Sombras que habitam a luz!

Vou estar sempre ao seu lado.

Hoje é aqueles dias que não quero levantar da cama, mas preciso ir a aula Sophie me mataria se eu faltar até porque é uma de minhas aulas favoritas (inglês, obvio) acho que a única matéria que me dou bem na escola.

Aqui na escola nada muda são sempre as mesmas pessoas, os mesmos professores chatos não vejo a hora de terminar já que esse é meu último ano falta muito pouco e apesar das dificuldades já estou aprovado em quase todas as matérias. Ah e lá vem ela a garota quem me apaixonei desde que entrei nesse colégio, mas ela nunca olhou pra mim, sempre preferiu cara que fossem maiores, mais velhos e com corpo definido, mas o que posso fazer? Esse é meu corpo.
- Oi Clara (falo sem conseguir olhar em seus belos olhos castanhos).
- Acho que ela não lhe ouviu (Sophie falava dando risada). Desista amigo ela não serve pra você, a quanto tempo vem tentando? 5 anos?
- 7 para ser mais preciso (sorrindo de volta, mas meio triste). Não gosto mais dela, você sabe.
- Sei sim, ela está lhe chamando ali.
Me viro rápido acreditando ser verdade. – Sua idiota, você está me devendo uma. (risos)
- Achei que não gosta-se dela?! Mas acho que me enganei, vamos pra aula que logo vai começar.

A aula estava insuportável, até a professora nos dar um projeto iriamos ter um tipo de show de talentos, eu sempre soube fazer muitas coisas (cantar, desenhar, patinar, etc.) mas nunca fui muito de fazer trabalho em grupo apesar de falar com todos não me sinto a vontade perto de pessoas, não por mim, mas por ver como eram de verdade um querendo passar por cima do outro, falsidade em cima de falsidade. Todos queriam fazer esse trabalho comigo, já que metade da sala não sabia fazer nada montei um grupo de duas pessoas (irônico, eu sei) eu e Sophie todos já imaginavam, pois sempre foi assim.

No sinal para finalizar a última aula Sophie e eu corremos para ir ver já as coisas pro trabalho e terminar logo tínhamos menos de duas semanas pra deixar pronto, não precisamos nem falar nada só de olhar um pro outro já tivemos a ideia perfeita. O destino não poderia ter colocado outra pessoa para ser minha melhor amiga, ela e eu fizemos uma promessa assim que nos conhecemos " – Vou sempre estar ao seu lado. " Isso já tem uns 12 anos que nos conhecemos. Eu era bem pequeno e ajudava minha mãe nas entregas dos produtos dela, certa vez eu cai descendo a escada de uma rua e torci o pé gritava muito pedindo ajuda e ninguém me ouvia foi quando um cachorro apareceu e de repente, não sei de onde ou como apareceu ali a Sophie me protegendo sempre e desde então somos melhores amigos.

Fomos para minha casa, chegando lá minha mãe levou um amigo dela que dizia ser exorcista para expulsar o "demônio" que havia dentro de mim, foi vergonhoso Sophie não entendeu nada.

- Filho esse é o irmão Rogerio, ele veio aqui para orar por você e tirar os demônios que estão em você.
- Você não fez isso mãe! Você sempre bota a religião a cima de sua família. (Segurando pra não rir)
- Não é isso filho, eu amo você e só quero seu bem.
- Ah, vamos sair daqui Sophie, deixa essa gente fanática pra lá. Depois lhe explico tudo.

Fomos para a casa da Sophie e contei o que estava acontecendo, ela ria muito pensando no que minha mãe fez por causa disso e falou que poderia ser apenas coisas da minha cabeça. Sempre soube que poderia contar com ela e enquanto eu contava e rimos juntos terminamos o trabalho só faltava apresentar.

É hoje o grande dia da apresentação do trabalho, acordei me sentindo estranho, era mais uma noite que não consegui dormi com esses pesadelos. Chegando na escola Sophie estava com uma caixa enorme com tudo para a apresentação. Todos estavam a espera do que iriamos fazer, então já era a hora de nos trocarmos, pedimos ao professor pra ser o último "grupo" a apresentar e sem repudiar ele permitiu. A maioria das apresentações era a mesma coisa, dança, dança, dança, truque de magicas simples para variar, então chegou nossa vez, Sophie estava nervosa, mas não demonstrava quando ela olhou pra mim eu estava pálido porém quando ela tocou em mim eu estava muito quente.

- Matt, você não está bem! (Falou preocupada)
- Para, estou ótimo nunca me senti melhor. (Realmente não estava sentindo nada)
- Vou falar com o professor.
- Vamos logo, já nos chamaram.

Saímos de trás do "camarim" que montamos e prontos pra cantar, ela e seu inseparável violão, tínhamos como tema do projeto velha infância então fizemos uma playlist com músicas de desenhos e pra abrir a própria música velha infância. Todos estavam gostando enquanto outros morriam de inveja, mas em meio a cantoria o único foco de todos foi correr para me ajudar, pois de repente eu desmaiei. A última coisa que me lembro foi de ver as sombras encobrirem meus olhos e ouvir a voz de Sophie a me chamar.