Despertei de um cochilo desconfortável. Estávamos na estrada havia horas, sem nenhuma parada. Minhas pernas estavam dormentes de tanto ficar sentada e o que eu mais queria era um banho e uma cama bem macia.
Matheus e eu, a dois dias atrás, alugamos um carro e fomos sem rumo para algum lugar, pegamos a Br e dirigimos até encontrarmos uma lojinha de beira de estrada. Paramos e compramos algumas coisas para comer e várias garrafas de água, liguei para alguns amigos e para os meus pais - que ao saber que era eu, desligaram na minha cara. Seguimos por mais alguns quilômetros e encontramos um chalé pequeno e bem confortável para passarmos a noite.
No dia seguinte partimos bem cedo, antes do Sol nascer, e continuamos nosso caminho sem destino. Depois de algumas horas paramos em um posto de gasolina para abastecer e comprar um mapa. Olhamos o mapa por um longo tempo até decidirmos. São Paulo. Nosso destino será São Paulo.
Um longo dia depois avistamos os prédios e a loucura de São Paulo. Estava no começo da manhã e as ruas estavam calmas, por enquanto.
— Matt, acho melhor pararmos e procurarmos algum lugar para ficar — eu disse, colocando os óculos escuros para esconder as olheiras.
— Sim, vamos fazer isso agora. Que tal aquele hotel ali? — disse ele apontando para um hotel pequeno e aparentemente bem aconchegante.
Paramos no estacionamento e entramos para fazer Check-in e suhir as malas até o quarto. De fato era bem aconchegante, o quarto tinha duas camas uma ao lado da outra, com roupas de cama brancas com bege. As paredes eram de um cinza bem claro, e os moveis eram todos brancos e bem brilhantes. No meio do quarto, pendurado no teto, havia um lustre lindo de cristal, que iluminava o quarto com as milhares de cores de suas pedras. Assim que abri a porta, corri direto ao banheiro enquanto o Matt colocava nossas malas dentro do quarto.
Entrei no banheiro tranquilamente e abri a cortina da banheira. Meu coração começou a bater freneticamente e meu estômago embrulhou com o que vi. Ao abrir a cortina me deparei com uma menina deitada na banheira, mergulhada até o pescoço na água avermelhada. Dei um grito e saí do banheiro em desespero. Matt não estava ali, ninguém estava. Voltei ao banheiro e vi novamente a menina de cabelos castanhos e sardas no nariz. Tinha rugas em volta dos olhos e uma garrafa de tequila no chão, ao lado da banheira. Estava branca como a neve e suas feições estavam tranquilas. Toquei em seu braço e estava gelado como os ladrilhos do chão e sem dúvida nenhuma estava morta. Comecei a gritar o nome de Matt até ele correr e quase tropeçar nos seus próprios pés.
— O que foi Izabelle, o que acontece... — ele engasgou assim que viu o que eu também estava vendo, o corpo da garota.
— Izabelle, saia de perto dela agora, venha até aqui e vamos ligar para a polícia.
Escutamos uma batida na porta e Matt atendeu. A polícia entrou e nos mandou sair do quarto com todas as nossas coisas. Não ficamos mais tempo ali para saber quem era e fugimos assim que a polícia tirou os olhos de nós. Andamos alguns quilômetros e encontramos outro hotel e rezamos para que esse estivesse normal, ou pelo menos não tão mortífero quanto o outro.
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Segunda chance
FantasySe você pudesse mudar o seu próprio futuro, o que você faria? Izzie é uma garota comum de 16 anos que está prestes a enfrentar problemas nos quais ela não sabe que irão acontecer até que é visitada por uma mulher em seus sonhos que lhe deixa um pre...