Naquela semana completaríamos cinco anos de casados, e na mesma aconteceria o casamento de uma amiga do João Pedro, Mirela. Ela dividiu o apartamento com ele e outros amigos durante a faculdade. Íamos ser padrinhos. Está bem que já fomos padrinhos de seus casamentos umas três vezes, mas amigos são pra essas coisas.
Era para estar na igreja às cinco da tarde, eram quatro e meia e eu ainda estava no cabelereiro, eu gostaria muito de perguntar se demoraria muito para a cabelereira, quando ela terminou. Ah finalmente, agora era só me trocar.
Meu celular tocou na bolsa. Era o João, "Já terminou aí? Estou indo te buscar", eu disse que sim e que me esperasse do lado de fora do salão.
Passou mais ou menos uns vinte minutos, quando eu o vi estacionar o carro e atravessar a rua pela faixa de pedestre, o sinal estava fechado para os carros, João Pedro gostava de obedecer as leis de trânsito. Ele estava belíssimo em seu terno e gravata borboleta, provavelmente seria o único com uma dessas, sempre era. Decido ir em sua direção também.
Assim que piso já faixa de pedestre, um carro vermelho decide passar por ela também, como se não estivesse ninguém atravessando por lá. A motorista, que hoje sei que se chama Margarida Castanho, ignorou os passos do meu marido até mim, passando por cima de toda a nossa vida.
Ela não chegou a esmagá-lo com as rodas do carro, só o lançou alguns metros pra lá da faixa, e covardemente fugiu. Aquela cena passou em frente dos meus olhos em câmera lenta, o momento do choque entre o carro vermelho e um João Pedro sorridente, até momento em que o trânsito para, só para não causar mais danos ao jovem atirado no asfalto frio de outono.
Eu corri, corri até ele, ali no chão seu sangue escorria livremente sem permissão. Eu me deitei em seu peito, e segurei sua mão, seus lindos olhos não estavam abertos, enquanto uma multidão se formava em nossa volta, apreciando o meu momento de dor, meus ouvidos não davam atenção para suas palavras, meu coração só queria sentir os leves sons inaudíveis de sua respiração, e sentir o seu coração bater, minhas mãos alisavam seus cabelos curtos, negros e lisos, enquanto seu sangue manchava o meu vestido de madrinha, encharcava o meu cabelo penteado e sujava meu rosto maquiado.
Então a ambulância chegou querendo me separar do meu amor. Antes de me arrancarem de cima dele, eu pude sentir o leve apertão da sua mão na minha, era como se fossem suas palavras me dizendo que iria ficar tudo bem, que nada demais tinha acontecido. Mas eu sabia que sim.
Os paramédicos o tiraram com calma do asfalto, era tortura, aquilo não podia ser real. Tentei voltar para ele, eu tentei, mas me impediram. Eles estavam levando o meu amor para longe de mim e eu não fiz nada para impedir.
Como eu disse no começo, eu não culpo ninguém, só estávamos no lugar e hora errada.
Faz dois anos que Deus decidiu que dançar com o João Pedro seria divertido, eu também me divertia com ele, eu sinto muito não ter dado tudo certo em nossa vida juntos, como as milhares de brigas, reclamações, filhos que não vieram, e o casamento que não pudemos ir naquele dia de outono.
Não podemos impedir que coisas ruim nos aconteçam, nem deixar de sofrer por elas, mas me sinto mais forte do que já fui. O João me ensino tantas coisas que fez todo o nosso tempo junto valer como se fosse um milhão de anos. Ele me ensinou a fazer da vida, poesia.
FIM ♡
É eu sei... essa foi bad...
Hey mas não vai embora não, em! Fique para ler os proximos contos.
Isso mesmo vai ter MAAAAAAAIS!!!
Espero que tenha gostado do meu conto, é bem triste eu sei, mas pensei em escrever algo que seja o meu estilo, do genero que gosto de ler e principalemente escrever. Então é isso, nao esqueça de clicar as estrelinha ali em baixo e de deixar seu comentario.
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Deixa Que Eu Te Conto
Short StoryConta a vida que cada conto tem um gostinho diferente. Bem, acho que ela sempre está certa. Se você está entediado e procura algo emocionante... tcharam! Acabou de encontrar algo encontrável, mas difícil de se achar. Seja bem-vindo para rir, chorar...