Jantar Parte II

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"Quando eu te quero aqui

Perto de mim

O teu sorriso me desperta pensamentos sujos

Me satisfaz, deixe-me te tocar

Tô precisando de alguém pra me entender melhor"

—Quero que se afaste da Suzzane. —John disse tão convicto de suas palavras que pensei ter escutado mal.

Fitei-o surpresa e apoiei minhas mãos no peitoral do mesmo para afastá-lo, estava em choque com essas palavras e não sabia como digerir bem as mesmas.

—E o que o faz pensar que pode me pedir isso, ou, mandar? Melhor dizendo. —O interroguei. —E como sabe o nome da minha amiga? —O que era ainda pior, agora estou sendo vigiada? —Você não tem o direito de dizer o que tenho que fazer.

—Se estou dizendo que você vai se afastar daquela garota devassa, é porque você vai. —Sussurrou com seu maxilar trincado e aproximou-se novamente ignorando meu espaço. —Como sei o nome da depravada não importa, só não quero que ande como uma mulher daquela.

Seu tom de voz estava violento, o que fez com que eu desse alguns passos para trás, agora eu me encontrava totalmente assustada com o homem que segundos atrás estava totalmente sereno e carinhoso.

Meus olhos encheram-se de lágrimas que ameaçavam rolar por meu rosto, mas não iria chorar na sua frente, ele não merece minhas lágrimas. Não conseguia entender como o homem à minha frente poderia mudar tanto em segundos e ser tão cruel comigo, grosso.

E ainda falar da minha melhor amiga daquela forma, é inaceitável, é uma das melhores pessoas que conheço, e esse ogro quer destruir uma amizade de anos como se tivesse algum direito de posse sobre mim e pudesse dizer o que posso e o que não posso fazer.

—Não quero que se aproxime de mim novamente John, você enlouqueceu! Ouviu bem? N-u-n-c-a mais chegue perto de mim. —Ao proferir tais palavras, os olhos de John obtiveram um tom negro repentinamente e sua expressão não era uma das melhores.

Legal Lizzie, você acaba de irritá-lo ainda mais.

—VOCÊ NÃO OUSE ME DESOBEDECER e agora sou eu quem digo, ouviu bem? —Falou com uma voz assustadora que arrepiou-me inteira, segurou-me pelos braços e apertou-os como se eu fosse escapar, a agressividade do seu ato fez com que todas as lágrimas que eu segurara escapassem deixando meu rosto com listras negras por causa do rímel.

Ao me ver chorando soltou-me imediatamente e mudou sua expressão para descrença, talvez por sua atitude e parecia arrependido.

Aproveitei-me do momento e corri para a imensidão do jardim que cercava meus olhos, as lágrimas não cessavam e eu já me encontrara perdida. Ao olhar em volta, a única coisa no meu campo de visão era a imensa mansão, no entanto, estava longe demais.

O que estava acontecendo? Nem eu mesma sabia responder esta questão, desde o momento em que esse homem apareceu na minha vida, tudo está virado do avesso, quando digo tudo, é realmente Tudo, até mesmo meus sentimentos. Mas, as palavras que o mesmo jogara praticamente ao vento, machucaram-me como nenhuma outra palavra dita por outra pessoa. A única coisa que eu queria no momento era paz, somente isso.

"Ouvir a sua voz no meu ouvido me dizendo que ficasse bem

Embora tudo por aqui, me causasse dor"

—Senhorita Backham, mas que surpresa mais que agradável. —Disse uma voz desconhecida atrás de mim.

Virei-me imediatamente com o susto que tomara, ao observar o dono da voz, pude perceber que o mesmo gostava de roupas de épocas passadas e tinha por volta de vinte e nove anos, em sua mão esquerda encontrava-se um charuto acesso e em seu rosto havia um sorriso sarcástico que me causou repulsa de imediato.

Cold KissOnde histórias criam vida. Descubra agora