Exposta

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QUATRO DIAS DEPOIS

Segunda, 06HRS35

Anna Paula passava o requeijão em sua torrada enquanto ouvia a voz que saía da televisão da sala, perto de sua cozinha. Levou a torrada até a boca e a mordeu, bebendo um gole de suco logo após.

Agora que já havia quatro dias completos sem sinal ou ligações do assassino, estava quase calma e já conseguia pelo menos apreciar mais o gosto de seu café da manhã.

Antes era algo que fazia com pressa e ansiedade, nesse dia em específico foi uma maravilha de café da manhã. Mas não durou muito.

A repórter começou a falar na televisão sobre o recente assassinato de Pedro. A morena despertou ao ouvir sobre a tragédia, ficando nervosa novamente. Tinha ignorado as repórtagens e postagens no facebook sobre o ocorrido desde os dias anteriores, mas dessa vez não conseguiu escapar.

Porque? Por que ela queria ver o que tinha acontecido quando ouviu aquela músiquinha da Globo que anunciava notíciais de última hora.

Tinham novidades sobre o assassino. E era urgente. O que era?

- Sim, algo terrível e surpreendente aconteceu. –Avisou a repórter loira na televisão. - A cabeça do estudante Pedro Felipe sumiu do corpo do jovem falecido e foi ROUBADA! Os legistas depois de examinarem o corpo e o guardarem perceberam que depois de algumas horas a cabeça havia sido RETIRADA e ninguém no necrotério a encontrou.

- Meu Deus...isso é um absurdo... -Sussurrou a mãe de Anna Paula, aterrorizada.

Anna Paula encarava em estado de choque a televisão que exibia imagens do necrotério e do corpo de Pedro censurado.

- Não...

O que sobrou da torrada em sua mão, caiu no chão após o corpo da mesma se neutralizar de surpresa.

Trêmula, pegou em seu celular e enviou uma mensagem para o grupo de seus amigos no Whatsapp.

"Por favor ,estejam na escola hoje, eu preciso de vocês."

Anna Paula bloqueou o celular e respirou fundo, vestindo seu uniforme do colégio. Foi até seu pai e o chamou com um: "Vamos?"

- Você pode ficar em casa se quiser, isso é muita coisa pra você ter que lidar em aula. –Observou sua mãe, a aconselhando depois de abraçá-la.

- N-Não...eu preciso ir, eu preciso me distrair. –Disse com certa hesitação, mas era quase a verdade.

Com tanta coisa acontecendo, ela precisava ficar junto de seus amigos. Tinha medo de perdê-los a qualquer momento. Precisava e sentia que tinha que ficar perto deles sempre, afim de protegê-los de alguma maneira.

Chegar nos portões da escola tem sido um sacríficio desde que as mortes começaram. Desde o ocorrido e a divulgação da mídia do que estava acontecendo, fez que todas as pessoas do colégio encarrassem a morena e seu grupinho de amigos. Eles tinham ganhado sua fama –de uma maneira não muito agradável.

- Eu sabia que estava tudo muito quieto demais! –Disse com uma animação meio sombria.

Seus olhos possuíam olheiras, sua aparência estava cansada e entristecida, porém queria desabafar.

- Foram quatro dias de sossego absoluto e eu SABIA sque ele voltaria com uma grande jogada...

Anna Paula reconheceu a voz de seu amigo João Vitor e correu até ele que estava conversando com algum colega não muito íntimo de sala.

STABWhere stories live. Discover now