Mia

Fugindo

Não vi mais o Mateus pelo resto da semana, contei aos meus amigos melosos tudo que aconteceu e eles me deram forças.

Ao final das aulas eu sempre vou para casa com o meu segurança.

E uma coisa que me alegra muito é ir à praia, como eu moro bem próximo de uma praia em Angra dos Reis - RJ, sempre que posso vou lá tonar sol e dar uns mergulhos.

Porém, ainda estou de castigo e não posso sair do quarto, mas isso não me impede, nunca me impediu, não será agora que irá.

Saí pela porta dos fundos bem de fininho, quando já estava chegando na rua o segurança me viu e começou a gritar, eu fingi que não vi e comecei a correr, quando vi que o segurança ia me alcançar eu nem pensei e entrei na primeira casa que vi pela frente.

Por sorte a casa estava aberta, e fiquei escondida esperando o segurança passar, quando vi que ele passou na sua moto a minha procura, eu já ia saindo da casa, mais antes que eu conseguisse uma senhora me viu e começou a gritar.

--- aaaaah, aaaaah, socorro, ladrão, ladrão, socorro!!! - a mulher de uns 40 anos grita apontando pra mim e chamando alguém.

--- E-eu, eu, eu nã- não sou... - não consigo falar, estou muito nervosa, quando ia me defender chegou ele.

--- O que é que tá acontecendo aqui, mãe? - ele fala olhando pra mãe dele, ela só aponta pra mim, é aí que ele me olha.

--- Você? Aqui? - Ele me olha surpreso.

--- Você conhece ela? - a mulher pergunta a ele, já visivelmente mais calma agora.

--- Sim, Mãe. Essa é a minha... amiga, Alicia. O que você tá fazendo aqui Alicia? - O Mateus fala olhando diretamente para mim.

--- Bom, eu tava passando e, e... - olho pra fora e vejo que o meu segurança tá passando de volta e ele olha direto em minha direção.

Eu corro e puxo o Mateus.

--- Onde é seu quarto? - Pergunto nervosa.

--- Aqui. - Ele aponta pra uma porta e eu continuo puxando ele e nos tranco dentro do quarto.

--- Você por favor pode me dizer o que está acontecendo? - Ele me encara.

--- Resumindo, eu tô de castigo, mas como queria sair e não posso, eu fugi, e como meu pai é louco colocou um segurança atrás de mim, por isso tô fugindo dele e vim parar aqui.

--- E você acha certo entrar na casa de um estranho assim? Você poderia se dar muito mal, sabia?

--- Eu sei me defender muito bem sozinha sabia? Mais você vai me ajudar ou não? - Falo já irritada.

Quando ele ia me responder a mãe dele grita de novo, e ele sai correndo, eu só observo pela brechinha da porta e vejo que é o meu segurança.

Fico nervosa e penso que o Mateus vai me entregar, já tô pensando em pular pela janela, mas o Mateus consegue convencer o meu segurança de ir embora.

Depois disso me acalmo, e vejo que o Mateus está conversando com a mãe dele, creio que explicando porquê eu tô ali e o que tá acontecendo, eu resolvo me sentar na sua cama e esperar ele voltar.

Enquanto ele não volta, eu fico observando o quarto dele, e toda sua coleção de jogos de vídeo game, até que uns 15 minutos depois ele volta com um copo de suco e alguns biscoitos em uma bandeja.

--- Ei, não mexe nos meus jogos. - Ele fala rindo.

--- Esse lanche é pra mim? Espero que seja, porque estou morrendo de fome, esse negócio de fugir dá muita fome. - Falo já pegando o lanche e comendo tudo.

--- Como você é gulosa, hein?

--- Eu? Nunca! Nunca neguei. Hahaha - Falo de boca cheia.

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Depois que comi tudo, me deitei na cama do Mateus e ele sentou na cadeira da mesa do computador, e virou de frente pra mim.

--- E aí, o que você falou pro meu segurança, pra convencer ele de ir embora?

--- Disse que não tinha nenhuma Alicia aqui.

--- E ele acreditou?

--- De inicio não, mais eu usei meu dom de persuasão pra convencer ele.

--- Entendi. - Falo me levantando pra ir embora.

--- Você vai aonde? - Ele me pergunta, sem entender que eu tô indo embora.

--- Vou embora, ué.

--- E vai embora sem me agradecer pelo meu esforço?

--- Valeu aí.- Falo abrindo a porta.

Mais não tão rápido como eu queria, o Mateus me alcançou, fechou a porta, me abraçou forte, olhou dentro dos meus olhos.

Eu senti uma onda de sentimentos diferentes que eu não conseguia decifrar, foi aí que ele ...