Capítulo 24

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Bryan Narrando.

-A CULPA DE TUDO ISSO É SUA! -A roqueira exclamava furiosamente e ainda vinha andando em minha direção com aquela marcha da morte.

-Ei garota, se acalma, logo alguém virá abrir isso. -Digo tranquilamente e ela para bem ali.

-VOCÊ SABE QUE QUANDO FECHAM ESSA ESCOLA NÃO FICA NINGUÉM DENTRO DELA! -Ela gritava e então tentou socar meu peito.

-... -Seguro suas mãos na mesma hora e a olho nos olhos.

Eu ja tinha visto ela pela escola, era uma personalidade diferente que se sobressaía principalmente pelo seu silêncio, mas hoje, estava irreconhecível.

-Você... -Ainda segurando suas mãos eu simplesmente as viro para poder vê seu pulso.

-Você ja foi abraçada hoje..? -Pergunto ao ver algumas cicatrizes, logo ela para de resistir, então, me olha nos olhos... Porém não demorou muito até ela me empurrar novamente.

-QUEM É VOCÊ PARA ME TRATAR ASSIM? - Ela se solta e depois de dar alguns curtos passos para trás ela volta a gritar.

-Entendo você... -Digo calmamente e ela me olha novamente confusa.

Linda, todas as vezes quando ela brigava suas bochechas ficavam rosadas e seu cabelo desajeitado caia sobre seu rosto dando aquele ar de desajeitada.

-Pelo visto vamos ter uma noite inteira para acertar nossas diferenças. -Eu disse deixando  transparecer um ar mais amigável, enquanto estendia a mão formalizando a nossa trégua.

-Eu... As vezes m... SAI DAQUI! SEU ALMOFADINH...! -Quando ela finalmente parecia calma e talvez se aproximando, ela tenta me empurrar e volta a gritar.

Eu a seguro subitamente e a envolvo com um daqueles famosos abraços de urso. Logo nessa noite, logo nesse clima, mesmo por eu estar à envolvendo com meu calor, eu é que me sinto abraçado por ela...
Logo, ela para de gritar, é quando sinto minha camisa molhar com um líquido levemente morno... Eram lágrimas. Ela é so mais uma garota cujo o mundo é complicado para qualquer um entender, que necessita de uma atenção diferente, um carinho talvez.

-Você está bem? -Pergunto após a alma dela desabafar com meu abraço. Sinto sua mãos segurarem minhas costas, e então ela balança a cabeça de maneira positiva confirmando.

-Certa vez, perdi as contas de quantas vezes meu mundo ficou como o seu... Para ser sincero eu já fiquei pior que você. -Digo e ela não parece muito interessada no assunto, pude perceber, ela estava se perdendo naquele momento, não sei como nem o porque, mas, ela parecia querer apenas estar ali.

-... -Quando percebi, apenas me calei. Ficamos alguns minutos ali presos naquele abraço e apenas o silêncio da sala vazia nos cercava.

-Bryan... -Ela sabia meu nome... E o disse chamando minha atenção serenamente, admito que fiquei surpreso ela sussurrou meu nome mais uma vez, e então segurou meu rosto me olhando diretamente nos olhos.

Eu me aproximo de seu lindo rosto o bastante para ela ficar sem reações, e não demora até o clima mudar por completo.

E então ela rouba um de meus beijos, ela deixava transparecer sua personalidade naquele beijo envolvente, ela puxa minha camisa querendo que eu me aproxime mais, é quando tenho uma deixa para observa-la. Seu olhar me mostrou sua outra personalidade, parecia até que dentro daquela garota havia uma outra mulher.

-... -Em silêncio ela cessou todo aquele clima e saiu de perto de mim indo em direção ao canto da sala. Mas dessa vez simplesmente ela se senta ao chão com as costas apoiadas na parede e volta a ficar literalmente distante.

-Marrenta... -Sussurro comigo mesmo e me sento. Decidi deixar ela em paz, afinal era uma fera que ela escondia dentro de si.

Logo se passam algumas primeiras horas ela está lá firme e ao mesmo tempo distante. Não demorou muito até ela se render ao primeiro cochilo. Sentada e de joelhos recolhidos ela se entregou ao sono.

-Incrível... Além de tudo ainda consegue parecer assim tão frágil, não sei o motivo, talvez minha alma é que está ficando mole de mais. -Sussurro e então me ponho de pé.

-... -Vou em sua direção em silêncio contornando cada cadeira e paro de pé em sua frente.

Estava frio eu admito. Me ajoelhando ao seu lado eu tiro cuidadosamente uma mecha de seu cabelo pondo atrás de sua orelha. Então tiro minha camisa e a ponho como um agasalho sobre ela.

-Você precisa mais dela do que eu... -Sussurro e me sento ao seu lado.

-Rsrs.. Senhorita marrenta... Dorme bem. -Digo e simplesmente fecho os olhos...

Roqueira Narrando.

-Acordo no meio da madrugada, minha boca estava seca era um sinal de que eu estava obviamente com sede. -Digo e logo ouso a respiração do dono daquela camisa que me serviu de lençol.

-Não vou acordar relaxa... -Digo baixinho enquanto analiso tudo aquilo na minha frente.

-Hmm... e agora eu sei porque não precisa de camisa para dormir. -Até a respiração dele era quente, oque dirá ele em si.

-Apesar de ter me tratado de forma legal não vá achar que vou dar em cima de você não, e sei que está assim sem camisa para me provocar, como se eu fosse me interessar por um cara como você. -Sussurro comigo mesma e ele se mexe até deitar completamente no chão.

-Ele se esforçou para me fazer bem... Rsrs.. -Acabo admitindo algum fato, então me aproximo e suavemente beijo o canto da sua boca enquanto ele está à dormir.

-Vou me arrepender disso! -Digo e me deito ao seu lado, ele de certo modo me passou um pouco de segurança, não sei explicar, talvez seja besteira minha.

Não consigo dormir, ainda está muito frio, e para complicar ele agora não para de se mexer. É eu até admito que chutei ele agora pouco e dei uma cotovelada, mas foi de leve, eu acho que ele não sangrou.

O tempo parece não passar e para piorar ainda está fazendo um pouco de frio. Faz um tempo que ele está quieto, mas desde que o belisquei, parou de se mexer, talvez eu não perceba por ter ficado de lado e consequentemente dei as costas para ele.

-Está frio... -Sussurro deitada ao chão.

-... -Quando derrepente uma presença quente cobre parte de meu corpo de uma forma tão perfeita que eu não sei explicar. Finjo estar dormindo é claro e percebo o momento em que a o braço dele acompanha o meu e sua mão grande cobre e ao mesmo tempo segura as minhas mãos. É, acho que essa é a minha primeira vez de conchinha. Talvez... então Ele beija minha nuca.

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