(Narrador Autor)
Deena acordou. Tentava se lembrar do que havia acontecido, mas nada vinha a sua mente. -Deena?! Já acordou querida? Levantou da cama e gemeu algo que respondeu a pergunta. Havia um cheiro de panquecas, talvez torta. Foi ao banheiro e olhou seu reflexo no espelho. Olhos cansados, sentia falta de Dylan. Abriu o armarinho e tomou os 7 comprimidos. As mãos tremiam. Lavou o rosto como se isso pudesse esconder as lágrimas que viam sem parar. Desceu as escadas e encontrou a mesa com bolo e café. Comeu uma fatia de bolo de chocolate e depois deu um gole no forte café. Sua tia surgiu vindo da sala. -Como vai querida? -Cansada.-Deena disse, friamente.- Pra variar. -São os remédios...-Sua tia disfarçou.-Logo vai melhorar. Lentamente, Deena sentiu um formigamento nas mãos e foi caindo. Sua tia assistiu a cena calmamente, já havia se habituado. Deena caiu no chão e ela carregou seu corpo fraco e inconsciente para a sala. Abriu uma entrada no chão e colocou Deena lá dentro. Entrou e a arrastou. A colocou no sofá que havia lá embaixo e começou a hipnose. Repetia frases sobre a repentina e secreta morte de Dylan, incitando o ódio cada vez maior por Amber. Dizia palavras sobre vingança, morte e destruição. Era psicopata. Deitava a cabeça de Deena em seu colo e falava atrocidades para que ela ouvisse em seus sonhos. Pesadelos. Fazia isso todos os dias e a dava café que somado ao falso remédio colocado em seu banheiro a fazia esquecer tudo. Colocava o caos no único lugar que Deena realmente vivia: sua mente. Assim a retornava para cima e a deixava no sofá a fazendo acreditar que havia dormido ou simplesmente a levava pra cama e a fazia pensar que nem mesmo havia acordado. Esse mulher se aceitava como Ellen, mas não era esse seu verdadeiro nome... Chorava sozinha a noite. Nunca tivera ninguém na vida e agora tinha Deena e a queria por perto. Sabia que ela logo cresceria e se mudaria e por isso achava melhor matá-la lentamente até que estivesse louca e precisasse de todo o cuidado. A enganava, manipulava e destruía todos os dias. Com prazer. Depois de acordar, pela segunda vez naquela manhã, Deena sentiu que algo estava errado. Que não pertencia àquele lugar perturbador. Inventou alguma desculpa para o malditos olhos curiosos de Ellen e saiu. Quando estava longe o suficiente ligou para seu psiquiatra. -Deena, você tem que entender que ainda existem pessoas boas no mundo. Você tem razão em estar com medo de pessoas. Até mesmo de mulheres, foi uma que roubou sua inocência. Mas a sua tia Ellen é uma boa pessoa e só quer ajudar. Você precisa ficar aí. Deena suspirou e desligou depois de agradecer. Deena se voltou para a fachada da casa e pudia jurar ter visto um vulto na janela do segundo andar. Não deveria ser nada, ela pensou. Pensou. Deena voltou para sua gaiola. Era uma gaiola confortável, mas ainda era uma gaiola.
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Quem é Deena?
Misterio / Suspenso-Talvez ela seja uma daquelas pessoas que precisam viver aos empurrões... Aquelas que precisam de um motivo a mais para descer a rua além da própria gravidade.