- Tio Finn, acorda, já é Natal. – Louise e Jack começaram a gritar.
Levantei-me com o maior cansaço do mundo e senti minha cabeça começar a rodar assim que fiquei em pé. Esse era meu primeiro Natal em cinco anos que eu passava sem Katherine, e o primeiro de toda a minha vida que nós passávamos sem meu pai, então eu obviamente tive uma ideia imbecil e sai com meus irmãos para encher a cara quando todo mundo foi dormir.
Alfie e Tyler conseguiram subir para o quarto, mas eu estava bêbado demais para encarar os degraus e acabei dormindo no sofá e ficando pior ainda. A única coisa que eu consegui fazer depois de me jogar no sofá foi tirar os sapatos e quase quebrar um braço enquanto tirava a blusa.
- Cadê seus pais? – falei cansado.
- É Natal. – Jack gritou – Já podemos abrir os presentes?
- Pergunta para sua mãe primeiro.
- O que comprou para gente? – Louise perguntou.
- O que vocês compraram para mim?
Ela mordeu o lábio e ficou me encarando por um tempo sem saber o que responder e depois subiu correndo as escadas falando que era Natal.
Coloquei as coisas na cafeteira e esperei que ela fizesse um café bom suficiente para tirar pelo menos metade daquela ressaca que tomava conta do meu corpo naquela manhã.
Pude ouvir todo mundo descer as escadas e logo depois ouvi as crianças rasgando as embalagens de presente.
- Feliz Natal. – Estela beijou meu ombro.
- Feliz Natal. – bocejei.
- Você está esperando o café? – assenti – E que horas do dia você tinha planos de ligar a cafeteira?
- Merda. – resmunguei.
Deixei que ela fizesse o café e me sentei no sofá para ver as crianças ficarem empolgadas ou tristes pelos presentes serem o que eles queriam... ou não.
- Quem deu esse? – Jack erguei o helicóptero de controle remoto.
- Tio Finn. – Brianna falou – Feliz Natal, Grinch. – ela beijou minha bochecha.
- Obrigado, Tio Finn. – ele me abraçou com força e achei que fosse morrer de tanta dor.
- Quando você ficou tão forte assim? – falei rindo.
- Eu agora estou comendo verduras e legumes.
Tyler tinha contado que Louise estava doente por uma casa de bonecas que ela tinha visto em um comercial, mas aparentemente nenhuma loja de brinquedos de Seattle tinha a casinha que ela queria. Acabou que passei um fim de semana rodando Los Angeles atrás da maldita casa até encontrar a última unidade em uma loja. Tive que chorar para uma mulher e sua filha pequena para que elas entendessem que eu precisava daquela casinha, sem contar que eu não tinha muito que dar satisfações para elas já que eu tinha pego primeiro.
- Eu não consigo abrir. – Louise resmungou – Papai, me ajuda.
- Esse é grande, quem será que trouxe? – ele tirou as fitas adesivas da embalagem.
Como eu era o tio e irmão legal, era óbvio que não contei para ninguém, e isso fazia com que eu corresse o risco de mais alguém ter comprado a casinha para ela e estragar meu plano de continuar sendo o tio legal pelo resto da vida.
- O que é? – minha mãe perguntou curiosa.
- AI MEU DEUS. – Louise gritou – É a casinha da televisão, papai. É a casinha da televisão. – ela disse chorando – Zack, olha, eu ganhei a casinha da televisão. – ela ficou tentar pular pela sala com a caixa no colo e chorando.
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Where I Leave You
RomanceCinco anos de relacionamento. Muitos altos e baixos, muitas brigas e discussões, reconciliações e as vezes separações. Quando a pessoa que se ama vai embora, é como se ficássemos sem chão e o fundo do poço torna-se algo frequente. Apesar de dize...