Freak Show

29 1 11
                                    



Aisha estava paralisada com o celular ainda no ouvido, incapaz de responder a voz anônima.

Queria gritar, xingar, emitir qualquer som para aquele desgraçado para não deixar sair por vencida. Porém, não conseguia encontrar sequer nenhuma força mínima para poder falar qualquer coisa.

O assassino resolveu se aproveitar do momento de fraqueza da loira, se divertindo com tal coisa. A poucos metros de distância, o mascarado se escondia atrás da árvore, observando a garota de pertinho, apreciando o momento de desespero que percorria pela sua face. Era um espetáculo para aquele maníaco que não podia evitar de soltar risinhos macabros de alegria. Alimentando sua alma psicopata com o terror da menina.

- Aisha, aisha... -Falou de forma lenta e provocante enquanto a observava entre o tronco da árvore. – Porque está tão quietinha? Não gostou do meu presente? –Disse sussurrando ao mesmo tempo que um sorriso abria em seus lábios. - Você nem o viu ainda...isso é só a embalagem.

Ele percebeu a boca da garota se movendo de forma desesperada, louca para soltar alguma coisa pra fora mas nada saía. Ansioso para ver o que ela tinha para falar, a fitou com esperança esperando por palavras de desespero que o fizesse se sentir mais sedento ainda.

- Enfie sua mãozinha macia dentro do que era o pescoço do seu admirador e pegue o que tem dentro, vai. –Provocou. – O relógio está batendo, Aisha, alguém vai morrer. Pegue...o sangue está em suas mãos...literalmente.

Em um instante, Aisha deu um pulo da calçada e deixou o celular no chão. Olhou para a cabeça ensanguentada e olhou pro buraco que deveria ser o pescoço do cadáver. Com o coração batendo forte e acelerado, respirou fundo, fechando os olhos e finalmente enfiou a mão dentro daquela cabeça.

Sentiu uma espécie de linha ou barbante ao mexer seus dedos por dentro do membro. Congelou, arregalando os olhos, não sabendo o que a aguardava ali dentro.

- Sente o fio, vadia? –Perguntou a voz modificada. – Entregue a Anna Paula por mim.

E desligou.

Aisha na mesma hora olhou ao redor daquela rua deserta e silenciosa. Pensando desesperadamente que ele podia estar ali bem perto. E pelo seu azar, ele estava.

Ao perceber que definitivamente estava sendo observada bem de perto, segurou a linha e a puxou com rapidez da cabeça melecada de sangue.

Fitou sua mão vermelha e ensanguentada, observando a linha preta molhada, confusa.

Era uma linha preta trançada que parecia uma pulseira. Aisha sem entender nada, observou confusa o objeto e foi levantando lentamente da calçada para correr pra dentro de casa e se trancar. Mas antes que pudesse se levantar por completo, sentiu um objeto pontiagudo e gelado tocar sua nuca.

Arregalou os olhos na hora e levantou-se lentamente, tentando permanecer calma e concentrada. Foi difícil permanecer calma quando reparou que o rosto do assassino estava coberto por uma máscara de pele sangrenta do que costumava ser o rosto de Pedro. Sem conseguir se segurar, Aisha começou a chorar. De tristeza, de ódio e de medo.

O assassino mascarado apontou com a faca para a pulseira preta de linha e depois apontou para o pulso da loira, indicando para a mesma botar.

Mesmo sem entender o porque, resolveu não o contrariar e entrar no jogo do assassino, engolindo o choro. Pegou a pulseira e amarrou em seu pulso, tremendo, porém atenta a qualquer movimento do assassino. Ou talvez nem tanto.

O mascarado a virou com rapidez e raspou com velocidade e força sua faca na barriga da garota que pulou pra trás afim de escapar do golpe. Sua barriga foi cortada e sangue começou a escorrer.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Mar 15, 2023 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

STABWhere stories live. Discover now