"Quando minha mente me diz 'não', o meu coração me diz 'vai'." – On My Way – Lea Michele
Acordei com meu celular tocando e torci para não ser o Gabriel. Olhei no visor do celular e quase fiquei cega por causa do brilho, até que meus olhos focaram no nome da pessoa, não acreditei quando li. Era o Carter!
Carter é meu amigo da Califórnia, somos amigos desde pequenos e praticamente crescemos juntos. Eu fazia tudo com ele, desde sair a estudar, e ele às vezes colocava juízo na minha cabeça.
— Alô? Oi, Carter! Que saudade! — falei meio afobada e escutei ele rir do outro lado da linha. Que saudade dessa risada!
— Nossa, calma! — ele disse. — Tudo bem?
— Sim e com você? — perguntei um pouco curiosa. Será que ele estava me ligando para dar alguma notícia ruim?
— Tirando o fato de que minha melhor amiga está no Canadá, eu tô ótimo!
Não era bem uma notícia ruim, era só um fato triste.
— Ai, bobo! — disse com um pouco de tristeza.
Eu estava bem por conhecer tantas pessoas boas aqui, mas a falta que meus amigos me faziam era imensa.
— Eu sinto tanto a sua falta. — ele falou e eu senti vontade de chorar, mas não queria fazer ele se sentir mal, mesmo que eu estivesse. — Você não sabe como é chato escutar a Lucy falando de meninos! — ele disse num tom emburrado e eu ri.
—Eu sei bem como é! — falei rindo.
— Eu queria você aqui. — ele disse baixo e eu não sabia o que falar. Também queria estar lá, sentia tanta falta da minha vida. Não que eu não estivesse feliz morando aqui, longe disso! Mas era como se a Califórnia ainda fosse a minha casa.
— Julie, você tá chorando? — ele perguntou num tom engraçado.
Estava quase.
— Ainda não.
— E nem vai! Não chora! Não tem porquê chorar.
— A gente está longe.
— É, essa é uma boa causa pra chorar... — ele disse pensativo. — Não! Quer dizer, isso não é motivo pra chorar!
Comecei rir. Ele tinha um jeito tão engraçado, sempre tão bobo.
Carter começou lembrar de quase todas as merdas que já fizemos, com o intuito de me animar. Ele lembrou das vezes em que cabulávamos e sempre passávamos despercebidos –por pura sorte do destino. Das vezes em que saíamos e ficávamos zoando as pessoas. Dos apelidos que dávamos às pessoas e só nós sabíamos o motivo. De quando tacamos pipoca na Lucy e no seu ficante porque eles não assistiam ao filme. De quando ele ficou bêbado e chamou minha mãe de "gatona". E um dos momentos mais importantes que foi quando já éramos tão próximos, que a minha família já era praticamente a dele.
Passamos quase uma hora no telefone lembrando de muitos momentos, mas ele teve que sair.
Fiquei desolada lembrando da minha despedida na Califórnia. Eu não queria que eles fossem no aeroporto pois tinha toda certeza de que iam chorar, e me parte o coração ver quem eu amo chorando.
Nos reunimos na minha casa e fizemos uma minifesta um dia antes de eu ir. A razão de eu ter escolhido uma festa, era porque queria que todo mundo ficasse animado, que aproveitássemos os últimos momentos juntos, mas claro, no fim todo mundo chorou. Pelo menos não foi no aeroporto e eu não tive que partir vendo todo mundo chorar. A última lembrança que temos juntos é de uma festa divertida.
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One More Time
RomanceQuando Julie se muda para o Canadá, acaba conhecendo cinco meninos, Matthew, Arthur, Logan, Anthony e Gabriel, e acabam virando bons amigos. Eles são loucos, adoram festas, ficam com várias meninas e se divertem o máximo que podem. Mas e quando ela...