First love...

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Já era por volta de 10 para as 11 da manhã quando me levantei e fui checar o quarto atrás de Helena, a noite tinha sido estranha, tanto pelo sonho quanto pelo desconforto de se dormir em um colchão desconfortável em um cubículo em uma locomotiva velha. Saí do quarto em direção ao vagão "restaurante" que não passava de um pub ruim, tinha gente bêbada, comida ruim e mais gente bêbada, igual a um pub qualquer do meu bairro, porém balançava mais e tinha metade do espaço de um pub. Peguei um prato de carne e me dirigi de volta ao meu cubículo carinhosamente chamado de quarto, Helena ainda não aparecera em nenhum lugar, talvez tenha ido embora quando percebeu a loucura na qual tinha se metido, o que era realmente uma pena pois ela parecia uma jovem encantadora, enquanto como minha bela refeição com sabor de carpete ouço pessoas passando pelo corredor e logo minha companheira aparece com uma expressão de alegria surpreedente
-Oi Mor, dormiu bem?
-Mor? Isso é uma abreviação caricaturada de Morfeu ou de amor?
-De Morfeu seu idiota, apesar de que amor também combina bastante...
Vejo suas maçãs do rosto enrubecendo e logo corto o clima estranho que se formara no ar
-Então... Achei que tivesse me abandonado não lhe encontrava em lugar algum, já estava até ficando feliz
-Estava é? Ah pois então vou indo embora mesmo, nunca quis tua companhia mesmo seu cretino arremessador de cartas metido
-Opa calma lá estava apenas brincando, não precisa se estressar, mas então onde estava de manhã enquanto eu ainda não acordava?
-Ah estava explorando o trem, parece um lugar muito agradável.
-Agradável? Já vi bordeis com mais arquitetura que essa locomotiva.
-Hey! Que história é essa de bordeis???
-Nada que lhe diga respeito minha dama, agora anda vamos nos preparar para partir, não pretendo ficar mais nenhum segundo a mais do que o necessário aqui.
E então deu um tapinha em uma madeira que sustentava a cama do beliche e a madeira partiu-se em duas
-Meu deus, tu quebrou a cama!?
-Olha eu não quebrei nada, foi a cama que se quebrou.
Nos encaramos e começamos a rir igual dois tolos por alguns segundos, até ouvirmos o assobio dos freios do trem indicando nossa chegada ao sul de Londres.
Logo quando desembarcamos era possível notar uma atmosfera mais... Amigável por assim dizer, a poluição das fábricas ainda não chegara em tão intensa escala quanto no centro da cidade, portanto o céu era límpido e resplandescente, começamos a andar pela região em busca do porto quando Helena nota
-Mor, já notou a imensa mariposa bordada na tua capa?
-Mariposa? Como assim? Aquele inseto que os chineses usam para produzir seda?
-É aquele mesmo, as costuras das costas formam uma mariposa, a arte do inseto deve ficar por dentro, dá-me a capa, agora fiquei curiosa.
Tirei minha amada capa e entreguei para Helena examinar
-Aqui! Vê, é uma mariposa mesmo.
Ela aponta para um desenho enorme que cobria toda a parte de tras da capa, realmente parecia uma mariposa, era linda, as asas vermelhas cor de sangue e o resto do corpo preto.
-Já sei, vou te chamar de Mariposão a partir de agora!
-... Oh okay .

O Mágico Da Capa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora