Mia

Prólogo

Estou dando adeus as minhas tão sonhadas, desejadas e muito curtidas férias.

O que me anima é saber que estou começando hoje meu último ano do ensino médio, já não suporto mais ir pra escola, acho que vou precisar de um ano inteiro de férias antes de começar a faculdade.

Agora estou me arrumando para o primeiro dia de aula depois das férias, a Natasha e o Pedro dormiram aqui na minha casa ontem, e agora estamos atrasados, porque ficamos bagunçando à noite inteira e dormimos bem tarde, ou bem cedo, depende do ponto de vista.

Já é um saco ter que acordar cedo, ainda me atrasar é o fim da picada.

Estou aqui falando, falando e não me apresentei, não é?!

Eu sou Mia Albuquerque, filha de um dos homens mais rico do Brasil, o Marcelo Albuquerque, ele não tem tempo pra mim, só pensa em trabalhar e tudo que faço nunca é bom o bastante pra ele, por isso já cansei de tentar agradá-lo, e agora só quero curtir minha vida do meu jeito.

Minha mãe nunca conheci, meu pai só me diz que ela foi embora e me abandonou, não sei porque, então pra suprir esse vazio eu tenho a Marta, uma das empregadas da casa, mas ela foi minha babá quando eu era bebê, por isso tenho ela como mãe.

E você já deve está se perguntando quem é Natasha e Pedro não é mesmo? Bom, eles são meus melhores amigos, nos tratamos como se fossemos irmãos, nos conhecemos desde criança e eles sempre foram minhas companhias.

Agora vamos deixar de blá, blá, blá e vamos pra escola...

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--- Mia, olha o tanto de garotos bonitos por aqui, eu acho que esse ano você vai se divertir bastante.

--- Qual é Natasha? Você sabe que eu só pego alguém depois de beber um pouquinho.

--- E eu já avisei a você que isso não vai te levar a lugar algum.

--- Tá, tá, tá, eu já sei, mas só o que me resta é beber e dançar pra esquecer minha vida sem graça, e pegar uns gatinhos de vez em quando.

--- Olha só aquele garoto ali, ele não para de olhar pra você.

Olho pra onde Natasha está apontando e vejo um garoto forte, malhado, com um sorriso encantador, cabelos pretos, e cheio de meninas ao seu redor.

Ele me olha e de repente me dá uma sensação de que eu o conheço de algum lugar, mas não consigo lembrar de onde.

Parece que ele também teve a mesma sensação, pois ele abriu um sorriso de arrebentar corações pra mim, mas eu como sou muito do contra, levantei uma sobrancelha pra ele como sinal de interrogação...

---Miiiiiiaa! Você está me escutando?-- a Natasha balança as mãos na frente do meu rosto.

--- Na verdade não, estava voando.

--- Eu estava dizendo que ontem quando eu e o Pê estávamos voltando da igreja ele disse que me ama.

--- Até que enfim o Pê tomou coragem, não aguentava mais ver vocês se olhando e não acontecia nada.

--- Ah! E eu também disse que amo ele.

--- Muito bem pirulito, minhas indiretas já tinham acabado, eu já tinha perdido a esperança em vocês.

--- Vamos pra aula que é o melhor que a gente faz.

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Tivemos a primeira aula de Português, depois de Física e na aula de Química descubro que o garoto bonitão é meu parceiro de laboratório.

Que sensação estranha, o garoto fica me encarando e eu o encaro de volta com uma sobrancelha levantada, e ficamos assim por um bom tempo, até o professor nos acordar do transe e nos mandar fazer uma mistura lá com líquidos estranhos e com nomes mais estranhos ainda.

Foi aí que o garoto tocou na minha mão e eu senti uma onda de sensações diferentes percorrer meu corpo, foi constrangedor e ao mesmo tempo uma sensação boa, de reconhecimento.

Tudo muito estranho, puxo minha mão e evito olhar ou tocar o garoto, mas ele fazia um esforço enorme pra sempre encostar em mim.

E lá vamos nós...