Akanksha

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Akanksha havia sobrevivido um dia inteiro na escola, sem esbarrar em Drew. Só encontrou com o namorado no começo do dia, porém ficava apreensiva a cada passo, cada barulho que se aproximava da garota. Ela adorava o prazer que tinha com Drew, amava a dor que ele lhe causava por todo seu corpo. A única coisa que não gostava era a dor que ele lhe causava em seu coração. O único sentimento que ela havia mantido intacto, já que nunca se permitiu apaixonar.

Desde a primeira vez que viu seu atual "namorado" era impossível de deixar de nota-lo. Ele era lindo da cabeça aos pés, tinha um sorriso que deixa qualquer garota louca e os olhos que encaravam com malicia, te fazem quer tê-lo rendido para você. Aky sabia que um garoto daqueles nunca a olharia com desejo, logo ela que era tão mal cuidada. Ela ainda não acreditava que Drew Caloi era de fato seu namorado, mas não era isso que parecia. Ela mais se sentia um objeto sexual do que uma pessoa na vida dele. Ele tratava outras garotas melhor do que quando estava com ela.

O último sinal tocou e Akanksha apressou-se para sair daquele lugar infernal e logo estava na saída da escola. Onde viu Drew prensando Elli no murinho. Ela respirou fundo para não pirar, apesar de não ser muito difícil já que ela não sabia sentir muito. Aproximou-se dos dois, rindo que nem bobos, como se a piadas fosse mesmo muito engraçada – o que ela duvidava, Drew não sabia contar piada.

- Estou indo pra casa. – anunciou e começou a andar.

Eles tinham uma relação definida em submissa e dominador, então ela tinha de contar onde ia, para onde ia e quando ia. E se ele não aprovasse qualquer que fosse seu destino, ela teria de se conformar e fazer como ele dizia.

- Ei! – disse Drew puxando-a pelo braço, bruscamente. – Não vai, não.

- Onde temos que ir? – ela perguntou desanimada.

- Abriu uma balada nova, - ele fez uma pausa e encostou os lábios em seu ouvido – temos que estrear cada canto dela. – lambeu lóbulo dela, o que causou-lhe um arrepio imediato.

- Tudo bem. – ela não conseguia dizer não para ele. Nem que quisesse

Ele apertou sua cintura e começaram a caminhar para o tal lugar que ele havia mencionado. Claro que quando Drew disse aquilo, ela imaginou que essa noite teria ele somente para ela, mas para variar, não seria isso a realidade.

Akanksha sentou-se no banco do barzinho tomando diversos shots de tequila, um atrás do outro e não viu Drew olhar para ela nem sequer uma vez. A bebida descia pela sua garganta e queimava suas entranhas. O efeito do álcool subia rápido e a tontura lhe invadia a mente. Começava lentamente a perder a sanidade de suas ações, nunca havia bebido tanto assim em toda a sua vida.

Não pôde prever a sua próxima menção de levantar-se ao ver uma loira de farmácia aproximar-se de seu namorado. Ela andava pesadamente e com dificuldade, pulava conforme a música tocava e chegava perto de onde os dois começavam a atracar-se. Puxou os cabelos da garota e a arrastou pelo chão, fazendo-a se afastar dele. Quando encontrou com a linda face chocada de Drew, depositou-lhe um tapa bem dado, que com certeza ficaria com as marcas vermelhas dos dedos magricelos da garota. Ele virou o rosto e a encarava com raiva

- EU CANSEI DREW! – ela gritou com ele no mesmo momento que a música cessou, fazendo todos em volta prestarem atenção. – VOCÊ SÓ SABE ME FAZER SOFRER. OU VOCÊ MUDA OU A GENTE TERMINA. AGORA MESMO!

Lágrimas corriam rapidamente pelo seu rosto. Akanksha finalmente havia enfrentado Drew de frente e não sabia dizer se tinha sido sua melhor ideia. Drew a empurrou, sem se importar se a machucava ou não, até a porta dos fundos da balada e jogou-a sem dó no chão de cimento da rua.

- SUA VADIA! – ele cuspiu as palavras.

Akanksha, que agora se encontrava sangrando em diversos lugares de sua perna, devido o atrito do corpo com o cimento.

- É isso mesmo. Você não passa de uma vadia desagradável, Akanksha Vaughn. Você acha mesmo que eu gosto de você? Você serve para sexo, nem isso as vezes. Eu só não te jogo fora porque você é bem prestativa de vez em quando.

Ela não sabia mais se chorava pela dor que lhe invadia o corpo, ou o coração. Foi quando ele começou a espanca-la. O sangue agora jorrava de todos os lados, deu-lhe um soco que fez seu olho ficar roxo na mesma hora, ela não tinha mais forças para resistir. Sentiu que iria desmaiar quando de repente... Ele parou. Abriu os olhos com dificuldade devido ao inchaço e viu o garoto caído no chão, desacordado. Sua respiração estava falha, conseguiu erguer o pescoço o suficiente para enxergar o garoto ruivo chutando o tronco de Drew fazendo-o rolar.

- Vai bater em alguém do seu tamanho, babaca. – Drew não podia escutar, mas o menino fez questão de dizer de qualquer forma.

Ele encarou os olhos profundos e azuis de Akanksha por longos segundos e colocou as mãos no bolso do casaco. Tirou de lá um cigarro e um isqueiro para acende-lo. Deu uma tragada, ainda encarando o rosto destruído da garota. Aky se sentiu vulnerável, sentou-se na beira da calçada encolhida de frio, pois não tinha tido tempo de passar em casa para pegar um casaco. O garoto sentou-se ao seu lado, retirou o casaco de seu corpo e envolveu a garota nele. Ela se surpreendeu com o gesto, se fosse Drew teria dito algo maldoso e feito ela passar frio. O menino ruivo continuou calado. Akanksha olhou seu rosto, a fim de reconhece-lo, porém foi tomada pelo nuvem de fumaça em seu rosto. Quando a fumaça cessou, pôde reconhecer o menino que esbarrou no corredor da escola e que a tinha flagrado de sutiã. Ficou envergonhada ao lembrar da cena e corou.

- Quer? – ele lhe ofereceu o cigarro.

Akanksha odiava o simples cheiro do cigarro. Era repugnante ao seu ver, nunca havia colocado um só cigarro na boca.

- Eu não fumo. – respondeu indiferente.

Ele deu ombros e levou o cigarro mais uma vez até a boca. Ela encarou fixamente o tubinho branco na boca do garoto por alguns segundos até que ela retirou-o e colocou em sua própria boca. Respirou fundo com o cigarro na boca e logo viu que estava fazendo errado, pois foi tomada por uma tosse insuportável. O garoto riu de leve, mas logo parou.

- Não é assim que se traga. – ele balançou a cabeça em negação.

- E como eu deveria saber? – ela revirou os olhos.

- Eu não disse que deveria. – ele voltou a ficar sério.

Akanksha estava intrigada. Quem era aquele garoto que havia aparecido em sua vida de repente?

- Acho que deveríamos sair daqui antes que ele acorde e queira fazer algo pior. – o garoto levantou-se e começou a andar.

- Espera... – ela chamou e ele virou imediatamente prestando completa atenção nela. – eu nem sei nome.

- Jay. Sidney Jay. – ele deu um sorriso de canto de boca, ainda com o cigarro pendendo entre os lábios, o que Akanksha tinha achado muito atraente.

- Eu sou Akanksha. – apresentou-se sorrindo.

- É... – ele tirou o cigarro da boca e se aproximou demais do rosto da garota – eu sei.

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⏰ Última atualização: Sep 28, 2016 ⏰

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