Capítulo 16 - Conversão

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Passei o restante do dia bastante animada, afinal, tinha um culto para ir. Tomei um banho morno e vesti uma saia rodada preta e uma camisa branca. Arrumei meus cabelos em uma trança embutida, passei um batom rosado e peguei a bíblia que Lavínia me dera.

Eu nunca havia ido à sua casa, mas o endereço não foi difícil de achar, era logo no final da rua. Apertei a campainha e aguardei. Enquanto esperava, reparei nas paredes pintadas de verde claro que combinavam perfeitamente com o portão marrom. Alguns minutos depois, um rosto familiar apareceu.

– Esther! Entre! – Lavínia disse abrindo o portão.

– Com licença. – entrei.

– Pode ficar a vontade. Já estou acabando de me arrumar.

Sentei-me no sofá de couro branco, fazendo o meu melhor para causar uma boa impressão. Na sala haviam várias fotografias, pude ver Lavínia e suas irmãs brincando, Lavínia se formando no ensino fundamental, entre outras.

Também reparei em um quadro relativamente grande que dizia o seguinte:

"Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
Que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito."

Era uma frase realmente muito bonita. Não pude evitar imaginar como aquela família deveria ser perfeita. Ouvi passos no corredor, e logo em seguida estava de cara com Lavínia, seu pai e sua mãe.

– Olá. Você deve ser a Esther! – o pai estendeu a mão para me cumprimentar.

– Oi, prazer. – respondi timidamente, retribuindo o cumprimento.

– Me chamo Estevão. O prazer é todo meu. Lavínia nos falou bastante de você! – logo percebi que eles se pareciam muito, desde os olhos claros até o cabelo loiro.

Abri um sorriso envergonhado, não esperei que eles já soubessem quem eu era. Logo a mãe também veio me cumprimentar, me dando um beijo na bochecha.

– Eu sou a Raquel. É um prazer te conhecer, querida.

– O prazer é todo meu.

Não disse que eram uma família perfeita? Todos eram muito simpáticos e gentis, algo que eu logo de cara admirei muito.

– Podemos ir? – Estevão perguntou a Lavínia.

– Sim, pai. – ela acabara de colocar um salto vermelho que combinava perfeitamente com seu vestido preto de rendas.

– Suas irmãs não vão? – perguntei a ela.

– Hoje não. Estão na casa da minha tia.

– Ah, entendi.

(...)

Chegamos cedo à igreja, a maioria dos bancos ainda estavam vazios. Nos sentamos na terceira fileira, fiquei entre Lavínia e sua mãe.

– Você não tem que se sentar com o grupo? – sussurrei em seu ouvido.

– Estou abrindo uma exceção hoje. – deu uma piscadela.

O culto começou, e a melodia de uma bela canção logo encheu os meus ouvidos.

"Oh! quão cego andei e perdido vaguei,
Longe, longe do meu Salvador!
Mas do céu Ele desceu, e Seu sangue verteu
Pra salvar um tão pobre pecador."

A música era realmente muito bonita, e eu senti algo muito bom inundar meu interior. Era como se algo me transbordasse, arrancasse todos os meus temores o e substituíssem por alegria e paz.

Logo o pastor começou a ler uma passagem bíblia que dizia:

"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." - João 14:27

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