Capítulo 5

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Pov – Mathew

Tenho que admitir que o currículo é muito bom. Sem nenhuma experiência, mas ela tem notas exemplares, cursos paralelos. É mergulhadora. Fala inglês, a garota tem potencial.

Pego sua monografia. Está tão bem escrita e tão detalhada, nem parece um trabalho de universidade. Parece muito mais um artigo de revista especializada. Fundamentado, elaborado e sucinto, não tem uma linha além do necessário.

O dinheiro está no banco, Luka Stefanos veio me encontrar num restaurante e assinamos, não mandou advogados, veio pessoalmente. Tenho mil providencias e um assistente seria muito importante para começar logo, quando mais ajuda mais rápido.

Alana Kalimontes nasceu e cresceu na Grécia. Deve conhecer bons lugares para conseguir o que preciso.

Deixo os papéis sobre a cama e caminho até a janela. Já decorei esse currículo, é verdade que entre os currículos que analisei é o melhor. Não foram muitos, mas nada chega perto do dela.

Vejo um pedacinho do oceano quando me dobro sobre a janela. Uma pequena parte dele a minha esquerda. Adoraria abrir a janela e vê-lo soberano e completo, não. Só um pedacinho no canto se me curvar bem.

Alana Kalimontes. Eu sei do potencial dela, tenho certeza absoluta de que ela seria perfeita para o trabalho, o que não sei é como lidar com ela. Como não pensar nos olhos azuis, como conviver com ela e não pensar em nós dois juntos.

−Juntos? – Eu me espanto. – Está indo longe demais Matt. – Ando pelo quarto, deixo a janela e caminho pelo quarto de um lado para outro um tanto tenso.

Ela é uma moça competente, ou parece ser, mas esse é o sonho da minha vida. Meu objetivo maior, então não posso me deixar influenciar por nada disso. Talentosa ou não ela está fora do projeto. É isso. Está decidido. Uma semana pensando nisso? Uma semana andando com esse currículo? Imprimir para poder ler e reler? Está tudo errado, ela está fora e pronto.

Me sinto aliviado. Suspiro e junto as folhas sobre a cama. Chega, Alana Kalimontes não vai mais dominar meus pensamentos. Sinto que a beleza dela seja seu pior inimigo, ou o charme, aqueles olhos, o jeito decidido, seja o que for isso não a ajuda.

−Agora pegue o telefone e comunique a garota. – É o que tenho que fazer, é justo, ela não pode ficar na espera, tem sonhos e objetivos e precisa partir para outra logo. – Vai Matt. Faz isso logo.

Me sento com o telefone na mão, não vou empatar a vida dela, nem enrolar muito. É só dizer que sinto muito, mas contratei alguém mais experiente. Pronto. Digito seu número. Vergonha ter decorado.

−Alô! – A voz soa firme do outro lado da linha e fico mudo. – Alô! – Ela repete e tenho ímpetos de desligar.

−Alana.

−Sim. Matthew? – Gosto da voz dela.

−Isso. Como vai?

−Bem. – Ela diz de modo simples.

−Está em Atenas?

−Estou na ilha de kirus eu... eu tenho uma amiga aqui.

−Ah! Os Stefanos moram aí. Sabe disso? A família que está financiando o projeto.

−Eu sei, todo mundo os conhece por aqui, só conheço é claro, nada demais. – Ela avisa.

−Volta hoje? – O que diabos eu estou fazendo?

Paixões Gregas - Destinados a Amar (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora