Capítulo 1

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–Carolinne , onde você está?  Carolinne?

Escuto a voz estridente de minha madastra me chamando enquanto me encolho  ainda mais no canto apertado entre uma estante e outra da biblioteca.

O meu refúgio
.
Os passos de Margaret se aproximaram da biblioteca e ouvi nitidamente o barulho da pesada porta sendo aberta.

–Carolinne eu sei que você esta aqui.
Tentei não respirar para não chamar a atenção dela. Até agora é esse o único canto em toda a mansão que consigo ficar a sós e tranquila com meus pensamentos e com meus  livros , seria muita infelicidade se descobrirem  o meu cantinho.
Por curiosidade mudei de posição para observar Margaret no centro da sala da biblioteca com suas mãos na cintura olhando em volta de todo o comodo.

O olho dela passou na direção do local onde eu estava e eu voltei rapidamente para minha posição , mas a mudança abrupta me fez derrubar o livro e esse mínimo barulho ecoou por toda biblioteca.
Fechei meus olhos rezando para que ela pensasse que o barulho tivesse sido causado por um animal.
O som do sapatos batendo no assoalho estava cada vez mais próximo.
–Quer dizer que além de ser uma inútil agora é também surda?O que faz encolhida nesse canto como se fosse uma rato ?
–Terminei os afazeres e resolvi ler um pouco madastra.
Levantei-me do chão e limpei um pouco a saia de meu vestido velho. O tecido era tão batido que parecia que iria se rasgar na próxima lavagem.
–Quer dizer que agora não vai cumprir suas obrigações direito para ficar perdendo tempo com isso. ?-ela olhou com desprezo para o livro na minha mão e o  arrancou de mim.
–Mas eu deixei tudo brilhando .-protestei.
–Logo se vê o desmazelo que você foi criada. Não sabe nem reconhecer um trabalho bem feito. Aquela prataria esta imunda , vá a polir imediatamente.
–Sim madrasta. -fiz uma mesura e passei por ela apressada , mas ela apertou o meu braço de uma forma bruta.
–E a próxima vez que te chamar eu quero  que me responda imediatamente .-ela disse entre ranger de dentes.
–Sim madastra.
Respondi de forma irônica e me soltei de sua mão cujo a unha afundava em meu braço.
Um sorriso
Fui para o salão principal a prataria impecável estava esperando para ser polída.
Peguei as peças para levar para outro salão quando ouvi  alguém batendo na porta.
Estranho .
A nossa propriedade é uma das mais distante das redondezas e dificilmente recebemos visitas por isso não sabia como agir .
Afinal resolvi atender a porta e fiquei pasma.
Ele estava lá.
Ontem a noite aconteceu algo extraordinário .
Aconteceu uma festa no castelo , outra coisar muito rara  e todas as famílias da região foram convidadas , inclusive a minha. Passei o dia arrumando os cabelos e os vestidos  de Lisa e Maggie , minhas meias-irmãs, e de minha madastra.
Eu sempre tive o desejo de ir conhecer o castelo .Quando o meu pai era vivo ele me prometeu que um dia de iria me levar para conhecer-lo , então me animei com o baile.
Porém além de não ter roupa adequada , Margaret decidiu que alguém tinha que ficar na propriedade . E a escolhida para essa função fui eu.
Porém não pode de me imaginar em um belo vestido e  lamentar por não poder contemplar com os meus olhos parte do interior daquele palácio que sempre encheu os meus olhos.
Então apareceu uma mulher diferente e  o inacreditável aconteceu.
O meus trapos foram transformado em um vestido esplêndido .Nem na época que meu pai era vivo e eu era constantemente mimada eu não havia usado um vestido tão belo.

Uma carruagem também maravilhosa fui levada para o baile

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Uma carruagem também maravilhosa fui levada para o baile.
Todos os olhos pararam em mim que mesmo protegida pela máscara temi ser reconhecida por alguém da minha família.
O principe logo me chamou para dançar e até a meia-noite os olhos dele foram somente para mim.
A meia-noite o encanto teria se quebrado então tive que sair correndo e acabei perdendo um dos sapatos pelo caminho.
A última vez que eu bati o olho no príncipe ele estava na escadaria com o sapato na sua mão.
Pensei que tudo tivesse sido algum sonho criado pela minha cabeça .
Entretanto eu não poderia imaginar com tanta perfeição todos os traços do cavalheiro que estava na minha porta.
E mesmo que minha imaginação fosse tanta ,o fato valete ao seu lado trazia encima de uma almofada branca aquele sapato que eu usava não poderia ser explicado por essa teoria.
Olhei espantada para o principe novamente .
Ele veio me buscar. Ele me reconheceu?
–Posso falar com a dona da casa? -o principe perguntou em um tom frio me tirando dos meus pensamentos.
–Pois não alteza.Irei a chamar.
Ele não me reconheceu. Que tola que fui em esperar tal coisa.
–Chamar quem Carolinne?-ouvi a voz estridente de Margaret atrás de mim.
–Vossa alteza esta aqui e deseja falar com a senhora. –respondi.
–Quem?-ela perguntou confusa enquanto eu permitia a entrada do príncipe e o seu cortejo em nosso sala somente para ver-lá embaraçada.
Ela ficou boquiaberta e começou a passar  a mão no cabelo desesperada.
–A que devo essa honra alteza?
–Ontem no baile uma jovem com quem o  príncipe dançou perdeu um sapato e passamos o dia inteiro atrás da dama em que esse sapato ira servir -respondeu o valete pelo princípe.
–Não pertence a nenhuma de minhas filhas.-minha madastra disse lançando um olhar de  desprezo para o sapato
–E a dona desse sapato será a minha esposa. - acrescentou o príncipe.
Nesse momento os olhos de Margaret ganharam um brilho  e ela voltou a observar o sapato.
–Eu não prestei tanta atenção assim no sapato das minhas pequenas. Agora olhando bem,tenho quase certeza que Lisa estava usando um igual ou esse...ou talvez a Heather. Vai chamar as meninas Carolinne.
Ela nem se virou para mim quando deu essa ordem. Eu apressei em obedecer-la mesmo tendo certeza que aquele sapato não caberia no pé de nenhuma delas.
Já engraxei várias vezes os sapatos de ambas e sei que  tamanho não era o mesmo do meu.
Tenho tudo planejado .Depois que ambas experimentarem eu também pedirei para vestir aquele sapato e então a justiça será feita.
Os anos de amargura e de cinzas ficaram para trás.E agora viria um novo tempo onde tudo seria melhor. Como minha mãe sempre dizia , não importa o quanto esta sendo rigoroso o inverno o que  realmente devemos pensar é que em breve irá chegar a primavera.
No meio do meu caminho as duas passaram por mim avisando que já tinham visto a carruagem pela janela e tentaram tirar o máximo de informações de mim.
Elas ficaram todas a animadas e demoraram para se recompor e se apresentarem no salão.
Elas se apressaram em sentar e oferecer os pés para que experimentasse os sapatos.
–Então -o principe disse um pouco constrangido-Em quem eu coloco o sapato primeiro?
–Em mim!-gritou Lisa .
–Não.Eu sou a mais velha - Heather protestou fazendo biquínho.
–Mas eu sou a mais  nova e além do mais sou mais bonita.
–Eu sou mais bonita-protestou Heather balançando os cachos negros-Não acha príncipe?
O príncipe corou e olhou assustado para o valete.
Era ridículo o comportamento de minhas duas irmãs .
–As duas são igualmente lindas-emendou minha madrasta -Príncipe coloque primeiro na minha filha mais velha.
Heather sorriu vitoriosa e voltou a esticar os seus pés para o principe que ajoelhou na sua frente com o sapato.
O pé dela estava tão limpo que me fez ficar envergonhada de quando chegasse a minha vez . Tive que limpar a lareira mais cedo e o eles  estavam encardidos.
O sapato não serviu.
Chegou a vez de Lisa que ofereceu o seu pé igualmente limpo  e delicado .
A minha madrasta sorria ansiosa observando o principe tentando colocar o sapato no pé de minha irmã de criação.
O sapato não serviu.
–Principe, por favor, me deixa eu tentar colocar -lo novamente Esse sapato ficava um pouco apertado em meu pé -disse Lisa antes de  que eu podesse me oferecer a experimentar -lo.
–Com toda a licença .
Lisa pegou o sapato e eu a percebi passando algo dentro dele e então seu pé deslizou para dentro do sapato.
Ela sorriu vitoriosa para todos na sua volta exibindo o seu pé.
E o meu queixo caiu.
Isso não podia ter acontecido .

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