Ao entardecer, lá estavam Alice e Mary ajudando Amélia a preparar o jantar, já estava escurecendo e logo Patrick chegaria.-Melhor que sejamos rápidas, se tudo estiver bom aos olhos de vosso pai, talvez ele tenha piedade. – Dizia Amélia com um olhar triste e cansado.
As meninas simplesmente concordavam com a cabeça. Alice em especial estava preocupada, ontem sua irmã tinha sido abusada, hoje era sua vez, ela odiava seu pai, nunca admitia a ninguém, mas preferia que ele estivesse morto.
Amélia deixou as meninas na cozinha para ir se banhar, a comida estava quase pronta. Mary mexia a carne enquanto Alice observava e tentava guardar os aromas da comida em sua memória, parecia realmente delicioso.
Mary desligou o fogo alguns minutos depois e se virou para Alice, que era um pouco menor que a irmã.
-Você precisa ser forte, estou planejando uma fuga e preciso que aguente firme até que possamos fugir juntas, me entendeu, Ali?- Perguntou Mary enquanto acariciava os cabelos de Alice.
-Sim... - Disse Alice e engoliu em seco. – É a minha vez hoje – Baixou a cabeça e suspirou profundamente.
-Hey, feche os olhos e tente pensar em outra coisa... Um universo paralelo, qualquer coisa sem ser no que realmente estiver acontecendo naquele momento... Eu sei que é difícil, mas se seguir meu conselho fica mais fácil, e o tempo passa mais rápido – Mary diz depois de beijar a cabeça de Alice. – Vai ficar tudo bem. – Ela sorri.
-Mary, a carne já está pronta? – Grita Amélia enquanto se aproxima da cozinha.
Mary pisca para Alice e começa a andar para fora da cozinha.
-Sim mamãe.
-Ótimo, pois então vão se banhar – Amélia diz agitando as mãos em direção ao banheiro.
As duas juntas foram se banhar e se arrumar para o jantar. Quando estavam prontas, desceram as escadas e esperaram pelo pai juntamente com Amélia.
...
Duas horas de atraso, Já eram 20h da noite e Patrick ainda não tinha chegado. Amélia passou o tempo inteiro na cozinha garantindo que a comida sempre estivesse quente, esperando ele chegar.
...
Meia noite, as crianças já estavam na cama, Mary estava sentada no sofá cheia de olheiras e finalmente Patrick chegou em casa.
A porta foi aberta, um cheiro de whisky invadiu a casa e o homem entrou praticamente se arrastando, Amélia se levantou no mesmo momento e o olhou tão rapidamente que só percebeu o mau cheiro, as roupas amarrotadas e marcas vermelhas de beijos em seu pescoço, antes de baixar a cabeça novamente.
-Boa noite, querido – Ela tentou sorrir, mas foi em vão.
Patrick não respondeu, apenas tirou os sapatos, empurrou a mulher para o lado fazendo-a cair no sofá e partiu para a cozinha. Andava como se estivesse prestes a cair, mas Amélia sabia que ele tinha muito mais força do que aparentava, por isso foi correndo atrás dele, em distância respeitosa.
Ao chegar a cozinha, Patrick revirou as panelas a procura de comida, mas por conta do horário, já estava tudo frio. Ele olhou a mulher, seus olhos não tinham expressão alguma, suas mãos tremiam, ele pegou uma das panelas e jogou no chão com força.
-Vosso marido passa o dia todo exercendo sua função em um hospital podre e medíocre, para que ao chegar a sua moradia seja abastecido com comida fria? – Ele berrava enquanto agarrava os cabelos bem escovados da esposa e jogava sua cabeça contra a parede.
Em outro cômodo, mais especificamente no quarto das irmãs, elas escutam o barulho vindo da cozinha. Mary pula da cama assustada, Alice corre até ela e tapa sua boca com a mão.
-Calada... Venha – Alice sussurra, tira a mão da boca da irmã devagar, veste suas pantufas e começa a andar nas pontas dos pés.
Mary suspira tentando manter a calma e segue Alice. As duas caminharam em silencio até a cozinha e observam pela fresta da porta a cena toda.
Patrick estava no chão, em cima de Amélia puxando seus cabelos com força e lhe dando bofetadas na face. Mary chorava baixinho e Alice apenas observava tudo calada, sem demonstrar nenhuma reação, estava chocada, e simplesmente não notou quando sua irmã gritou.
-Pare! – Mary chorava e gritava.
Alice olhou para a irmã assustada.
-Mary venha aqui agora! – Gritou Patrick se levantando e dando um chute nas costelas de Amélia.-Corre – Alice sussurrou para Mary lhe dando apoio para levantar do chão, onde tinha caído enquanto chorava.
Alice esfregou os olhos e tentou chorar um pouco, depois caminhou com medo até a cozinha.
-Sou eu, Alice – Ela dizia fungando.
-Tira – Patrick ordenou apontando para a camisola de Alice.
A menina tirou a camisola dessa vez chorando de verdade.
-É errado espionar seus pais, agora vai aprender a lição – Ele dizia enquanto pegava Alice pelos ombros e deitava na mesa com as pernas abertas.
Alice simplesmente deixava as lágrimas escorrerem de seus olhos sem fazer barulho algum, Patrick tirou o cinto e abriu o zíper da calça, tirou seu membro para fora e enfiou violentamente na vagina da menina.
Na mesma hora Alice lembrou do que a irmã lhe dissera, fechou os olhos, embora as lagrimas ainda escorressem e ela sentisse grande dor e tentou imaginar um universo paralelo, um mundo diferente, se esforçou muito... Mas nada aparecia em sua mente.
A menina decidiu permanecer de olhos fechados mesmo assim. Não ver, de alguma forma era melhor.
Depois de alguns minutos, Patrick tirou seu membro da vagina de Alice e colocou as calças de volta.
-Que isso não se repita – Ele limpou a garganta e saiu da cozinha, provavelmente para se banhar.
Alice desceu da mesa para o chão com dificuldade para andar, enxugou as lagrimas e olhou sua mãe com desprezo, que tremia no canto da parede, pegou a camisola e saiu da cozinha para voltar ao quarto.
Assim que chegou ao seu quarto, colocou a camisola e deitou em sua cama olhando o teto.
- O que ele fez? – Perguntou Mary, mas ela já sabia a resposta.
Alice continuou calada olhando o teto.
- Sinto muito, Ali – Prosseguiu Mary, chorando.
Mais silencio... Não havia mais nada a se falar, então Mary levantou devagar de sua cama e se deitou ao lado de Alice com o braço em volta da cintura dela a abraçando.
Alice não mexeu um músculo sequer e assim as duas dormiram.
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Por trás de Alice
Mystery / ThrillerOlá, eu sou a tia Mih, esse é meu primeiro livro e faço ele com a ajuda de um amigo (Ab). Primeiramente gostaríamos de relatar que este livro teve origem a nossa paixão pelo País das Maravilhas e pela Alice. Garantimos aos leitores, que mudamos prat...