Capítulo 6 A Terceira e a Sexta Vítima

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Miranda logo cedo saiu de seu apartamento em direção à clínica de Rodolfo.

Havia nela certa ansiedade pela hora da consulta, ainda não conseguia definir o que sentia, se era gratidão ou algo mais... Seus sentimentos estavam confusos. Entrou pela grande porta de madeira envelhecida, sentou-se em uma cadeira confortável. Estranhou a demora de Rodolfo, o que à fez pensar novamente qual era de fato seu sentimento pelo médico.

Olhava insistentemente seu relógio de pulso. Ela não sabia definir se o relógio é que andava devagar, ou se a demora já estava demasiada.

Um barulho na porta fez com que seu coração disparasse. Finalmente...

Rodolfo abre um grande sorriso e diz:

_Bom dia Miranda! Perdoe-me o atraso. Estava enrolado com alguns assuntos particulares. Mas agora sou todo seu. Vamos?

Miranda sorriu e o acompanhou até a sala que aos poucos se tornava uma amiga. A porta se fechou e ali mais um pouco de sua sombria história foi relatada.

Depois de mais uma sessão terminada, despediu-se de Rodolfo com um sorriso.

_Até semana que vêm lagartixa.

Rodolfo sorriu e fechou a porta.

Miranda foi para a redação, havia muito que ser descoberto a respeito da terceira vítima.

Cumprimentou seus colegas, sentou-se em frente à tela de seu computador e buscou mais informações sobre a terceira mulher morta.

_Olha Henrique, eu vou falando e você vai prestando bastante atenção para ver se descobrimos alguma coisa que possa levar a alguma pista que desfaça o nó deste novelo.

Henrique olha para ela e diz:

_Vamos lá chefinha, hoje acordei com instinto de Sherlock Holmes. - Bate continência como sempre e sorri.

Miranda então começa a relatar os fatos:

_A mulher chamava-se Elisa Alves... -Antes de continuar Henrique à corta e diz:

_Elisa Alves... Alvestruz... Que mórbido!

E então começa a rir.

_Pare com as gracinhas e preste atenção. - Miranda repreende Henrique. - Ela tinha quarenta e cinco anos, nascida no dia quatro de junho de mil novecentos e setenta e um, morava com seus dois filhos em uma casa humilde, conquistada a duras penas com longos dias de trabalho suado limpando a sujeira alheia... Coitada. Foi morta um dia antes de seu aniversário. Teve os pulmões arrancados. Engraçado, de acordo com meu pensamento, assim como as outras ela precisava de muito fôlego para trabalhar, o que está relacionado aos pulmões? Meu Deus isso fica mais estranho a cada segundo. Ela trabalhava em várias casas de famílias diferentes, nunca teve problemas com nenhuma das patroas. Acho que irei até a casa dela conversar com seus filhos. Quem sabe descubro algo! Tem uma pulga instalada atrás da minha orelha... Cérebro, traquéia, pulmões... Vamos Henrique.

Miranda então depois de convocar Henrique a ir com ela sai com a cabeça a mil. E mais uma vez vai à procura de algo que trouxesse luz ao caso, no caminho vai falando a Henrique sobre suas associações... Os órgãos arrancados eram sempre os mais evidenciados na personalidade de cada uma das mulheres que haviam sido assassinadas.

Miranda bateu na porta, e logo foi atendida por uma garota de aproximadamente dezessete anos.

Apresentou-se como Abigail. Miranda sentiu muita pena ao olhar aquela garota, que já tão nova carregava uma dor tão grande. Miranda estendeu a mão e disse que estava à procura de Elisa, e que gostaria de contratar seus serviços como doméstica, pois uma antiga patroa da mulher havia lhe recomendado. A garota abaixou o rosto e disse que sentia muito, mas sua mãe havia falecido. Miranda se aproveitando da pouca experiência de vida da menina, começou uma conversa:

Degustação/ A RepórterOnde histórias criam vida. Descubra agora