Capítulo 6

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   Pov – Alana

Andamos lado a lado pelas ruas em direção ao meu apartamento. Onde Luka me espera com nosso helicóptero no telhado para me levar de volta a ilha. Tanta mentira. Meu coração dói um pouco.

−Foram muitos currículos? – Pergunto quando ele toca minhas costas para atravessar a rua como se estivesse me protegendo. Dá a sensação que somos mais que futuros colegas de trabalho. É quase como um casal e estranho minhas reações. Eu nunca fui muito romântica. Nesse momento me sinto como minha prima July.

−Meia dúzia. Não divulguei muito. Queria algo mais selecionado. Foi o melhor Alana, sinto que está caçando elogios. Então saiba. Seu currículo foi o melhor e mais completo.

−Na verdade estou. O mundo não é muito generoso com as garotas. Ainda mais em meio a cientistas. Tem muito preconceito.

−Nem por um minuto eu pensei nisso. Não desse jeito, como se sendo mulher fosse menos capaz, mas sei o que quer dizer. Trabalhei com poucas mulheres durante esses anos e todas elas eram muito diferentes de você.

−Diferentes como? – Pergunto interessada. Ele passa a mão pelo cabelo, ajeita a bolsa masculina que carrega. Fica incomodado.

−Diferentes. Meio clichê de cientista. Óculos grossos, pouca vaidade, essas coisas. Você é uma jovem bonita, anda toda arrumadinha. Eu gosto da mudança que vejo acontecer, muito pela luta de vocês mulheres. Acho bom que não tenha que seguir esse clichê que para ser respeitada como profissional não pode ser bonita e vaidosa, elegante sei lá. Linda como você é. Isso não é elogio, quer dizer é, mas não com intensões. Eu sou um cientista, sabe como minha cabeça funciona, observar e concluir. Então... bom basta ter olhos. Está parecendo desrespeitoso? – Ele me pergunta com uma ruga na testa. Gosto desse jeito atrapalhado que ele tem ás vezes e sorrio.

−Não. Entendi o que quer dizer.

−Que alivio. –Ergo o braço apontando meu prédio.

−Chegamos. – De novo ele toca minhas costas para atravessar. – Obrigada Matthew. Posso chama-lo assim ou prefere que volte para o senhor Connor.

−Matthew está ótimo, os mais próximos me chamam de Matt, então fique a vontade.

−Obrigada. – Os mais próximos, vamos ser próximos. Quando penso em tudo que ainda vamos poder discutir sobre vida marinha.

−Bom fim de semana Alana. Estou em casa. Não vou ter nenhum compromisso, me ligue se precisar.

−Vou passar o fim de semana olhando seus papéis. Segunda-feira estarei por dentro de tudo.

−Eu tenho certeza que sim. – Ele me estende a mão, nada de beijo no rosto e não tem como esquecer o beijo da última despedida. Aperto sua mão e sinto de novo aquele calor que vem dele se espalhar por mim. – Boa noite.

Ele gira nos calcanhares e some. Ainda observo um momento e depois abro o portão. Quando chego em casa Luka está deitado no sofá olhando seu celular.

−E aí? – Pergunta animado. Fica de pé e sorrio.

−Contratada! – Aviso para em seguida ser abraçada e girada por meu irmão animado.

−Muito bom. Teve meio beijo?

−Não Luka. Que ideia. Falamos de trabalho e só.

−É bom, é ruim?

−É como tinha que ser. – Digo sem saber se é bom ou ruim. – Preciso do seu barco. Pago cinquenta mil por um ano.

−Paga com o meu dinheiro você quer dizer. – Ele ri. Está certo sobre isso. Afinal o dinheiro veio dele.

Paixões Gregas - Destinados a Amar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora