendo, ele te honrará por isso.
- Deus? Depois de tudo que aconteceu você quer me falar de Deus? Olha o sofrimento que estou passando, eu só preciso de um conselho ou algo assim. Não preciso que você venha me dizer sobre Deus.
- Você não pode ficar ai sozinha, você só tem quatorze anos! Não tem ninguém na sua casa agora eu sei disso, o que você vai fazer ai sozinha? Pelo menos aqui você vai se distrair um pouco e não ficar trancada dentro do seu quarto chorando o dia todo.
- Tudo bem você venceu, eu vou!
- Daqui a alguns minutos eu estou ai, eu te amo minha sobrinha querida.
- Também amo você tia, obrigada.
Desliguei o telefone e comecei a arrumar minha mala colocando somente o necessário, dentro de minha ainda restava esperanças de que logo minha mãe voltaria pra casa. Tentei afastar os pensamentos ruins de mim, e imaginei o quanto seria bom passar uns dias com a minha tia, e com minha prima que é minha melhor amiga, Sophie. Tentei também pensar qual seria a reação dela a saber de tudo, se não já soubesse. Mas acho que não, minha tia Brenda sabe que somos muito amigas, e sabe também que ela ficaria muito mal sabendo pelo o que estou passando. Enquanto eu estava cheia de pensamentos, a campainha tocou, abri a porta e vi o esposo de tia Brenda que já não via a tempo por culpa de seu trabalho, Paulo.
- Oi querida! Quanto tempo! Como você cresceu, está uma menina linda!
Ele me abraçou muito forte, um abraço confortante, que me transmitiu muita paz. Sempre adorei meu tio, desde pequena, ele foi meu segundo pai quando mais nova, cuidou muito bem de mim e sempre me mimava, tentando fazer o máximo pra me ver feliz.
- Tio! Que saudades que eu estava de você, e muito obrigada por se preocupar comigo. Eu sei que fui grossa com minha tia, mas o senhor sabe o que aconteceu e está sendo muito difícil pra mim.
- Vamos! Brenda e Sophie estão no carro te esperando, vai ficar tudo bem, minha princesa.
Peguei a chave que minha mãe sempre deixava de baixo do tapete, olhei pra trás e vi aquele sangue no chão e segurei o choro, afastei toda aquela lembrança horrível de mim e tranquei a porta. Minha mala estava pesada, e ainda faltava muita coisa, eu sempre fui muito exagerada. Quando desci os degraus ouvi a porta do carro abrindo, e lá estava Sophie, que correu pra me dar um abraço.
- Helena, que saudades que eu estava de você! Parece que moramos a 150 km de distância, você devia ir me ver mais vezes, sua louca!
Sophie me soltou, eu estava de frente pra minha melhor amiga e ela não sabia de nada, estava com um olhar tão feliz, e muito animada por saber que iria passar uns dias comigo.
- Vamos, meninas! Já está tarde, temos que ir.
Minha tia saiu do carro e me deu um abraço de urso, eu sempre gostei desse jeito mãezona dela. Não deveria ter falado daquele jeito com ela, não devia ter descontado minha raiva nela.
- Coloque um sorriso no rosto, venha vai ser legal!
Entrei no carro, me encostei no ombro de Sophie e fechei os olhos. Me veio uma lembrança, porém uma lembrança boa. Lembrei das minhas brincadeiras com Sophie, num dia que estavamos brincando de lama e sujamos toda nossa roupa, minha mãe faltou pouco me matar. Soltei um sorriso ao lembrar de todas nossas travessuras. Eu amo muito essa ridícula.
YOU ARE READING
Prova do cuidado de Deus
SpiritualMeu nome é Helena, essa é a minha história. A um tempo atrás, aconteceu uma coisa horrível na minha vida, eu estava sem chão e caída. Porém fiz a melhor escolha que alguém pode ter, entregar a minha vida a Cristo! Eu sempre quis conhecer o criador d...