fireflies

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Após a deliciosa tarde entre amigas na praia, Camila e eu resolvemos que era hora de retornar, e as meninas concordaram, voltando às suas realidades adultas.

A fantasminha, obviamente, não esperou que eu tivesse o trabalho de estacionar o carro na garagem, assim que chegamos em casa, pulando para fora e fazendo o seu trajeto até a mansão. Ela ainda tinha aquela habitual pressa — mesmo que agora não fosse exatamente de ''viver''.

Corri até a entrada de casa como uma criança, em busca de Camila, e abri a porta, "Eu espero que você não esteja se escondendo de mim, você sabe que eu irei te encontrar e..."

Deixei a frase no ar, assim que vi quem me esperava sentado na poltrona da sala. Luís.

"Quem está brincando de pique-esconde com você?" Se pôs de pé, dando uma olhada em volta. "Eu posso te ajudar a procurar."

Merda! Eu não esperava encontrá-lo aqui. Muito menos planejava deixar escapar uma frase tão sugestiva na sua presença.

"Oh, n-não é ninguém! E-eu pensei q-que... Hum."

Luís me avaliou, "Lauren, você está me escondendo algo?"

Balancei a cabeça em negação freneticamente. Meu sangue estava congelado e minhas mãos suando. Camila, no topo da escada, gesticulava para que eu o mandasse embora. E, droga, não tinha como! Eu estava enrolando Luís Felipe há muito tempo. Uma hora eu teria que encarar a situação.

"Bom, é o que está parecendo." Meu noivo continuou, dando um passo em minha direção. Ele vestia uma camisa de botões listrada e uma calça cáqui. Tão bonito. "Você tem fugido de mim nos últimos dias, me excluído da sua vida... Eu não estou gostando de ser deixado de lado, principalmente porque eu nunca te tratei como segunda opção."

Assenti, "Eu só estou confusa com essa nova rotina. Não é como se eu estivesse querendo me livrar de você, Luís."

"Ok." O homem passou os braços ao redor da minha cintura. "Eu vou te desculpar por essa falta de atenção, mas nós precisamos retomar a nossa convivência juntos, então eu prometo que tudo voltará ao normal."

Esbocei um sorrisinho amarelo, "Claro."

Camila, diferente do que eu esperava, não sumiu. Na verdade, ela desceu as escadas e ficou gritando no meu ouvido: "mande ele embora, mande ele embora, mande ele embora", enquanto Luís Felipe subia suas malas e arrumava um canto do armário para ele.

Eu tentava ao máximo ignorar a presença de Camila para não passar por maluca, mas ela estava novamente dentro daquela fantasia irritante de garotinha birrenta. Eu apenas afirmava para mim mesma que Camila ainda era imatura, que eu deveria relevar, mas chegou ao ponto em que eu pedi licença ao Luís, apenas para tentar selar um acordo com a fantasminha — eu dei uma desculpa qualquer, como checar os meus e-mails.

"Camila, se você não parar de falar, eu vou te matar." Vociferei entredentes.

Ela riu, "Você pode tentar."

Rolei os olhos, "Meu amor, querida, coisinha fofa, você pode, por favor, me dar um tempo para resolver esse problema?" Bufei, escondendo o rosto entre as mãos. Minha cabeça estava explodindo. "Ou você pode falar com o seu amigo Deus e pedir para ele fazer isso por mim."

Camila colou seus lábios no meu pescoço, depositando alguns beijos na área, "Certo, mas faça isso rápido. Eu quero meu tempo com você de volta."

"Egoísta." Dei a língua. "Você não sabe compartilhar."

"Eu sou carente!" Alegou, cruzando os braços sob os seios.

Fitei a figura a minha frente, por alguns segundos. A fantasma estava revestida por um vestido de cor clara e um grande laço rosa da cintura, como uma boneca. Não tinha como negar ser toda dela. Não tinha como minha atenção pertencer a outra pessoa.

PHANTOMWISEDonde viven las historias. Descúbrelo ahora