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Quinta-feira

Horário: 19:30. Realmente estava explicado o porque daquela noite estar tão tempestuosa, pela primeira e única vez no meio dessa aposta, Chat Noir havia chegado cedo e antes de sua companheira, esta que por sua vez teve que ficar até um pouco mais tarde cuidando de uma garotinha chamada Mannon.

Chat já estava entediado, assim que resolveu sentar-se no chão do estúdio ouviu o toque de seu celular, quando achou o aparelho, retirou de dentro da bolsa e viu na tela a foto de seu pai. Soltou um suspiro pesado antes de deslizar o botão verde que insistia em ser realizado.

- Alô.

- Onde você está? Já são mais de sete horas! - disse Gabriel esbravejando do outro lado

- Pai, eu estou bem, apenas tive que ficar até um pouco mais tarde na biblioteca por conta de um trabalho e daqui a pouco eu volto pra casa, ok? - Adrien se supreendeu com a maneira como a mentira escapou com facilidade, odiava mentir, porém, além de seu pai não entender ou muito menos gostar de suas atividades normais, ninguém sabe ou pode saber sobre Chat Noir.

- Vou mandar o motorista te buscar, onde você está? - sua voz grossa e rígida demonstrava irritação e preocupação.

- Não! - gritou o garoto sem querer em meio ao nervosismo - Quer dizer... Na-não precisa pai, nem é tão longe assim e eu posso ir andando.

- Tudo bem - suspirou, o Sr. Agreste não estava afim de discutir - Apenas... Apenas tome cuidado Adrien.

- Tabom, tchau pai. - Adrien olhou triste para o visor encerrando a ligação. Ficou surpreso, aliviado e preocupado pelo modo como seu pai agiu, sem brigar ou obriga-lo a fazer algo.

- Está tudo bem? - ouviu a voz feminina e familiar de Ladybug que estava encostada na porta fitando o semblante confuso do rapaz.

- Claro é só meu pai - bufou - as vezes eu não o entendo, ele se preocupa comigo, mas é de uma forma tão distante que nem parece.

- Você quer falar disso? - Lady se aproximou.

- Pode ser, acho que preciso desabafar com alguém.

- Então me conta tudo - assim, eles se sentaram no chão e Adrien, ou melhor, Chat Noir, contou o quão era complicada a sua relação com seu pai e como ele se sentia triste com toda essa frieza.

Depois de longos minutos de conversa, Lady ouvia tudo atentamente. Essa era a segunda vez que ela via um outro lado dele, ela nunca havia o visto com um semblante triste muito menos tão aflito.

- Não sei o porquê mas sua história me parece muito familiar... - pensava a garota se recordando de Adrien, sua paixão escolar e quem ela suspeitava que tinha problemas familiares - Mas isso não vem ao caso, eu só queria dizer que você pode contar comigo pra tudo...

- Obrigado bugaboo - Noir a interrompeu e deu um beijo na mão delicada e macia dela, entrelaçando os seus dedos em seguida.

- ... E também, eu acho que você deveria conversar com seu pai abertamente, fala tudo o que está aqui. - ela colocou a mão sobre seu peito indicando o coração - As vezes precisamos ser sinceros para que as coisas se concertem, quem sabe seu pai também não tem algo a te dizer?

- Você tem razão... Acho que eu só nunca fiz isso antes porque tive medo, mas eu prometo que vou tentar.

- Chat... você não tem me prometer nada, isso é pela relação de vocês. Prometa e faça por você, por ele. Okay?

- Okay.

- Muito bem! - a garota se levantou rapidamente estendendo as mãos para ajudá-lo a se levantar, quando ele agarrou suas mãos, se levantou e abraçou Ladybug com força. "Obrigado" ele sussurrou, ela por sua vez, se sentiu arrepiar e um frio incomum lhe percorreu a espinha e seus braços se apertaram ainda mais envolta dele, seu coração disparou e seu cérebro só conseguia pensar o porque de seu corpo reagir com tantos alarmes dessa forma com uma simples aproximação.

Challenge (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora