O ceifador

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Com desespero e pressa, os pais de Anna Paula a botaram deitada no banco de trás do carro. Sua mãe ficou atrás com a mesma enquanto seu pai sentava no banco da frente para dirigir o carro pro hospital.

- Ela vai ficar bem? –Perguntou Victoria para a mãe de Anna Paula enquanto a mesma fechava a porta do carro.

A mãe da menina só olhou pra filha que estava abrindo e fechando os olhos de forma fraca.

O pai de Anna Paula pisou com tudo no acelerador, deixando Victoria sem respostas.

- O que aconteceu? –Perguntou Aisha ao lado de todos seus amigos ali na frente do cemitério.

- Parece que o assassino estava aqui. –Disse JP enquanto olhava pro cemitério. – Mas o filho da puta já sumiu.

- Jesus. –Suspirou João Vitor. – Esse cara não dá sossego nem num funeral?

- Anne, cadê seu namorado mesmo? –Aisha se virou para a garota que naquele momento fitava o chão com sua face revelando a tensão que sentia.

- Bruno? -Seu olhar trocou do chão para o rosto da loira. Franziu a testa indicando uma expressão confusa em sua face, sem entender o que Aisha queria dizer com aquela frase dita. - O que ele tem a ver com isso? Eu não falo com ele faz dias.

- Nada, eu só acho muito engraçado ele nunca estar perto da gente quando acontece essas porras. –Aisha continuou, firmando sua voz, mantendo uma posição de autoridade e certeza no que estava teorizando.

- Você tá dizendo que o Bruno pode ser o assassino? –Anne indagou quase como num sussurro, não querendo atrair a atenção de todo mundo por ali. – Não é ele! 

- Aisha, relaxa. –João Vitor tentou dizer de maneira calma e pacífica, segurando no braço da amiga. – Não podemos sair acusando todo mundo...

- João, ele é estranho. –Lidia interrompeu.

- Não vem defender esse estranho não. –Respondeu Aisha. - Mas, tá. Foi mal.

Sentiram um cheiro estranho e então, algo estranho.

- O que é isso? –JP olhou pra cima, vendo fumaça preta indo em direção ao céu.

Todo mundo sentiu o cheiro da queimada, tensos.

- Tá vindo do... -Lidia olhou pro cemitério antes de responder. – De lá.

- ...Cadê a Isabella? –Perguntou João Vitor na mesma hora.

Segundos depois, ouviram um grito familiar.

De Isabella.

- Ai meu Deus! –João Vitor gritou, correndo pra dentro do cemitério e todo mundo fez o mesmo.

Seguiram pelo barulho do fogo, o cheiro e a fumaça que saía de algum lugar daquele cemitério. Passaram por várias lápides e túmulos até que correram ao ver Isabella paralisada encarando o fogo em sua frente.

- Meu Deus... esse não é...? –João Vitor não conseguiu terminar a frase.

- É o túmulo da.... –Victoria olhou pra lápide, até que teve certeza.

Era o túmulo de Ana Clara.

Sobre sua lápide estava uma capa de chuva preta que queimava partes da vestimenta, dando pra ler o nome de Ana ali.

Os objetos deixados pelos amigo de Clara estavam todos espalhados pelo chão ali perto. Só um ficou ali embaixo da lápide, em cima de seu túmulo: o desenho de Anna Paula que já estava todo queimado.

STABWhere stories live. Discover now