"Toda vez que fecho os meus olhos
Em uma terra de deuses e monstros
Eu era um anjo
Vivendo no jardim do mal"
-Lana Del Rey
Após o ataque enlouquecedor de John ontem a noite, fiquei um tanto intrigada, não me lembro de tê-lo visto algum dia na minha vida, mas ele agia como se já me conhecesse há um bom tempo e admito que fiquei um pouco assustada com as suas atitudes. Um forte pressentimento me diz que ele é fogo e não tenho certeza se quero me queimar. A senhora Wayne, mãe do John convidou à mim e papai para jantarmos em sua casa sexta-feira a noite, estaria comemorando seu aniversario e disse que nossa presença era indispensável, comentou que uma aproximação entre as famílias seria adequado e não quis questionar-lhe. Eu me sentia entrando em um campo de batalha.
O caminho até a biblioteca era calmo, não havia muitas pessoas nas ruas e estava um frio de arrepiar a alma, mas eu precisava de um pouco de distração e esse era um dos poucos lugares que me causava satisfação e prazer, não havia barulhos e as poucas pessoas que se encontravam lá permaneciam concentradas em suas pesquisas e leituras, ninguém o incomodava.
Subi os degraus e adentrei à bela arquitetura, olhei de relance para a mulher que se encontrava atrás do balcão amadeirado e a mesma olhou-me por cima dos óculos de grau, sorriu para mim e balançou a cabeça, deve pensar "Essa menina não deve fazer nada da vida, aparece aqui quase todos e permanece durante horas", e sinceramente, havia um pouco de verdade, eu ficava durante horas a dentro lendo livros, era algo que me ajudava a esquecer os últimos acontecimentos, mamãe faleceu à alguns meses e as vezes ainda acho que irei encontra-la em casa esperando por mim.
Andei pelos corredores de estantes procurando por algo que me chamasse a atenção e por um breve instante me senti sendo vigiada e logo minhas pupilas dilataram observando assustados o local, não vi nada fora do normal, era um horário vazio e as poucas pessoas que se faziam presente estavam ocupadas com suas pilhas de livros ou liam tranquilamente em seus assentos. Tentei relaxar e abstrair o fato ocorrido, minha mente somente criou um alerta falso, talvez seja pelo lugar vazio ou são meus pesadelos que querem me atordoar agora na realidade, sempre é com a mesma pessoa, mas não consigo ver seu rosto. As vezes não parecem ser sonhos e sim uma velha memoria escondida bem no fundo de um velho baú.
—Liz, que cara é essa de quem viu um fantasma? —Perguntou Madeline, aparecera tão de repente que dei um pequeno grito com o susto.
—Oh céus Mady! —Falei inconformada com a mão no peito. —Não apareça mais assim, quase me matou de susto.
—Não acho que eu seja cem por cento a culpada, você já estava com uma expressão horrível. —Gargalhou e algumas pessoas olharam irritadas.
Madeline sempre fora minha melhor amiga, desde o jardim de infância. Era meu ombro amigo e sempre aturou minhas choradeiras, confortando-me durante as madrugadas que eu possuía pesadelos, um pior que o outro.
Quando saímos da biblioteca, contei-lhe tudo sobre o dia anterior, ela ouvia atentamente e até fazia alguns comentários supérfluos sobre a aparência do Sr.Wayne.
—Nossa, ele parece ser misterioso, tome cuidado amiga. —Disse enquanto enrolava um dos seus cachos castanhos no dedo.
—Amanhã ainda terei um jantar na casa dos Wayne para ir, preferia que papai tivesse inventado alguma desculpa, aquele homem me causa sensações estranhas. —Falei e pensei por um instante, por algum motivo eu me sentia ansiosa mesmo assim.
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Cold Kiss
VampirLizzie Backham mora na Transilvânia desde quando nasceu, quando fez 17 anos sua mãe faleceu por uma causa desconhecida por seres humanos. Com tudo isso, acabou por conhecer uma velha amiga de sua mãe e seu filho mais velho, que possui segredos e um...