1-EU CONSIGO, OBRIGADO!

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(Essa música ilustra o capítulo e o personagem, se puder ousa <3)

                   "Alma gêmea" sempre esperei encontrar alguém na minha vida, mas nunca encontrei, sempre fui incorrespondido por qualquer pessoas que eu já tenha gostado. Tenho Dezesseis anos, me chamo Pietro, e nunca fui beijado. Talvez eu esteja esperando a pessoa certa, que pode estar em qualquer lugar no mundo.  Uma vez, eu sonhei que ia para a França, e lá encontrava o grande amor da minha vida. Sério, pode parecer babaquice ou sei lá, mas depois de um tempo me vi no Google pesquisando "Passagens Aéreas para a França" e foi ali que eu percebi o quanto isso me afetou. Eu me amo. De verdade, adoro o meu corpo e cada centímetro do meu rosto pardo, tá, meu cabelo é meio bagunçado, mas eu gosto dele mesmo assim.
                            Coloco a última peça de roupa na mala, e fecho o zíper dando um sorrisinho involuntário, estou satisfeito com o meu trabalho, e morrendo de saudades do mar. Meu pai e minha mãe vem planejando um viagem para as férias de dezembro: MONGAGUÁ. Que coisa boa, não é mesmo? Eu amo a Praia, mas, eu queria muito ir pra outro lugar (Talvez a França) todo ano viajamos para a Praia, e eu já enjoei. Que raiva do meu "eu" criança, que chorou horrores de felicidades quando meu pai comprou um apartamento em Mongaguá e agora ele acha que eu quero viajar para a cidade litorânea todo ano. Pai, FAMOSA HORA DE PARAR.

                             ****

                        Tem um certo charme ouvir uma música do Jack Johnson nos túneis, mais precisamente "Sitting Waiting Wishingel" enquanto se passa pelos túneis escuros com a luzes alaranjaras. Para mim, a melhor coisa da viagem é isso, andar de carro, e passar pelos túneis. Assim que passamos pelo longo túnel de Concreto sinto o cheiro de maresia e o sol aquecendo meu rosto. Sinceramente, não importa quantos anos passem, eu sempre vou amar ir a praia. Meu pai, esquivou o braço para o banco de trás e aperta meu joelho, fazendo eu acordar do transe da música.
-Eae Pietro, não falou nada o caminho inteiro por que? -Meu pai se pareciam muito comigo. O cabelo era grisalho, mas os olhos eram castanhos claríssimos como o meu.  
-Anderson!- Gritou minha mãe. - deixe o garoto, ele é um adolescente.
-E? Clara, isso não impede ele de abrir a boca. -Respondeu meu pai, que eu sabia que ele me amava, mas ser grosso era um de seus muitos defeitos.
-Aí, tomara que ele encontre uma namoradinha, não é? - Minha mãe jogou no ar, e eu odeio isso. Eu não quero namorar, eu nunca nem beijei. E mais importante Ainda: não sei nada sobre a minha sexualidade. O cabelo da minha mãe era mais parecido com o meu, mas só. Os olhos dela eram azuis e eu culpa muito a genética por não ter os meus assim também.

                          Meu pai encostou o carro no meio-fio do nosso prédio, que ficava de frente para o mar, e assim que sai o cheiro da maresia ficou mais forte, o sol refletia no mar, e havia pessoas caminhando, surfando e se banhando.
-Pietro, nós vamos no mercado fazer umas compras, e já voltamos está bem? -meu pai perguntou com o vidro abaixado.
-Tudo bem! -Falei. -Eu vou levar as coisas lá pra cima, e depois vou dar uma volta!
                         Tirei todas as 3 malas do carro e deixei elas na calçada, ótimo, como eu vou levar três malas lá pra cima? Abri o portão pequeno do prédio com a nossa chave, cadê o zelador? ESTOU PRECISANDO DE AJUDA AQUI, LINDO!
                         Tentei colocar as duas malas pra dentro do prédio, deixando uma do lado de fora só que elas empacarão, e para piorar minha mochila de costas ficavam escorregando. HELP!
-Precisa de ajuda? -Disse uma voz grave atrás de mim. Ótimo! Estava atrapalhando um morador a entrar. Virei para trás, e era um garoto da minha idade, com olhos castanhos claros, a pele Branca (precisa de sol) o cabelo era preto ondulado, e ele usava uma blusa social, e um short metade azul, metade amarelo.
-não... -falei. -talvez.
           Ele puxou minha mochila das minhas costas, e levou as outras duas pra cima, e eu peguei uma, que sobrou. Sentido-me humilhado e um pouco incapaz? Talvez! Mas vida que segue.

                               ******

                           
                    O elevador fazia barulho ao subir, meu andar era o décimo terceiro, e o garoto estava ao meu lado, e eu estava com raiva dele.
-Como é seu nome? -Ele perguntou
-Pietro, e você?
-Victor. Você mora aqui?
-Não. -Respondi. - Venho passar férias desde os 3 anos de idade, e você?
-Nossa! -Respondeu Victor. -Eu queria morar no Brasil e poder ficar aqui desde os 3 anos de idade, eu moro na França, desde os 10, e vim passar férias com minha tia.
                         Por um momento eu não acreditei FRANÇA? Ele mora aonde eu sempre quis ir, inveja e admiração se misturarão.
-uau -falei.- sempre quis conhecer a França!
                       O elevador parou no meu andar, e eu puxei as malas pra fora.
-Muito obrigado Victor, de verdade. -Falei.
-Não por isso. Meu andar é o 14°, eu não conheço nada aqui... será que você, podia me apresentar a cidade?
-Claro! -Falei- mais tarde eu vou na casa da minha amiga Gaby, se você quiser, eu te ligo pelo interfone para ir junto, e damos uma volta.
-Seria ótimo! -Victor respondeu.

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